UM DIA COMO OUTRO QUALQUER....
Por Márcia Vieira
Por Márcia Vieira
Sim,
foi um dia como outro qualquer, uma tarde comum, com uma pessoa rara,
pouco comum, se se considerar que ser comum é incomum, dadas às
circunstâncias do "mundo em que vivemos, totalmente em perigo" (pra ser
mais abrangente e fazer uma breve alusão ao filme, que referia-se ao ano, não
ao mundo).
Fernando
Yanmar Narciso é uma dessas pesssoas e num "insight" decidi que queria
vê-lo, falar com ele, mas não de maneira programadinha, deliberada,
amanhã ou depois. Haveria de ser naquele instante. Foi mesmo um daqueles
momentos que a gente tem vontade de fazer uma coisa e faz. Liguei
imediatamente pra sua (dele) mãe, Mara Narciso e propus gravar algo com o
Fernando, já que no próximo dia 15 ele lança um livro de crônicas e fui
convidada pra fazer os registros fotográficos. Eu e Mara falamos tanto
ao telefone que deu tempo do Fernando voltar do almoço com o pai. Ele é
do tipo que não deixa nada pra depois. Nem o lugar onde faríamos a
gravação foi planejado. Pra falar a verdade nem mesmo
sabia se a minha parafernália estava completa, com pilhas e baterias
suficientes. Ah, se não, daria um outro jeito. E assim fomos eu o
Fernando ao Shopping, um local escolhido de última hora. No
estacionamento, vimos uma floricultura e pedimos licença pra gravar por
lá.
Licença concedida,
batemos um papo informal e esta foi a regra que coloquei pra Mara
quando liguei: que não houvesse regras, que nada fosse formal ou
proibido. Cada vez mais eu me adapto menos ao mundo das regras e
formalidades. Nem de longe nasci pra ele. E vi no Fernando
alguém semelhante, por isso quis conversar e saber do livro, saber
dele. É um jovem que não se preocupa com a posição da câmera, com vaidades
insanas, em sorrir no momento X ou Z, com o que os outros vão pensar,
se vão rir ou chorar. Não mede palavras, não programa gestos e falas.
Não ensaia. E não é ofensivo nem fala pelos cotovelos. Pelo contrário. É
gentil à maneira dele, educado, cortês e afetivo. Não sai ofendendo, só
porque tem a liberdade de ser como é, falar e fazer o que quer. Essa é a
verdadeira liberdade, que só existe de fato quando caminha de mãos
dadas com a responsabilidade.
E
Fernando Yanmar tem consciência de que é um estranho no ninho, assim
como os poucos e reais, que não se encaixam naquilo que outros criaram,
naquilo que alguém um dia criou e resolveu que é "o certo", como se
certo e errado não fossem conceitos particulares. O "certo" nem sempre é
justo. E haverá alguém, que assim como ele, pensará sobre isso e viverá
seguindo suas próprias regras. E estes são os que salvam o mundo dos
perigos, embora tido como perigosos ou "loucos". Não li ainda o livro,
mas deu vontade de ler. Ele, Fernando, é honesto, puro, sincero. O livro
também será. Revelou no decorrer da conversa, deixar "tudo pelo meio do
caminho", exceto a escrita, que o alimenta neste universo de realidades
fantasiosas e fantasias reais.
E vamos ao vídeo:
Márcia, você fez mágica, soltando a língua, já um tanto solta, porém, de monossílabos, de Fernando. Ficou surpreendentemente engraçado.
ResponderExcluirParabéns FER... bjcas
ResponderExcluirAmei a entrevista com o Fernando, de verdade! Ele é sério e ao mesmo tempo divertido. Demonstra ser um rapaz culto, entendendo de vários assuntos - isto o torna atraente, porém seletivo. Estou curiosa para ler seu livro, pois já conheço alguns de seus textos pela internet, embora não o conheça pessoalmente. Parabéns, Márcia, por mais este trabalho. Parabéns, Fernando, por este primeiro filho. Com certeza outros virão.
ResponderExcluirGostei muito da entrevista, Márcia! Fernando é uma pessoa diferente. Ainda bem, pois de criaturas normóticas esse mundo está repleto. Precisamos de gente para fazer a diferença! Estou curiosa pelo livro! Parabéns a ambos!
ResponderExcluirParabéns ao Fernando pela coragem em expor suas dificuldades e experiências e ainda pela sua determinação, no que resultou esse belo trabalho. E parabéns a Marcia que soube conduzir a entrevista e prendeu a minha atenção do princípio ao fim.
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