segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

LACERDA e RUY: PEREGRINAÇÃO PELO NORTE de MINAS

Peregrinação pelo Norte de Minas
Pré-candidato ao governo do Estado pelo PSB, Marcio Lacerda percorre região para ouvir e debater propostas

Márcia Vieira
Montes Claros
07/02/2018 - 23h01 - Atualizado 23h06 



O ex-prefeito de Belo Horizonte e atual presidente do Conselho da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Marcio Lacerda, está no Norte de Minas nesta semana com a caravana pela pré-candidatura ao governo do Estado. A peregrinação teve início em 2017 e percorreu 130 cidades mineiras. Ontem ele foi recebido em São Francisco, Brasília de Minas e Coração de Jesus. Hoje, visita as cidades de Taiobeiras, Rio Pardo de Minas e São João do Paraíso. 

Apontado como o melhor prefeito do Brasil por cinco vezes consecutivas, de acordo com pesquisa dos institutos Datafolha e Ibope, Lacerda tem o desafio de se tornar conhecido no interior do Estado. Dados indicam que ele é conhecido entre 22% dos eleitores do Estado, e, entre estes, 14,6% apontam o seu nome como favorito às eleições de outubro.

Para o socialista, Minas é um estado diverso e com características muito peculiares. Em relação ao Norte do Estado, ele considera que é necessário um planejamento específico para atacar o grande problema da região, que é a crise hídrica. Como vantagem para enfrentar o problema, Lacerda carrega a experiência de ter passado pelo Ministério da Integração Nacional. 

O pré-candidato aponta falhas na gestão como principal causa do colapso financeiro das contas públicas de várias administrações no país. A fim de promover a recuperação financeira e a redistribuição do dinheiro, ele entende como único meio o diagnóstico preciso e transparente das dificuldades e a união em torno do mesmo objetivo, inclusive com trabalho voluntário aos fins de semana. Para isso, sugere uma equipe diferenciada, técnica e menos política, onde a sociedade seja chamada a participar, partilhar e assumir responsabilidades. 

“Acho que a nossa obrigação de político, administrador ou pré-candidato é enfrentar este tipo de situação. O povo quer uma pessoa experiente, trabalhadora. Eu penso que preencho essas características. Isso foi o que me motivou”, disse, durante visita a São Francisco. 


RECEPÇÃO
Acompanhando do ex-prefeito de Montes Claros, professor Ruy Muniz, Lacerda foi recebido calorosamente por vereadores e lideranças políticas na cidade de São Francisco, como o ex-prefeito Severino Gonçalves, tido como uma das figuras centrais da política sanfranciscana.

“Lacerda tem o nosso apoio, e a política precisa de homens como ele, honesto, trabalhador e que fez a melhor administração do Brasil” , disse o ex-prefeito, que na ocasião citou o ex-prefeito Ruy Muniz como candidato ideal para defender e trabalhar por Minas no Senado. 

Para Muniz, Lacerda reúne as qualidades necessárias para Minas e a sua pré-candidatura ao Senado reforça a parceria, cujo modelo de gestão é similar.

“Política é coisa boa e é necessária a participação do cidadão. A política pode reduzir as desigualdades e o Marcio tem a vida pautada neste caminho. Me inspirei nele para administrar Montes Claros. Ele implantou escolas, valorizou a educação e fez uma administração moderna. O povo do Norte é empreendedor e vai saber reconhecer o seu valor”, disse Ruy.

Lacerda comentou a possibilidade de ter um norte-mineiro como candidato ao Senado na chapa do PSB. “Pelo que Ruy representa para o Norte, por seu trabalho político, administrativo e empresarial, ele tem as credenciais necessárias para uma campanha vitoriosa e eu espero que seja”, declarou. 
 



TEXTO CONVIDADO: MARA NARCISO

TEXTO CONVIDADO: MARA NARCISO

Mudando paradigmas / Mara Narciso
 
Existem referências inquebrantáveis, petrificadas, tão firmes e concretas que muitos as engolem sem esboçar qualquer dúvida. Apenas pessoas loucas têm coragem de questionar, enfrentar e derrubar tais barreiras, pisoteá-las, triturá-las e colocar algo novo em seu lugar. São os pioneiros, desbravadores, que mudam o ambiente em sua volta. A humanidade anda por causa dessas pessoas, homens e mulheres ousados, que não se conformam com o que está estabelecido, discursam, fazem seguidores, mas agem, jogando conceitos no chão, trocando-os por outro. É o que se chama atitude.

O mundo já deu muitas voltas e tantas coisas aconteceram à humanidade, que parece não haver mais nada a ser achado, inventado e afins. Tudo já foi feito. Ser original hoje parece impossível, pois “nada se cria, tudo se copia”, como dizia, parafraseando Lavoisier, Abelardo Barbosa, o Chacrinha, morto em 1988.
 
A surpresa é quando o banal choca, cria arestas, destila discórdia. O século XXI já esgota sua segunda década, e ainda há carruagens na rua. Pessoas sonhadoras, que estão fixadas em comportamentos antigos. Há uma volta da censura, com caça à liberdade e à autonomia. O efeito manada predomina, e, outrora comandado pela televisão, hoje as redes sociais o controlam. Quando a ordem é dada, poucos não a obedecem.
 
Na década de 1960, durante uma festa, uma mulher “desquitada” entrou num clube em Montes Claros. A orquestra parou e o organizador foi ao microfone mandar que ela se retirasse. Quem vê os books românticos de grávidas em estúdio, com suas barrigas polidas de sete meses, nem imagina o rebuliço que Leila Diniz causou quando mostrou o barrigão numa praia do Rio de Janeiro em 1971. O preconceito anda amarrado com a ignorância. Quando a AIDS surgiu, no começo da década de 1980, numa piscina lotada de um clube, um moço gay pulou, inocentemente. As pessoas desocuparam o lugar.
 
Estranhamente, há um retorno aos comportamentos de décadas atrás, um moralismo sem sentido ditado por pessoas que não têm moral, como bem ressaltou em seu discurso na época do impeachment, Dilma Rousseff. Outros pregam a liberdade de pensar e se expressar, individualmente, assim como quebram paradigmas – as referências, os exemplos típicos, os modelos a seguir, os padrões -, ainda que sejam fortes no Congresso Nacional os grupos da Bíblia, do boi e da bala, ou seja, evangélico, ruralista e militarista.
 
“Uma comunidade científica consiste de pessoas que partilham um paradigma”. Estudos e contradições, num certo momento podem dar origem a um novo paradigma para aquela comunidade. O escrutínio científico demonstra que aquelas verdades estão antigas e superadas e novos conceitos são apresentados. Acontece isso na Medicina, por exemplo. Houve um tempo em que o diagnóstico de Diabetes Mellitus era dado com glicemia igual ou maior que 140 mg/dl em jejum. Como pessoas abaixo desse parâmetro apresentavam complicações típicas da doença, o número caiu para 126 mg/dl.
 
Quebrar referências sociais é para poucos, e nem sempre significa transgressão, mas, de alguma forma é a saída da zona de conforto e a busca de algo melhor, mais livre, sem as amarras do prejulgamento.

Deixar o preconceito dormir e não acordá-lo não é coisa de desocupados que pregam o politicamente correto. Só acha isso perda de tempo, quem não foi vítima dele e nem teve prejuízos com a discriminação. Então, se munir de coragem e ir atrás do justo e adequado socialmente é coisa de malucos sim, e que ficam às voltas com ideias preconcebidas, desprezos e pedradas dos vizinhos. Desconfortáveis, mas tranquilos. Quando o novo comportamento é aceito e se assenta, quando vira “normal”, os que a princípio o rejeitavam, o abraçam, e mesmo calados veem que foi melhor assim. Exemplos? Que cada um pense em um e veja o que ganhou com a mudança. Ainda que nem tudo que mude, seja para melhor.
 
9 de fevereiro de 2018
 

PRÊMIO BNB de JORNALISMO FOCA DESENVOLVIMENTO REGIONAL



Prêmio BNB de Jornalismo recebe inscrições de matérias que retratem o desenvolvimento regional


Além de conteúdos de economia, o tema abrange abordagens
sociais, culturais, ambientais e tecnologia  



Montes Claros, 8 de fevereiro de 2018 – Até 23 de fevereiro, o Banco do Nordeste receberá inscrições para a edição 2018 de seu Prêmio de Jornalismo. Esta edição concederá R$ 191 mil a autores de matérias sobre o tema desenvolvimento regional. As inscrições podem ser feitas pelo site do projeto ou pelos Correios.  O regulamento completo está disponível em: www.bnb.gov.br/web/premio-banco-do-nordeste-de-jornalismo
Serão concedidos nove prêmios profissionais e um universitário. Podem ser submetidos materiais jornalísticos de mídia impressa, rádio, TV e internet, publicados ou veiculados em 2017, por empresas de comunicação brasileiras. Os estudantes podem inscrever conteúdos de mídias-laboratório.
O tema geral da premiação, desenvolvimento regional, é considerado em sua vertente mais ampla e abrange abordagens econômicas, sociais, culturais, ambientais, entre outras. Dessa forma, são relacionados como subtemas: expansão de crédito; empreendedorismo; geração de empregos, ocupação e renda; tecnologia e inovação; responsabilidade socioambiental; e manifestações culturais.
Na edição 2018, especificamente, o Grande Prêmio Nacional reconhecerá o mérito de trabalho que aborde "O papel das cidades médias para o desenvolvimento regional".
Conheça
O Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo foi criado em 1980 e, até 1999, agraciou apenas trabalhos publicados em mídia impressa. Retomado em 2003, passou a premiar materiais das demais mídias. Desde então, já concedeu 298 prêmios a trabalhos que refletem sobre aspectos do desenvolvimento da Região.