FIQUEM ATENTOS:
Deu no jornal "O TEMPO", em 06/03/13:
Qualidade
Cemig é acusada de `maquiar´ dados que influenciam na tarifa
Os dados usados para calcular a revisão tarifária da Cemig podem estar
inflados, o que distorceria para mais os percentuais de reajuste
propostos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A conclusão
é de um estudo apresentado pela Associação Brasileira dos Grandes
Consumidores de Energia (Abrace), em audiência pública realizada ontem, e
marcada por tumulto e desorganização.
"Existem algumas distorções", disse o coordenador de energia elétrica da entidade, Fernando Umbria. De acordo com ele, a Aneel trabalha com dados que indicam que a Cemig investiu R$ 8,9 bilhões nos últimos cinco anos, desde o segundo ciclo de revisão tarifária. As análises da Abrace, com base nos demonstrativos financeiros da Cemig, indicam que a empresa investiu menos da metade, R$ 4 bilhões.
A Cemig, representada na audiência pelo diretor financeiro e de relações com investidores Luiz Fernando Rolla, não comentou. "Há um forte descolamento dos números e isso, obviamente, infla a tarifa. As metodologias podem ser diferentes, mas tem que haver uma coerência", destacou Umbria. Ele disse que há discrepâncias também nos números relativos às amortizações e afirmou que, no ciclo de revisão tarifária de 2008, havia proximidade entre os números da Aneel, da Cemig e as análises da Abrace.
A Aneel propõe reajuste médio de 6,36% para vigorar a partir de 8 de abril. Para os consumidores residenciais, o proposto é 9,06%, enquanto os industriais terão redução de 2,51%. De acordo com o técnico da Aneel Vitor Oliveira, a queda para a indústria acontecerá principalmente na parcela de transporte de energia dos consumidores livres. Os industriais cativos terão alta de 18%, pela proposta.
Desorganização. A audiência pública, que contou com 279 pessoas inscritas, foi tumultuada do início ao fim. A reunião começou meia hora depois do previsto porque, na hora marcada, ainda havia dezenas de pessoas na fila do cadastramento. Do lado de dentro, muita gente empunhava cartazes contra o reajuste. Alguns vestiam camisetas com nomes de deputados e vereadores. A audiência foi interrompida diversas vezes por gritos, vaias e palavras de ordem.
A maior queixa foi em relação à pouca divulgação. Inicialmente programada para a última sexta-feira, no auditório do Estadual Central, foi desmarcada na última hora com a justificativa de "problemas técnicos" no local. Ontem, porém, ao abrir a audiência, o assessor da diretoria da Aneel, José Jurhosa Júnior, afirmou que o adiamento estava ligado a "articulações políticas que intimidaram a direção da escola". "Foi a primeira vez que isso aconteceu", disse. Os participantes reclamaram que a nova data foi pouco divulgada, o que impediu uma participação maior, principalmente de quem vem do interior.
"Existem algumas distorções", disse o coordenador de energia elétrica da entidade, Fernando Umbria. De acordo com ele, a Aneel trabalha com dados que indicam que a Cemig investiu R$ 8,9 bilhões nos últimos cinco anos, desde o segundo ciclo de revisão tarifária. As análises da Abrace, com base nos demonstrativos financeiros da Cemig, indicam que a empresa investiu menos da metade, R$ 4 bilhões.
A Cemig, representada na audiência pelo diretor financeiro e de relações com investidores Luiz Fernando Rolla, não comentou. "Há um forte descolamento dos números e isso, obviamente, infla a tarifa. As metodologias podem ser diferentes, mas tem que haver uma coerência", destacou Umbria. Ele disse que há discrepâncias também nos números relativos às amortizações e afirmou que, no ciclo de revisão tarifária de 2008, havia proximidade entre os números da Aneel, da Cemig e as análises da Abrace.
A Aneel propõe reajuste médio de 6,36% para vigorar a partir de 8 de abril. Para os consumidores residenciais, o proposto é 9,06%, enquanto os industriais terão redução de 2,51%. De acordo com o técnico da Aneel Vitor Oliveira, a queda para a indústria acontecerá principalmente na parcela de transporte de energia dos consumidores livres. Os industriais cativos terão alta de 18%, pela proposta.
Desorganização. A audiência pública, que contou com 279 pessoas inscritas, foi tumultuada do início ao fim. A reunião começou meia hora depois do previsto porque, na hora marcada, ainda havia dezenas de pessoas na fila do cadastramento. Do lado de dentro, muita gente empunhava cartazes contra o reajuste. Alguns vestiam camisetas com nomes de deputados e vereadores. A audiência foi interrompida diversas vezes por gritos, vaias e palavras de ordem.
A maior queixa foi em relação à pouca divulgação. Inicialmente programada para a última sexta-feira, no auditório do Estadual Central, foi desmarcada na última hora com a justificativa de "problemas técnicos" no local. Ontem, porém, ao abrir a audiência, o assessor da diretoria da Aneel, José Jurhosa Júnior, afirmou que o adiamento estava ligado a "articulações políticas que intimidaram a direção da escola". "Foi a primeira vez que isso aconteceu", disse. Os participantes reclamaram que a nova data foi pouco divulgada, o que impediu uma participação maior, principalmente de quem vem do interior.