A FORÇA FEMININA NO AGRO

 

A FORÇA FEMININA NO AGRO 

Escritório Regional atende 200 produtoras rurais

Eles ainda são maioria no campo. Mas, elas também estão à frente do agronegócio e dirigem as propriedades rurais com a delicadeza e a firmeza de uma mulher determinada a transformar a sua vida. No norte de Minas, algumas das produtoras rurais, assistidas pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES relatam suas histórias e conquistas alcançadas com o apoio dos Programas de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e AgroNordeste.

IVANILDE DE CÁSSIA FERREIRA BARRAL E A BOVINOCULTURA DE CORTE

Professora aposentada, Ivanilde assumiu os negócios na fazenda, em Botumirim, há dois anos após a morte do marido. Ela passou a administrar a pecuária de corte, atividade que já era explorada pela família. “Os desafios são muitos, especialmente em uma região carente e com pouca infraestrutura. Além disso, a área ainda é majoritariamente masculina, mas aos poucos vemos que isso vem melhorando”, comenta Ivanilde.

Em agosto de 2020 a produtora começou a ser atendida pelo Senar Minas. Oito meses depois o rebanho mais que dobrou, aumentou de 16 para 36 cabeças de gado entre matrizes, reprodutores, novilhas e bezerros. Segundo o técnico de campo, João Carlos Oliveira Souza, a Ivanilde, sempre muito dedicada, implementou na propriedade todas as orientações da Assistência Técnica e Gerencial. São medidas que melhoraram a capacidade de suporte da fazenda com técnicas de pastagem, controle de erosão, alimentação dos bezerros e reformas nas instalações dos animais. “A assistência do Senar expandiu meus horizontes. Tenho feito acompanhamento de todas as etapas do processo produtivo, bem como de todo manejo e sanidade animal. Isso me permite otimizar a compra de medicamentos, ração e antecipar algumas atividades comuns da área, que antes apareciam como problemas, pois não eram bem programadas”, descreve Ivanilde que também investiu no turismo rural, na modalidade de receptivo rural, é o Recanto das Aves.  Além da típica acolhida mineira e da mesa farta, os hospedes têm a oportunidade de visitar rios, cachoeiras, conhecer pinturas rupestres e passeios pelas veredas e trilhas pelas campinas.



DENUZA GOMES DA SILVA E BOVINOCULTURA DE LEITE

Há 15 anos Denuza, o marido e os dois filhos voltaram de São Paulo para São João das Missões. Cinco anos depois o companheiro faleceu e ela também teve de tomar a frente da propriedade rural. No sítio, cultiva banana, mandioca,

feijão, sorgo e uma variedade de legumes e verduras, produção vendida na região. Mas a principal atividade é a pecuária leiteira e já iniciou a construção de uma agroindústria para derivados de leite.

Em março de 2020 Denuza fez os cursos de manutenção e recuperação de pastagem para gado de leite. E logo em seguida começou a ser atendida pelo técnico de campo Carlos César. Antes da Assistência Técnica e Gerencial a produção diária de leite chegava a 80 litros, hoje, com 15 vacas leiteiras são produzidos 150 litros, aumento de 87,5%. “O curso do Senar nos enriqueceu de informações, graças a esses treinamentos, hoje manejamos a pastagem e a medicação dos animais, de forma mais correta”, conta Denuza, satisfeita por ter alcançado uma lucratividade de 43%.

Atualmente são produzidos na fazenda, bebida láctea, leite pasteurizado, manteiga e doce de leite. Tudo rotulado e envazado e distribuído na região, inclusive nas comunidades indígenas, próximo a São João das Missões. Danuza também participa de licitações para entrega de merenda escolar para o estado e o munícipio.


MARIA NEUZA MUNIZ DE AGUIAR E APICULTURA

Com a melgueira equilibrada na cabeça e o fumegador em mãos, Maria Neuza faz o percurso até o apiário da família na comunidade de João Moreira em São João da Ponte. É ela quem toma conta da criação de abelhas. Há dois anos, a dona de casa que ajuda o marido na lida no campo, resolveu investir na apicultura. “Eu sempre tive vontade de mexer com apicultura, mais não tinha oportunidades até vir esses cursos aqui para minha comunidade. E depois dos cursos consegui os equipamentos para começar na atividade”, conta a apicultura que fez três cursos oferecidos pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, o de produção de abelha rainha, de geleia real, único alimento da abelha rainha, é essa alimentação que a diferencia de uma abelha operária.  E o terceiro curso foi o de produção de pólen, alternativa para que os apicultores também vendam o pólen apícola. “Antes da assistência técnica a produtora tinha muita dificuldade em fazer os manejos nas colmeias e tinha muita perda de enxames por enxameação”, conta o técnico de campo Alex Sandro Santa Rosa, ao explicar que enxameação é o processo de divisão natural de colônias, que ocorre quando os feromônios da rainha já não são suficientes para impedir a produção de novas rainhas, por isso é essencial que sejam feitos os manejos corretos.

Quando Alex Sandro, iniciou a Assistência Técnica e Gerencial, a apicultura tinha seis colmeias, hoje são 11. O mel produzido será o da flor betônica, comum na região, a primeira colheita começa na segunda quinzena de abril. Dedicada e atenta, Maria Neuza está sempre em busca de conhecimento para gerar renda dentro da propriedade.

Atualmente são 200 mulheres produtoras, que tomam conta dos negócios, cadastradas nos Programas ATeG e AgroNordeste. O Escritório Regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, sediado em Montes Claros, atua em 74 municípios do norte de Minas.

Assessoria:  Ana Medeiros/ Montes Claros

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