FOTOGRAFIA: HENRI CARTIER BRESSON

FOTOGRAFIA

DEU NO ESTADÃO, em 14/02/14

Exposição mapeia influências na obra de Henri Cartier-Bresson

Retrospectiva inaugurada no Centre Pompidou, em Paris, mostra todas as facetas do fotógrafo


14 de fevereiro de 2014 | 20h 16

Sheila Leirner - Paris - Especial para o Estado de S.Paulo


Além de ser uma exposição grandiosa de obras originais, a retrospectiva inédita Henri Cartier-Bresson, inaugurada na última semana no Centro Pompidou, a primeira na Europa após o desaparecimento do mestre, tem três grandes méritos. Primeiro, é a revelação comovente das inúmeras e desconhecidas facetas de um percurso de 70 anos, totalmente oposta às aproximações “unificadoras” que tentaram colocá-lo até agora dentro de uma mesma entidade estilística. Segundo, restitui a “aura” da fotografia como objeto exclusivo, questionando a ideia benjaminiana da reprodutibilidade técnica. Por último, constitui a perfeita demonstração do que é, e não é, a fotografia enquanto arte, em nossos dias.

“Entrevista? Não, eu não dou entrevistas, você pode fazer uma crítica do meu trabalho, se quiser, mas não me interessa o lado anedótico das conversas.” Quando, a despeito destas primeiras palavras que ouvi dele em 1996, consegui convencê-lo a conceder uma exclusiva para a série Encontros Notáveis do Caderno 2, eu não imaginava quem era de fato Henri Cartier-Bresson. Assim como ainda não fazia ideia dos seus deslocamentos estéticos e vivenciais, oito anos depois, quando ele faleceu e escrevi o seu necrológio, também para oCaderno 2.

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