EXPOMONTES 2014
Expomontes fomenta agronegócio no Norte de Minas
Para o grande público, não há como não encarar a Expomontes como uma grande festa. Escolher como ir ao Parque de Exposições João Alencar Athayde, passear e assistir aos shows criam esse imaginário. Porém, a Expomontes vai muito além. Se voltarmos a 1957 quando a primeira edição foi realizada, fica mais fácil entender. O que faria um grupo de fazendeiros se reunir em um parque recém-construído, num terreno de muita terra e pedra, para expor seus animais? Não havia shows naquela época e a única atração era mesmo os animais.
Ainda hoje, é a produção do agronegócio norte mineiro o grande e mais importante atrativo da Exposição. Não estamos mais em 1957, portanto, durante o evento, produtores rurais têm a oportunidade de terem reunidos em um único lugar uma diversidade de raças de animais, opções de crédito rural diferenciados, preços promocionais de maquinário e conhecimento sobre inovações tecnológicas.
"É pensando no produtor rural que nos empenhamos ao máximo. Claro, hoje a Expomontes se tornou também uma grande festa para toda a região, mas se fosse apenas isso, não iríamos comemorar durante um período tão difícil quanto o que passamos", aponta Moacyr Basso, diretor financeiro da Sociedade Rural.
Ele se refere ao cenário de seca prolongada por três anos, que vem castigando os produtores rurais. Por falta de água e de pasto, grande número de cabeças de gado norte mineiras foi vendido, antes que os produtores da região vissem o gado morrer por não ter como alimentá-lo. Também a agricultura acumula perdas nos últimos três anos, colocando em cheque a visão da Expomontes apenas como festa.
"Ano passado nos questionaram o porquê de fazer festa num momento de crise, e respondi que somos muito mais que uma festa, somos a força que impulsiona a economia do agronegócio norte mineiro. É difícil realizar um evento como este após três anos de seca, mas isso também nos deixa em condições de mostrar às autoridades a força da nossa classe, de apresentar nossas reivindicações", destaca.
Dentre as questões a serem apresentadas para o Estado, Moacyr cita os altos custos da festa, inclusive com segurança. "Contratamos grande número de seguranças para suprir um papel que tem de ser do Estado, e fazemos isso sem ajuda de custos. Isso precisa ser revisto, e outras esferas precisam ter maior participação nesse evento, pois hoje a Expomontes significa muito para a economia de Montes Claros como um todo", pontua.
Além disso, ele também cita problemas relacionados ao licenciamento ambiental e os entraves colocados pelo Estado. Segundo ele, Minas Gerais é um dos Estados que mais dificulta a vida dos produtores, especialmente os ligados ao cultivo de floresta de eucalipto, que para ele é uma atividade de agricultura como outra qualquer. No entanto, designou-se o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para fazer vistoria antes de autorizar o licenciamento.
"O órgão possui apenas dois fiscais, não tem veículo, como vai dar conta da demanda aqui da região? É um absurdo, o produtor rural está à mercê da ineficiência governamental", protesta.
Diante de tantas lutas e tantas conquistas, Moacyr não deixa de ressaltar seu orgulho por ser parte da Sociedade Rural, entidade sem nenhum histórico de manchas, apenas de lutas em prol da comunidade. "É para mim uma honra ser diretor dessa entidade, que continua crescendo e enchendo de orgulho todo o Norte de Minas", finaliza.
Palco do agronegócio
Os 70 anos da Sociedade Rural apresentam marcas na história norte mineira. São as exposições a mola propulsora dos avanços conquistados para o agronegócio, seja no setor econômico, em melhoramentos genéticos ou na propagação de novas tecnologias.
A cada edição, a Expomontes comprova essa verdade superando as expectativas propostas. Sabemos que um dos grandes trunfos da Expomontes é a junção de negócios diversificados, atendendo a outros setores da sociedade, capaz de atrair a atenção da mídia e do grande público norte mineiro. A interação entre genética, leilões, estandes, entretenimento, palestras e mostras de tecnologia fazem do evento um campo fértil, incentivando o produtor rural na busca de melhorias constantes.
Para Moacyr, realizar a Expomontes mostra a real força da classe ruralista. Neste ano, a feira conta com 70 estandes de diversos setores como comércio, indústria, e serviços. Estão no Parque de Exposições João Alencar Athayde, projetos para agricultores, horta agroecológica, máquinas agrícolas de alta tecnologia, construção civil e pavimentação, vestuário, dentre outros.
Na Expomontes não é possível setorizar os estandes por causa da diversidade dos produtos ofertados. Os empresários optam pelas áreas de acordo com a proximidade do público. De acordo com, Mariah Carvalho, Marketing de Negócios da Sociedade Rural, a demanda atual é bastante expressiva, mas não há como aumentar o número de empresas dentro do Parque por causa do espaço destinado para o setor. A procura em 2014 foi surpreendente.
“Fiquei muito surpresa, achei que a procura fosse cair por causa da Copa do Mundo, mas fomos surpreendidos,” comemora.
Os parceiros mais antigos são:Triama Norte, Tratormoc, Sementes Tolentino, Confboi, Vemape, Bamaq, Balanças Açores, Balanças Valfran.
A Triama traz maquinário para plantio direto, indústria e construção civil, com destaque para os tratores cabinados, direcionados ao pequeno e médio produtor rural. As máquinas variam entre R$ 70 mil e R$ 220 mil.
De acordo com o gerente comercial da empresa, Márcio Gontijo, a expectativa para os negócios neste ano é de R$ 4 milhões de reais. “Temos uma equipe preparada que veio para a exposição com espírito de negócio e motivação”, diz. Segundo ele, o estande está todo equipado e possui estrutura ideal para atender ao cliente da melhor maneira possível.
Além das vendas diretas, a Triama também inicia os processos de financiamento e consórcios na própria exposição. “O processo começa aqui no estande, é enviado para o projetista e depois para o agente financeiro. Temos parceria para financiar o maquinário através do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander”, explica.
A Triama está presente na Expomontes desde quando se instalou no município, há 18 anos. “A feira é uma vitrine para o agronegócio, uma referência no Norte de Minas. É muito importante a participação da empresa no evento”, afirma Márcio. Ainda segundo o gerente comercial, “os clientes da Triama criam uma proximidade maior com o evento ao perceber a presença do estande da empresa, eles se sentem em casa”, conta.
Começando agora
Quem expõe pela primeira vez é Orthomontes, Orthocrim, Fox Conexão. Para Jainy Cordeiro, gerente da Orthomontes, que ocupará um espaço de 80 metros quadrados, acredita que bons negócios virão com a exposição. “É a primeira vez que trouxemos nossos produtos. O objetivo principal é divulgar e consolidar a marca na região”, relata.
O expositor e presidente da Associação dos Irrigantes do Norte de Minas, Orlando Machado, também irá expor pela primeira vez na Expomontes. “Espero resultados positivos. Decidi na última hora montar um estande e a expectativa é muito boa, muitas pessoas circulam por aqui neste período, a divulgação vai ser muito satisfatória”, conta.
Para esta primeira exposição, o expositor traz uma novidade. “Silagem de milho ensacada. Geralmente ela é vendida em à granel. Esta é a nossa novidade”, afirma. Agora os produtores rurais podem comprar a silagem em pequenas quantidades para utilizá-la de acordo com sua necessidade.
A Sotreq ainda não possui uma loja física no Município, mas participa da Expomontes pelo segundo ano consecutivo. Segundo o consultor de vendas Marco Moreira, “o evento traz visibilidade e impulsiona as vendas”, diz. Neste ano, a expectativa é de negociar 3 milhões de reais durante os 13 dias de festa.
“Ano passado vendemos 12 máquinas, e até o fim do ano ainda fizemos negócio com clientes que nos conheceram durante a exposição”, conta Thiago Costa, também consultor da empresa. Segundo ele, “o principal objetivo é ganhar visibilidade para a empresa, tendo em vista a grandiosidade do evento e a possibilidade de fazer novos clientes”, conclui.
Quanto se trata expectativa, Mariah declara que “são as melhores possíveis, pois vejo que as grandes oportunidades surgem diante das barreiras e das dificuldades. Agora é só aguardar o volume de negócios realizados por nossos investidores torcendo para que o evento lhes traga o retorno com a garantia de muito sucesso”, finaliza Mariah.
Conforme o Diretor Financeiro, “estar na Expomontes é colocar-se no palco do agronegócio norte mineiro, é potencializar as relações com seus clientes, é torna-se grande junto aos grandes, é ser visto e percebido por 360 mil pessoas. A cada edição buscamos a superação e uma interação cada vez maior com o público. Abrimos novas oportunidades de veiculação, aprimoramos a planta do evento e trabalhamos para que haja um crescente número de negócios”, descreve Moacyr.