LAR das VELHINHAS recebe TIME de VÔLEI

Projeto Lar das Velhinhas recebe visita de comissão e jogadores do Moc Vôlei A casa de repouso Centro Feminino de Longa Permanência Lar das Velhinhas recebeu, na tarda da última quinta (3/12), a visita de jogadores e comissão técnica do Montes Claros Vôlei. Lá, a equipe do Pequi Atômico conheceu de perto um dos projetos solidários mais antigos da cidade, que oferece um pouco de carinho e conforto à mulheres em situação de abandono. Fundada em 1922, a casa de apoio hoje opera com ocupação máxima, atendendo à 68 idosas. De acordo com a coordenadora de enfermagem, Fabíola Brant, a mais nova interna da casa tem 36 anos idade e deu entrada após sofrer maus tratos por parte do ex-marido. “O objetivo é atender idosas com mais de 60 anos. Mas, por ordem judicial, podemos receber mulheres de qualquer faixa de idade”, disse a coordenadora. Fabíola acompanha o projeto há 5 anos e, apesar de sempre ter trabalhado na área de saúde, esta é a primeira vez em que tem o foco no trabalho com idosas. “É muito gratificante. Isso aqui é um exemplo vida, tanto para nós, que trabalhamos, quanto para os visitante, por que são idosas que retornam todo o carinho e o amor que a gente faz por elas. Tudo é recíproco.” Além dos problemas físicos e daqueles de saúde trazidos pela idade, muitas internas, em consequência do abandono, sofrem de doenças neurológicas, como a depressão. Mas há todo um grande trabalho dentro do Lar das Velhinhas também para o tratamento das internas que apresentam estes quadros clínicos, com acompanhamentos. Para manter o sorriso no rosto de cada idosa, um grande trabalho é feito nos bastidores e o maior conforto possível é oferecido a elas. Para tanto, o lar, que sobrevive em grande parte da renda das aposentadorias de suas internas, conta com o apoio da população, na doação de alimentos, fraldas geriátricas, dinheiro e qualquer outro bem, que pode ser revertido em renda por meio de leilões solidários. Mas Fabíola ressalta ainda que a comunidade pode também ajudar de forma mais íntima e fraternal. “Além dos bens materiais, também são importantes as doações de amor, atenção e carinho. Elas dão muito valor por que não se sentem esquecidas e abandonadas. Não por nós”, disse. O Lar das Velhinhas tem as quartas e quintas-feiras abertas para visitação, das 15h às 16h. Mas visitas de grupos de apoio podem ser agendadas em qualquer dia da semana por meio dos canais de comunicação da instituição e o trabalho voluntário é sempre bem vindo. Estudos na área alimentar Atualmente, está acompanhando a entidade de perto o mestre, doutor e pós doutor em fisiologia e farmacologia Sérgio Henrique Souza Santos, professor do Curso de Engenharia de Alimentos da UFMG em Montes Claros. Sérgio está desenvolvendo, junto a uma de suas alunas em pós doutorado, um alternativa às opções de alimentos de alto custo que a entidade tem hoje. “A maior parte das idosas acamadas não consegue ingerir alimentos sólidos nem líquidos. Então, precisamos de algo pastoso”, conta. “São poucas as opções no mercado hoje que, como vitaminas ou suplementos, substituem uma alimentação completa, que contenha carboidratos, proteínas, minerais e vitaminas equilibradas. E as que existem, são muito caras.” “O ideal é que cada uma tivesse acesso a uma alimentação destas pelo menos cinco vezes ao dia. Uma lata custa R$60 e nem com todas as doações que recebemos conseguimos atender a esta demanda. Então acabamos optando por opções paliativas, que é pegar substâncias mais baratas e misturar com frutas”, continua o professor. Os estudos de Sérgio no desenvolvimento de uma alternativa mais barata para a alimentação dos idosos em situação de acamamento ainda estão no início, mas ele conta com ajuda. “Tenho uma aluna de doutorado que será o projeto dela: produzir esta substância. Tentaremos desenvolver uma substância que tenha todos os macro micro nutrientes que substituam uma alimentação completa. Se conseguirmos, vamos usar produtos do cerrado, daí o custo ficará muito mais baixo.” O professor espera, desta forma, atender não somente às idosas do Lar das Velhinhas, mas, num futuro próximo, também de outros lugares. Da parte do Montes Claros Vôlei, houve muita interação e troca de afeto com as idosas. Entre uma amizade e outra com as dezenas de histórias diferentes ali dentro, o treinador Marcelinho Ramos se aproximou mais da Dona Augusta que, de acordo com ela mesma, entre uma colherada e outra na salada de frutas, disse que tem 46 anos e adora uma folia. Maicon Leite, central do Pequi Atômico, gostou de quebrar um pouco a rotina para esta visita acalorada ao Lar das Velhinhas. “Uma boa iniciativa da equipe de podermos visitar estas senhoras, que são grandes pessoas. Embora todas as dificuldades, vermos que elas são bem cuidadas e que são carentes. Precisam de carinho. Se todos pudessem vir, passar dez ou quinze minutinhos, ouvi-las de coração, faria muito bem a elas e também a você”, disse. “Vale para darmos mais valor às nossas vidas. Quando pensarmos em reclamar, vermos que estas senhoras, mesmo com todas as dificuldades, estão sorrindo. Pretendo fazer isto mais vezes”, completou o jogador. Confraternização de Natal O Lar das Velhinhas realizará, no dia 16 de dezembro, uma confraternização de Natal para angariar fundos para o final de ano das senhoras e também a longo prazo. Qualquer um pode participar e ainda apadrinhar uma das internas, bastando levar qualquer presentinho para uma delas. Para a ação, a entidade conta ainda com o apoio da população nos preparativos e na doação de bens para realização da festa. Quem se interessar em ajudar, - e elas precisam muito da dus ajuda - o Lar das Velhinhas tem sua sede localizada à Rua Dom João Pimenta, 65, no Centro de Montes Claros. O telefone para contato é (38) 3221 1299. Texto e fotos: Cid Bruno/MCV