CÂMARA DERRUBA EXECUTIVO

Câmara derruba veto de prefeito e mantém emenda que concede reposição salarial a servidores

Márcia Vieira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
16/08/2017 - 00h34 - Atualizado 08h01

Por unanimidade, os vereadores de Montes Claros derrubaram ontem o veto do prefeito à emenda do vereador Wílton Dias, que concedia reajuste salarial aos 5.600 servidores da administração. Dos 23 vereadores, 19 votaram, já que o presidente da Casa não vota e três outros por serem servidores municipais, foram orientados a se abster da votação. Cabe agora à Câmara promulgar o projeto para fazer valer a partir de 2018 a regra que define como índice mínimo do reajuste o valor da inflação.

A sessão foi acompanhada por dezenas de trabalhados do funcionalismo municipal. Antes da votação, a expectativa girou em torno da posição de vereadores considerados aliados informais do Executivo. Um deles, Aldair Fagundes, do PT, chegou a declarar que “votaria a favor do servidor”, mas usou o microfone para salientar que o prefeito poderia tomar providências futuras, como a judicialização da emenda, o que prejudicaria a categoria.

O autor da proposta, Wílton Dias, entendeu que a fala do colega soou como uma ameaça velada. “Falar que vai judicializar a questão é pra fazer nos fazer recuar. Não vamos recuar, inclusive porque o prefeito já deixou claro que não vai dar reajuste”, disse Wílton.

Após os votos e a decisão unânime, Dias comemorou a decisão. “O prefeito vetou a emenda num gesto de descompromisso com a classe que prometeu valorizar. Vejo agora um prefeito derrotado na sua intenção e uma Câmara coesa. Esperamos que ele possa daqui por diante mudar a sua atitude e ter senso de justiça”, declarou.

PRESSÃO
O servidor Adeílton Cardoso, que acompanhou a reunião até o final, disse que já esperava pelo resultado, uma vez que a emenda quando colocada foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares. “Surpresa pra mim foi o veto do prefeito. A emenda não onera os cofres públicos. Apenas corrige o salário e prevê que seja colocado um reajuste salarial esperado por nós”, disse.

Para ele, a votação confirma o que é um direito constitucional, mas a presença do servidor na Câmara foi fundamental. “A pressão política faz a diferença. A gente tem que se unir e estar sempre lutando pelos nossos direitos”, finalizou.


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