FAIXA EXCLUSIVA: PERMANÊNCIA BENEFICIA COLETIVIDADE



25/05/2017
Comércio cobra fim de faixa exclusiva


Márcia Vieira
Repórter
P/ O NORTE
Com cerca de 400 mil habitantes, Montes Claros tem na mobilidade urbana um dos seus principais desafios. Seguindo os passos de cidades como Curitiba, que desde 1970 já faz mudanças no trânsito com foco na mobilidade, foi implantada em 2013 a faixa exclusiva para circulação de ônibus na Avenida Geraldo Athayde, uma das vias de maior fluxo da cidade. Recentemente, a obra foi tema de audiência pública proposta velo vereador Pastor Elair na Câmara Municipal, a pedido dos comerciantes da avenida. 

A partir daí, a MCTrans divulgou que o pedido seria atendido. Meses depois, informações de pessoas ligadas à autarquia revelam que a faixa ainda não teria sido retirada porque depende de parecer técnico de servidores do órgão, que se recusam a “avalizar” a medida. Estudos internos indicam que, apesar dos protestos dos comerciantes, o uso do corredor foi positivo e beneficiou a coletividade. 

Cerca de 43 mil pessoas usam diariamente o transporte coletivo urbano. A frota de ônibus conta com 130 carros e 37 linhas divididas em duas empresas. Dessas, 7 linhas circulam diariamente pela Geraldo Athayde. 

A dona de casa Clara de Souza faz tratamento médico semanal e com hora marcada. Para ela, pontualidade é sobrevivência. Clara utiliza o coletivo para ir do Monte Alegre ao Hospital Dilson Godinho e revela que o corredor facilitou a vida. “Só quem anda de ônibus todo dia e não tem outro meio de transporte para saber o que isso representa. A viagem ficou mais rápida, a medicação só faz efeito se for tomada na hora certa e eu consigo retornar para casa a tempo de fazer o almoço”.

Rapidez também é o que almeja Jaqueline Camelo, gerente executiva da Associação de Transportes Coletivos Urbanos de Montes Claros (ATCMC). “Temos que caminhar para a frente. Retirar a faixa significa perda para quem faz uso do coletivo. Qualquer faixa exclusiva é ganho substancial e significativo para o transporte coletivo”.

A gerente acrescenta que mudanças geram desconforto, mas “cabe ao poder público investir em infraestrutura para garantir os avanços”. O vereador Elair pondera: “Fiz minha parte, que é interceder e levar a demanda do povo, mas quem toma a decisão é o prefeito”.


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