INTEGRAR e REINTEGRAR- MARA NARCISO

 

TEXTO CONVIDADO: MARA NARCISO

Integrar e reintegrar 

Mara Narciso

No tempo da Ditadura Militar, que vigorou no país durante 21 anos havia por força de decretos exagerados nacionalismo e ufanismo, caracterizados do ponto de vista de propaganda governista pelo slogan “Integrar, para não entregar”. Naquela época começaram a Transamazônica para impedir a invasão estrangeira da Floresta Amazônica Brasileira. As ações governamentais estimulavam o amor à Pátria, o canto do Hino Nacional, a existência de um Pendão Nacional nas salas de aula e repressão aos costumes, instalando-se um ultraconservadorismo. O clímax do orgulho nacional foi o tricampeonato de futebol em 1970 em Guadalajara, no México, e, à época, ouviam-se músicas que diziam “ninguém segura a juventude do Brasil”.

 Muitos casamentos de fachada estão falidos há anos, e um dia, um dos lados, geralmente a mulher, quer documentar o fim do matrimônio, quando os dois dormem em quartos separados e mal suportam se ver pelos cômodos da moradia. Mesmo que o solicitante tenha certeza da irreversibilidade da decisão, há uma Audiência de Conciliação, na qual o impossível pode acontecer. O lado fraco, inseguro e dependente, implora pela volta e logra “êxito”, retornando à estaca zero do divórcio, exceto pela manutenção dos sentimentos negativos tais como mágoas, recalques, sede de vingança e ódio. Por absurdo que possa parecer, alguns, para se reintegrarem à condição de casados, voltam a dormir na mesma cama, na tentativa de segurar o vento com a mão. 

Quando há uma invasão de imóvel, que, em princípio teria um proprietário e se resolve ficar lá dentro por anos, a justiça, a quem fez o pedido, e após prova de posse, poderá dar uma liminar para a Ação de Reintegração de Posse executada contra o pretenso novo dono, de acordo com os requisitos legais para a sua concessão. Ausentes tais requisitos, indefere-se o pleito possessório, dando-se posse ao novo dono. Esse tipo de decisão gera extremadas divergências de opiniões.

Os Protocolos Sanitários em relação à covid são claros quanto ao afastamento social, isolamento e confinamento, como única arma eficaz contra a contaminação e o adoecimento, até que haja vacina para a população geral. Todos os líderes mundiais recomendam o seguimento desta cartilha, exceto o presidente do Brasil. A Organização Mundial de Saúde dá suas diretrizes, desde 31 de dezembro de 2019, quando informou ao mundo o surgimento de uma estranha pneumonia na cidade de Wuhan. O cerco foi sendo apertado, com o primeiro caso brasileiro acontecendo em 26 de fevereiro de 2020. Depois chegaram a todas as cidades, tirando o ar da população pela sufocação dada pela doença, afetando todas as famílias, ou quase todas pelo medo. A lista de novos doentes acrescenta 450 casos por dia em Montes Claros, somando 23.287 diagnósticos confirmados. Muitos vencem a doença, outros são vencidos por ela. Tivemos 422 óbitos até o dia 19 de março de 2021.

Para que toda a família não adoeça, é preciso ter consciência da imperiosidade do isolamento domiciliar radical, com o enfermo dentro do quarto, recebendo o alimento na porta, com todos os neurotizantes rituais. Os cuidados com a lavagem de roupas, dos utensílios e sua desinfecção, a observância de não tocar e não trocar a sequência ao desinfetar objetos evita que mais pessoas caiam de cama, e até necessitem de hospitalização. Ainda que alguns técnicos achem improvável uma contaminação não inalatória, é melhor evitar todos os contatos, borrifando tudo com álcool 70º durante todo o processo, antes, durante e depois, além do distanciamento e uso de máscara pelos demais, ao circular pela casa. O cuidado com o lixo deve ser extremo, colocando-se um saco dentro de outro saco e borrifando com água sanitária diluída três para um, o tempo todo, amarrando bem a boca de ambos. Todo aparente exagero acabará por proteger alguém. O importante é interromper a cadeia de disseminação e contaminação.

Quando houver 14 dias desde o começo dos sintomas (algumas fontes dizem 7 a 10 dias), e se o doente for vitorioso contra o SARS Cov 2, poderá ser reintegrado à vida familiar. Tal reintegração, na ausência de testagem, poderá continuar observando o distanciamento e uso de máscara pelos mais vulneráveis, até não haver nenhum sintoma, fato questionável, porque a tosse pode persistir por meses. Alguns funcionários, antes de voltar ao trabalho passam por testagem de RT PCR em busca de material genético do coronavírus em suas gargantas. Fragmentos de vírus não viáveis podem ser detectados até três semanas após sumirem os sintomas. O preconceito contra os que se curaram tende a se reduzir, já que alguns querem culpar os doentes. Que todos possam ser vacinados!

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