quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

SECRETÁRIO BLINDADO e ADMINISTRAÇÃO PARADA

Secretário blindado e administração parada

Claudinho da Prefeitura, prestigiado pelo prefeito, faz sombra em companheiros da administração e nega audiência ao povo e aos vereadores

Márcia Vieira
Repórter
P/ O NORTE (onorte.net)

“Público” quer dizer “relativo ou pertencente ao povo, à população, que serve para uso de todos, que é do conhecimento de todos”. Portanto, o servidor público deve estar a serviço da população. Mas, em Montes Claros, a palavra ganhou outra conotação e nos últimos dias virou sinônimo de “inacessível”.

Tudo isso, graças ao titular da pasta de Administração, secretário Cláudio Rodrigues de Jesus, o famigerado Claudinho da Prefeitura, eleito vereador e licenciado da Câmara para integrar o staff de Humberto Souto. A reclamação é geral: o servidor ganhou ares de super secretário e se distanciou do povo.

Em passado não muito distante, Claudinho era defensor inconteste dos servidores e esta foi a sua bandeira de campanha. Entretanto, além dos funcionários frustrados, os colegas vereadores também não escondem a decepção.

- Claudinho não recebe nem mesmo os vereadores. Segundo a sua assessoria, ele só tem agenda para março – destacou o vereador Edmílson Magalhães, da tribuna do legislativo.

CONTRATAÇÕES
Mas, a denúncia mais grave foi feita pelo vereador Wilton Dias, que levou à Câmara exemplar do Diário Oficial do dia 11/02/17, que trata da contratação de quarenta e oito “agentes políticos”, nas palavras do vereador.

- Temos acompanhando por diversas oportunidades o prefeito reclamar da falta de recursos para pagar os servidores contratados. Mas o Diário Oficial traz essas contratações.  Não se sabe o critério utilizado, mas sabemos que envolve o compromisso político. E o prefeito continua insistindo em dizer que não tem compromisso com partido político nem com aliados.  Sabemos que isso é uma farsa - desabafou Wílton. 

Segundo ele, o prefeito disse, por diversas vezes em campanha, que ia valorizar o servidor público, mas está valorizando apenas o servidor secretário.

- Quando anui com a licença de Claudinho para a prefeitura, apostei que ele iria fazer algo em prol do coletivo. Mas o que percebemos é que ele está preocupado com o seu ninho político. Não sei se ele vai ser candidato a alguma coisa, mas o que está transparecendo é que ele está cumprindo compromissos do passado pensando no futuro – desabafou Wilton Dias.

Ele também mandou um recado ao secretário. 
- O servidor que apostou em você, nobre secretário, não está nem um pouco satisfeito com a sua atitude. Para falar com você, tem que agendar reunião com no mínimo 60 dias.

Wilton declarou ainda que os demais secretários sentem-se menosprezados na administração.
- Quando procuramos qualquer secretário para conversar e resolver um problema, eles dizem que não têm autonomia, que estão ali, mas que quem resolve mesmo é Claudinho - finalizou.

APELO NA CÂMARA
Maria Lopes dos Reis, moradora do Residencial Minas Gerais, no Village do Lago, esteve na Câmara Municipal em busca de apoio dos vereadores, porque não conseguiu ser atendida pela administração.

- Estamos isolados, não temos nada. Eu sou idosa e estou sendo prejudicada. Lotação quando passa no bairro é de hora em hora. Se a gente tiver uma necessidade, morre à míngua. O prefeito passou lá antes de ganhar. Agora, não vejo falar mais nada, não se discute nada para o nosso bairro. Eu estou aqui pra pedir ajuda dos vereadores, porque com Claudinho ninguém consegue falar. Tenho outros problemas para resolver na prefeitura sobre o meu filho que era servidor, mas ele nunca nos atende.


MANIFESTAÇÃO CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Foto: Márcia Vieira











16/02/2017
Manifestação contra reforma da Previdência

Manifestantes tomaram as ruas da cidade para dizerem “não” à reforma da Previdência

Márcia Vieira
Repórter
P/ O NORTE (onorte.net)
-
Na manhã desta quarta-feira 15, o centro de Montes Claros foi tomado por manifestantes de outros municípios que se posicionaram contra a PEC 287, que trata da reforma da previdência social, prevista para entrar em votação no Congresso Nacional nos próximos dias.

Isabel Pereira, trabalhadora rural na comunidade de Arrozal, no município de São Francisco, veio especialmente para a manifestação. Questionada sobre o motivo que a levou a aderir ao movimento, respondeu que foi “convidada”.

- Fui convidada pelo sindicato pra estar aqui hoje e dizer “não” à reforma da Previdência. Viemos em dois ônibus. Acho que se não mexerem na nossa aposentadoria, eu aposento daqui a cinco anos. Mas, se mexerem eu vou ter que esperar mais dez anos – disse. 

FETAEMG
De acordo com Sandra Rosa Medeiros, diretora regional da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), e uma das organizadoras da manifestação, estiveram presentes representantes de 76 municípios e o transporte foi custeado pelo sindicato de cada cidade. 

- O que fizemos aqui hoje foi uma mobilização para garantir que nossos agricultores aposentem mais cedo. A gente sabe que o homem do campo é diferente do homem da cidade, porque o homem do campo começa a trabalhar com sete anos de idade e trabalha duro. Levanta às quatro da manhã pra trabalhar e é muito sofrido - afirmou.

A Fetaemg congrega mais de 500 sindicatos filiados. O movimento tem a parceria da Liga Campesina, Sind-Ute e outras centrais sindicais, além da participação de partidários do PT e PSOL.

Ao propor a reforma, o governo pretende evitar risco para as aposentadorias, pensões e benefícios futuros. As despesas do INSS, segundo a União, estão em torno de 8% do PIB e, caso não passe a reforma, a projeção para 2060 aponta que o percentual deve chegar a 18%, o que inviabilizaria a Previdência. (Márcia Vieira)

TEXTO CONVIDADO : ALBERTO SENA

TEXTO CONVIDADO: ALBERTO SENA

DENTRO DA NOITE

Alberto Sena

Tomei banho, vesti calça jeans, raridade naquela época. Passei brilhantina nos cabelos e dei boa noite à minha mãe. Ela me perguntou: “Aonde você vai?” Perguntou só por perguntar, porque a resposta era a de sempre, “puraí’. Eu não tinha um lugar certo para ir naquelas noites. Ia a vários lugares em Montes Claros, dependia dos encontros com os amigos e as amigas.

Na época, o ponto era na porta da sorveteria Cristal. De lá a turma se arrancava para alguma festa ou outro programa. As opções eram poucas. Aumentaram depois da expansão de Montes Claros para os lados e a partir de quando se embonecou de metrópole de fato sem ser de direito.

Nem sei por que me vieram essas lembranças. Revelo com toda tranquilidade, não tenho saudade da vida vivida. Embora soubesse ser feliz porque me alegrava viver em Montes Claros até ver os amigos, um a um indo embora em busca de outro modo de viver. Na cidade grande.

Quem vive de passado sofre. Saudade vira doença, o banzo. Banzo era a doença dos negros escravos africanos arrancados do seio familiar e do torrão natal para trabalho forçado nos engenhos nordestinos e nas minas gerais. De tanta saudade da pátria querida, eles morriam de banzo.

No entanto, gosto das lembranças do meu viver. Não sei como isso funciona com as outras pessoas, mas comigo trago na mochila muitas estórias. Com o passar do tempo elas viram histórias. Quem não tem nada para contar da vida vivida não viveu. Ou não prestou atenção às vivências e fica pelos cantos à medida do avanço da idade.

Vivi pouco tempo em Montes Claros. Foi do nascimento até aos 22 anos. Depois de iniciar no “O Jornal de Montes Claros”, aos 17 anos, aos 22 já estava na Redação do EM, trabalhando com gente do mais alto nível intelectual, a começar pelo jornalista e escritor Wander Piroli. Mais tempo eu vivi em Belo Horizonte, portanto. Amo aquela cidade. Mas, do modo em que está, interessa-me ir lá só de vez em quando.

Nunca Montes Claros saiu de mim. Penso que deve ter tido maior peso o fato de ser o meu torrão natal, nascido pelas mãos de Irmã Beata. Alguma influência pode ter havido também devido a época em que eu nasci no pós-guerra. Lembro-me, menino, de ouvir a preocupação dos mais velhos quanto a falta de querosene no mercado, combustível de lampiões e de lamparinas. Ouvia falar também de “certo presidente Vargas” que se suicidara e conversas sobre o fim da guerra.

O mais marcante nessas conversas de guerra foi a morte do meu tio José, irmão da minha mãe. Ele foi para o Nordeste, salvo engano Natal, no Rio Grande do Norte, onde tomaria um navio. Ia lutar na Itália. Mas antes de embarcar, o tio morreu afogado, não sei se no mar ou em rio.

Na família pouca informação nós tivemos dele, a não ser um retrato ao lado de um colega, e outro moldurado e posto na parede da sala lá de casa. Ele fazia uma pose bonita. Apoiava o queixo no punho fechado da mão direita.

O menino tinha o maior orgulho do tio José. De certo modo achava melhor ele ter morrido antes de lutar na guerra. Aliás, eu nunca me senti bem com essa história de guerra. Não entendia porque precisava haver guerra. Como ainda não entendo. Um irmão matando o outro. Olha que coisa mais triste para uma criança.

Numa vez em que vi a fotografia na revista O Cruzeiro, de um homem franzino, vestido só de túnica branca, calçado com sandálias e um cajado na mão fiquei impressionado. Era a figura do Marátma Gandhi libertador da Índia do jugo inglês. Soube depois, muito depois, quando li a biografia dele e outros escritos. Gandhi, a “Grande Alma”.

O jovem logo abandonou a brilhantina. Ouviu o ritmo e as vozes de certo grupo de Liverpol. Eles fizeram meus cabelos crescerem livres sacudidos pelos ventos. Irreverentes, identifiquei-me com eles e segui em frente em buscar de sonhos outros.

Por sorte minha ou talvez porque fui marcado pelo toque das mãos de Irmã Beata, afinal, encontrei razão maior de viver décadas depois ao viajar a Israel, a serviço do jornal, onde pude seguir as pegadas do Homem de Nazaré até o Gólgota.  

Considerando a relatividade temporal, tudo se deu num átimo. Ainda me vejo na porta da sorveteria Cristal no aguardo dos amigos e das amigas para outros rumos tomar dentro da noite.

SEBRAE:BANCÁRIOS APOSENTADOS PODEM SER CONSULTORES

Bancários aposentados podem ser consultores do Sebrae

Inscrições devem ser feitas até a próxima quarta-feira (15). Minas Gerais  oferece 42 vagas

Na contramão do mercado de trabalho, que tende a substituir profissionais de idade avançada por funcionários mais jovens, o Sebrae está com inscrições abertas para contratar bancários aposentados. A instituição está formando uma rede nacional de consultores financeiros com o objetivo de auxiliar empresários de micro e pequenas empresas a conseguirem financiamento para capital de giro.

Os aposentados com experiência em análise de crédito têm até o dia 15 de fevereiro para se inscrever. Ao todo, são 510 vagas para todo o país. A unidade da federação com mais oportunidades é São Paulo, com 104 vagas, seguida de Minas Gerais, com 42, e Rio de Janeiro, com 36. 

As inscrições podem ser feitas no site do Sebrae www.sebrae.com.br/ credenciamento-credito. A seleção será feita por análise de currículo e os candidatos devem ter, no mínimo, 60 anos e comprovar que trabalharam pelo menos dez anos como analistas de crédito ou gerentes de contas de pessoa jurídica, especialmente atendendo micro e pequenas empresas.
  
De acordo com o edital, os consultores vão orientar os empresários e avaliar a capacidade de pagamento dos pequenos negócios. Os selecionados firmarão contrato com o Sebrae até dezembro de 2018. A remuneração será de R$ 453,00 para cada empresa atendida e os consultores poderão trabalhar na própria casa. Ao final de cada consultoria, deverá ser emitido um relatório comprovando o trabalho. Cada consultor deverá atender, em média, 10 empresas por mês, podendo ter a complementação da renda mensal em cerca de R$ 4.530,00.

Com essa iniciativa, o Sebrae pretende atender mais de 70 mil micro e pequenas empresas que necessitam de orientação para contrair financiamentos em bancos, visando a melhoria da capacidade de investimento dos pequenos negócios. Além disso, a abertura de novas vagas para consultores prestigia uma categoria de profissionais com expertise e capacidade técnica.
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 Bancários aposentados podem ser consultores do Sebrae

Inscrições devem ser feita até a próxima quarta-feira (15). Minas Gerais  oferece 42 vagas

Na contramão do mercado de trabalho, que tende a substituir profissionais de idade avançada por funcionários mais jovens, o Sebrae está com inscrições abertas para contratar bancários aposentados. A instituição está formando uma rede nacional de consultores financeiros com o objetivo de auxiliar empresários de micro e pequenas empresas a conseguirem financiamento para capital de giro.

Os aposentados com experiência em análise de crédito têm até o dia 15 de fevereiro para se inscrever. Ao todo, são 510 vagas para todo o país. A unidade da federação com mais oportunidades é São Paulo, com 104 vagas, seguida de Minas Gerais, com 42, e Rio de Janeiro, com 36. 

As inscrições podem ser feitas no site do Sebrae www.sebrae.com.br/ credenciamento-credito. A seleção será feita por análise de currículo e os candidatos devem ter, no mínimo, 60 anos e comprovar que trabalharam pelo menos dez anos como analistas de crédito ou gerentes de contas de pessoa jurídica, especialmente atendendo micro e pequenas empresas.
  
De acordo com o edital, os consultores vão orientar os empresários e avaliar a capacidade de pagamento dos pequenos negócios. Os selecionados firmarão contrato com o Sebrae até dezembro de 2018. A remuneração será de R$ 453,00 para cada empresa atendida e os consultores poderão trabalhar na própria casa. Ao final de cada consultoria, deverá ser emitido um relatório comprovando o trabalho. Cada consultor deverá atender, em média, 10 empresas por mês, podendo ter a complementação da renda mensal em cerca de R$ 4.530,00.

Com essa iniciativa, o Sebrae pretende atender mais de 70 mil micro e pequenas empresas que necessitam de orientação para contrair financiamentos em bancos, visando a melhoria da capacidade de investimento dos pequenos negócios. Além disso, a abertura de novas vagas para consultores prestigia uma categoria de profissionais com expertise e capacidade técnica.

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