Foi às 7h10. Estava dormindo. Saltei da cama, pus os pés no chão e olhei o relógio, enquanto sentia o prédio balançar. Nunca surfei, mas penso que foi sensação igual a de alguém que tenta se equilibrar em cima de uma prancha. Ou fazer uma travessia sobre uma corda, quando por baixo há um rio de grande profundidade. Foi esta a sensação. Não se sabe até o momento, a magnitude do tremor. O observatório sismológico ainda não se manifestou. Embora o barulho tenha sido menor, a impressão é de que o momento foi mais duradouro do que naquele 19 de maio de 2012, quando a população montes-clarense se assustou com o estrondo e movimentação do chão. Na ocasião, foi constatado: 4,5 na escala Richter. Aguardemos agora, a declaração oficial dos sismólogos.
No momento do evento, um avião sobrevoava as nossas cabeças. As janelas se abriam e as pessoas procuravam, nos olhos das outras, uma explicação. Há uma misteriosa união dos seres humanos em torno de uma tragédia, ou à possibilidade dela. Todos se irmanam, se unem, se tornam iguais. Porque será que a dor traz mais solidariedade e afeto do que a alegria? Mistérios...