UNIMONTES
Doutorado saúde: tese de professora da Unimontes associa produção
científica, patentes e formação profissional
Um trabalho inédito e de grande importância
para a política nacional de ciência e tecnologia. A professora Maria Ivanilde
Pereira Santos, dos departamentos de Economia (CCSA) e de Saúde Mental e Saúde
Coletiva (CCBS) da Universidade Estadual de Montes Claros defendeu tese de
doutorado que avalia a produção científica, geração de patentes e formação de
recursos humanos na área da saúde. O estudo foi realizado no âmbito do programa
de pós-graduação Stricto sensu em
Ciências da Saúde (PPGCS) da Unimontes, orientado pelo professor Doutor
Hercílio Martelli Júnior.
A base da pesquisa está numa série histórica
ao longo de 13 anos (2000 a
2012) sob o universo de 831 pesquisadores das áreas da Odontologia, Enfermagem
e Saúde Coletiva contemplados com bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq de
diversas regiões e universidades do Brasil.
Trabalho
O objetivo do estudo foi avaliar a produção
científica e tecnológica e a formação de recursos humanos (desde a iniciação
científica até a pós-graduação) realizadas por estes pesquisadores nos últimos
treze anos e, ainda, avaliar alguma associação entre estas modalidades de
produção com as características dos pesquisadores.
Socióloga, sanitarista com mestrado em Economia
pelo Cedeplar/UFMG e agora, doutora em Ciências da Saúde, Ivanilde Pereira atua
na Unimontes há mais de 20 anos no ensino, extensão e pesquisa nas áreas de
economia, economia da saúde e saúde coletiva. “É um tema com o qual tenho muita
afinidade e que considero relevante, uma vez que produção de ciência e
tecnologia e formação de recursos humanos são componentes fundamentais no
processo de crescimento e desenvolvimento das nações, ou seja, o conhecimento e
sua aplicação têm sido considerados como insumo básico para o progresso dos
povos”, salienta a professora Ivanilde.
RESULTADOS
DO ESTUDO
Dentre os principais resultados, o estudo
aponta para um hiato entre produção científica e inovação e revela uma produção
científica consistente, uma expressiva formação de recursos humanos, “mas uma
tímida produção de patentes, principalmente na enfermagem e na saúde coletiva, o
que evidencia uma dificuldade brasileira em transformar conhecimento em
inovação”, revelou a pesquisadora.
A pesquisa identificou também uma concentração
regional e institucional e uma importante participação do gênero feminino,
sobretudo em duas das áreas estudadas. Como um importante resultado, segundo a
autora, o estudo revela a existência de associação entre os desfechos produção
científica e formação de recursos humanos e gênero, origem e formação do
pesquisador.
CONTRIBUIÇÕES
– Os resultados do estudo
mensuram a contribuição recente da Odontologia, da Enfermagem e da Saúde Coletiva
no sistema de ciência e tecnologia nacional e podem subsidiar governos,
comunidade científica e instituições de fomento no planejamento e na tomada de
decisões, especialmente voltados para a desconcentração.