RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM NO SERTÃO GANHA DESTAQUE


Recuperação de pastagem no sertão ganha destaque 

 ATeG transforma propriedade rural

Pastagens degradadas, falta de conhecimento técnico e criação de animais com mentalidade extrativista. Esta ainda é a realidade de várias propriedades rurais no norte do estado. Mas, com orientações adequadas e dedicação, há produtores que mostram como é possível reverter a situação e aprender a se adaptar aos longos períodos de estiagem comuns na região.  Foi o que aconteceu na fazenda Recanto dos Pantas, do pecuarista Roberto Costa, em Grão Mogol. Oito meses depois da recuperação e da formação de pastagem, áreas consideradas improdutivas ganharam vida nova, e o rebanho cresceu de 12 para 40 cabeças de gado de corte. 

A pecuária de corte é uma das principais fontes de renda da família de Roberto Costa. Ele é um dos 30 produtores rurais de Grão Mogol, Cristália e Botumirim que são atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial – ATeG, por meio do Programa AgroNordeste, desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES. O trabalho é feito pelo técnico de campo, João Carlos Oliveira Souza. “Em agosto de 2020, já na primeira visita foi possível observar a desmotivação por parte de pai e filho, que após meses de seca intensa, se viram sem alternativas para alimentar o rebanho”, descreve João Carlos. O sítio de 108 hectares é herança dos pais de Roberto Costa que já trabalhavam com a pecuária como a principal atividade da família. Em virtude da intensa seca na região e os problemas para alimentar o gado, o produtor cogitou abandonar a lida no campo.  “Desanimados com a situação, pensamos muitas vezes em desistir de tudo quando em agosto do ano passado, fui procurado por Gêge (Geraldo Andrade, mobilizador do Senar) falando do curso de assistência técnica na bovinocultura de corte do Senar”, conta o pecuarista que entrou para o Programa, fez o curso de capacitação e passou a receber as visitas técnicas.


Antes da assistência técnica o gado era alimentado basicamente por capim nativo e uma pequena área de brachiaria. Prevalecia a paisagem do cerrado cinzenta e sem vida provocada pela longa estiagem. Após o diagnóstico da área, foram iniciadas as análises e correção de solo, adubações, intervenções para controle de processo erosivo com uso de curvas de nível, preparo do solo para plantio e divisão de piquetes. Na propriedade também foi implantada uma área de capineira, com plantio do capim BRS Capiaçu. “Além do viés técnico, foi trabalhada a questão gerencial da propriedade, abordando o fluxo de caixa da atividade, esclarecendo em quais as atividades tem gerado maior desembolso”, explica o técnico; ele esclarecer que durante as visitas também são coletadas informações referente a despesas e receitas das atividades, registradas no caderno do produtor.

O produtor, hoje, possui um rebanho distribuído com um reprodutor, matrizes, novilhas, bezerros e bezerras de corte. A família também aprendeu sobre a importância de manter registros atualizados e os cuidados relacionados à rotina na propriedade como o uso do pasto maternidade, controle de carrapatos, alimentação suplementar, vermífugação, vacinação e identificação dos animais por meio de brincos. “Em pouco tempo, após as intervenções da assistência técnica do Senar, é possível notar as melhorias na propriedade. Agora contamos com formação de pastagens em áreas que antes eram improdutivas, o que possibilitou manter e alimentar, hoje, mais de 40 cabeças de gado”, comemora o pecuarista que conta com a ajuda do filho, Célio Renan Costa, como braço direito dele na lida diária. Estimular a sucessão e preservar a continuidade dos negócios familiares no campo é um dos pilares do Sistema FAEMG/SENAR/INAES por meio do Programa Sucessão no Campo. A metodologia e o desenvolvimento dos conteúdos técnicos incluem aulas expositivas e a consultoria nas propriedades rurais.

AgroNodeste

 O AgroNordeste é um plano de ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a ANATER – Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural –, e presta assistência técnica e gerencial a propriedades do semiárido no Nordeste e em Minas Gerais. São 54 grupos assistidos em Minas Gerais, o que significa capacitação, conhecimento e geração de renda para 1.620 produtores. O programa atende oito cadeias nas regionais de Araçuaí e Montes Claros: Apicultura, Avicultura, Cafeicultura, Fruticultura, Olericultura, Bovinocultura de Corte e Leite e Piscicultura. Em 2020, o projeto, sob a orientação do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, atingiu 100% da meta de atendimento




 Texto e Fotos: Assessora de Comunicação do Senar Montes Claros

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