TEXTO CONVIDADO: RAPHAEL REYS- sobre o papo....

TEXTO CONVIDADO: RAPHAEL REYS


 PAPO FILOSÓFICO

Raphael Reys

“O problema da sabedoria é que ela não se entrega facilmente à luz do dia. É preciso garimpar entre palavras e silêncios e, para isso, o garimpeiro não pode cultivar preconceitos, que são o exato oposto do saber” – Tião Martins
Márcia Vieira
Sobre a obra
O nosso Papo Filosófico, ocorrer habitualmente na Agência Thaís, centro comercial da nossa urbe. De propriedade do nosso intelectual amigo Miguel Mendes. Às vezes se estende até a Praça da Matriz, ou mesmo a Praça Doutor Carlos. Dele Participam, além de outros amigos que aparecem, o médico Aristônio Brito, o jornalista Paulo Narciso, o próprio Miguel, o empresário Frank Crosland, a jornalista Márcia Vieira. Eventualmente nos brinda com a presença o grande alma, pecuarista Danilo Moreira.
A jornalista aproveita e documenta fotograficamente os embates. Regados a reflexões filosóficas, reações sensórias e muito humor. Em homenagens a esses companheiros de busca posto abaixo uma reflexão da minha lavra.
 Raphael Reys
26/10/13
originalmente postado em "overmundo".

A verdade está no fundo de um poço muito enlameado. A alma é uma moeda de ouro que pode cair na lama, mas permanece no seu padrão. Após ser lavada estará pura novamente.
O primeiro caminho buscado quase sempre é o da religião e suas tortuosas teologias. Esse ópio do povo nos é apresentado como um retrato colorido, em que vibram os nossos anseios e prevalecem os baixos instintos. Pouco mais do que nada, às vezes nada, e, às vezes, até danos.
O ser humano não quer ser mortificado. Ama o seu ego cambaleante e seletivo. O indivíduo cultua a si próprio.
O buscador, pretenso inocente, será engambelado pelo sofisma dos propagadores e continua em seu voo do solitário para o solitário. A consequência dessa escravidão dos sentidos inconsequente, o levará a caminhos diabólicos e monstruosamente distorcidos.
A verdade tão almejada só será encontrada quando a consciência do indivíduo romper com o domínio temporal. O segredo da procura está guardado em uma frágil caixinha chamada coração.
As verdades, superações, compreensão, espírito de fraternidade e o amor na forma incondicional só são encontrados pelas trilhas e caminhos percorridos pelo falível coração.
Pelos sentimentos simples!
O ser dito vivente constrói com a sua mente, cenários fantásticos; com vivência própria. Tudo extraído dos recônditos do seu inconsciente e reminiscências da sua alma imortal. Esta mesma acumulou informações e experiências, trazidas de outras tantas jornadas que teve em sua rota de aprendizados e superações.
O Carro de Osíris, um ser conduz um veículo terrestre e, ligado ao mesmo, dois animais alados. Um dócil e o outro atávico e irredutível.
A função do condutor é manobrar o veículo, imprimindo-lhe um rumo norte, entretanto, ele apenas conduz o feliz instrumento.
O Ser Supremo que o criou e o mantém e nele está é o verdadeiro autor da ação. Que transcorre durante a missão.
O ser encarnado é afetado quimicamente, premido pelo medo, emoções súbitas, êxtase, fervor religioso e principalmente e diariamente, através do seu estado onírico. Tem como teto de voo e campo de pouso, toda a multiplicidade de manifestações do Universo. Emoções recalcadas ou não realizadas, querer saber, código doutrinário. Adquirido pela reflexão ponderada, ou construído filosoficamente. A ação é impressa.
A seletiva dos seus pensamentos, quase sempre irredutíveis, vaga em rotas múltiplas. Suavemente como uma dádiva recebida, ou tempestuosamente como a impulsão e voracidade de um pecado. Tudo depende do seu lastro mental construído.
Assim comporta, pois foi por Deus criado na sua individualidade. O seu Espírito é uma centelha que se fragmentou da fonte primeira e com a qual manterá pela eternidade uma ligação de parceria. A criação é conectada eternamente ao Criador.
A alma sai vogando por lugares que estão em consonância vibracional com a sua faixa de pensamentos, com o seu plano de seletividade. É o lastro ou peso, que sintoniza e atrai os semelhantes.
Apegam-se à roupagem que criaram pela força dos seus próprios pensamentos e, arrasta atrás de si, uma jangada a qual fora projetada apenas para fazer a travessia do grande caudal da vida.
Completada a travessia, a jangada deve ser abandonada, independente da sua suposta beleza e do prazer de os termos construído por caminhos inusitados.
É a morte do Ego-instrumento.

Fotos: Márcia Vieira Yellow
 

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