CRIANÇA e ADOLESCENTE: SEMINÁRIO aborda ALTA COMPLEXIDADE

CRIANÇA e ADOLESCENTE

Seminário aborda alta complexidade  


Texto e Fotos: Márcia Vieira




Aconteceu nesta quarta-feira, 29, no auditório da AMAMS, a abertura do Seminário Norte-Mineiro Alta Complexidade, que coloca em discussão medidas de acolhimento a crianças e adolescentes.

Flávia Gonçalves de Souza Ruas é assistente social e funcionária do CRAS há um ano e sete meses. Durante o seminário, era uma das mais entusiasmadas com o assunto: “Essa participação é importante, já que o nosso trabalho foca na convivência e acolhimento”.  Questionada sobre as mudanças que o trabalho provocou em sua vida, ela declarou: “Nós temos a concepção de que a violência está longe de nós, mas, na verdade, ela está bem próxima. Sem dúvida, me tornei mais humana e luto para que os mais necessitados conheçam e busquem a garantia de seus direitos”.



Simone Torres Gusmão, diretora de Assistência Social da Secretaria de Desenvolvimento Social e coordenadora do evento, declarou: “Consideramos prioridade a alta complexidade, ou seja, aqueles casos que chegaram à última instância, quando todos os vínculos familiares já foram rompidos. A proposta do nosso trabalho é o acolhimento, o resgate desta criança ou adolescente, daí a importância deste encontro proposto pelo secretário e bem recebido por todos nós”. 



O Seminário acontece justamente numa semana que foi tristemente marcada pela morte de um adolescente que se encontrava em abrigo, em medida protetiva, por determinação da justiça. O menino foi lembrado pelos presentes que fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem. O juiz Antônio de Souza Rosa fez questão de falar sobre o assunto e sobre a necessidade de “concentrar os trabalhos não em retórica, mas em solução dos problemas”. O juiz afirmou que “quem está em abrigo não é bandido e a sociedade precisa entender isso, caso contrário, eles correm o risco de virar bandidos. Não há mágica. Na hora de discutirmos soluções, temos que discutir dentro da nossa realidade”, disse Rosa.



Albanita Roberta, subsecretária de Estado de Assistência Social, pontuou os desafios: “Temos que lidar com a falta de recursos humanos, a falta de trabalhadores nesta área e a assessoria técnica do ponto de vista assistencial, que incide na morosidade e cultura do acolhimento. Nem todos os casos são de acolhimento e este seminário, por exemplo, é um dos caminhos que temos para alcançarmos uma solução”.




Participaram do seminário em Montes Claros, estudantes, profissionais ligados ao tema, autoridades do meio jurídico e servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social, além do titular da pasta, Secretário Cel. Franklin de Paula Silveira. No próximo dia 16 de dezembro acontece em Belo Horizonte o Seminário Estadual, que tratará do assunto em âmbito mais amplo.

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