CACHAÇA CLAUDIONOR: HERDEIRAS BUSCAM MODERNIDADE

Herdeiras da cachaça Claudionor buscam modernidade e mantêm tradição da aguardente de três gerações

Parceria com o Sebrae Minas buscou qualificar a produção e a divulgação da marca da empresa nacionalmente


O município de Januária, no Norte de Minas, se destaca na produção de cachaça artesanal. Uma das marcas mais conhecidas é a quase centenária aguardente Claudionor, que tem sua presença fortalecida no mercado por meio de uma parceria com o Sebrae Minas.
A cachaça Claudionor faz parte do Programa Origem Minas, uma iniciativa do Sebrae Minas e da Faemg que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento, a competitividade e a diferenciação do agronegócio no estado. De acordo com Úrsula Carneiro, uma das herdeiras e diretora da empresa fabricante da aguardente, são produzidas em torno de 80 a 90 mil litros por ano. Essa produção atende o mercado nacional, principalmente São Paulo, Minas e Bahia. Até ficar no ponto para ser comercializada, a cachaça é envelhecida por dois anos em dornas feitas com madeira de amburana.
 Úrsula administra a empresa com a sua irmã, Lícia Carneiro. As duas empresárias são netas do criador da marca, Claudionor. Hoje, quem vê as proprietárias do empreendimento se preocuparem com a modernidade, não imagina como tudo começou em 1925 e como o negócio sobreviveu a três gerações. “Naquela época, as bebidas produzidas na região não tinham nomes e todas eram chamadas simplesmente de ‘cachaças de Januária’. Porém, muita gente sempre dizia que queria a ‘Cachaça do Claudionor’. Daí, surgiu o nome”, explica Úrsula.
Ao longo dos anos, o rótulo permaneceu o mesmo, mas muita coisa mudou na administração da empresa. Úrsula Carneiro relata que a produção artesanal iniciada pelo seu avô passou para o pai dela. “Com a morte do nosso pai, coube a nós duas assumirmos o negócio em 2012. Sabemos que é um grande desafio, mas mantemos a tradição e os segredos da tradicional bebida que vem marcando décadas”, comemora Úrsula. 
A empresária conta que não herdou apenas dos homens da família o gosto pelo negócio. “Na verdade, a minha avó, Joventina Carneiro, foi peça fundamental para o sucesso da cachaça. Grande parte das ideias e da visão de empreendedorismo foi dela. Mas, como naquela época mulher não apareceria nos negócios, meu avô executava as ações e levava a fama”, brinca a herdeira.

Investindo no mundo digital
Visando incrementar o negócio e reforçar a divulgação da bebida artesanal produzida na cidade desde 1925, a cachaça contou com uma consultoria de marketing do Sebrae Minas em 2015. Por meio do Sebraetec, uma iniciativa do Sebrae que oferece conhecimento em inovação e tecnologia para micro e pequenas empresas, a empresa iniciou a construção de um website que apresenta a história, o processo de fabricação, vendas e curiosidades sobre o produto, que já recebeu vários prêmios de qualidade.
“Hoje em dia é essencial ter um bom site e confiamos nesta parceria com o Sebrae. Quem já conhece ou quem deseja conhecer a nossa cachaça poderá ter informações seguras, uma fonte de pesquisa da nossa própria empresa”, afirma Úrsula Carneiro, uma das herdeiras e diretora da empresa fabricante da aguardente.
De acordo com a analista do Sebrae Aline Magalhães, a instituição contribui para que a marca ganhe um ar de modernidade mantendo a tradição. “Oferecemos suporte aos profissionais do segmento e contribuímos com soluções para fortalecer ainda mais esse produto. A qualidade da aguardente produzida é inquestionável. Cabe nós contribuir para que a marca se solidifique cada vez mais”, destaca.

Premiada
O sucesso da cachaça Claudionor pode ser comprovado em várias revistas especializadas. Em 2007, ficou em quinto lugar no ranking das melhores cachaças do país; em 2009, subiu para terceiro e repetiu o feito em 2011.No ano seguinte, foi eleita a segunda melhor pelo ranking da revista Vip. Atualmente, figura entre as 50 melhores do II Ranking da revista Cúpula da Cachaça.





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