segunda-feira, 2 de setembro de 2019

TEXTO CONVIDADO

TEXTO CONVIDADO:MARA NARCISO

Eu sou o Rio São Francisco e o Cerrado

Mara Narciso

Depois das prosopopéias criadas por Ivo das Chagas, metamorfoseando-se no Rio São Francisco e no Cerrado, incorporando-os, dando-lhes a palavra com ciência e sentimento, é preciso conhecer essas obras antes de se falar em Cerrado e Bacia do Rio São Francisco.  O Grande Ivo das Chagas, Mestre em Geografia pela Universidade de Bordeaux, França, e bacharel em Geografia pela UFMG, escreveu de forma poética em primeira pessoa, as enfermidades do Rio São Francisco e do Cerrado, explicando, filosoficamente e degrau por degrau como se instala e se alastra o mal, num livro que, na verdade são dois, na ida, para um lado e com a capa “Eu sou o Rio São Francisco” e do outro “Eu sou o cerrado”, de ponta cabeça. Nos dois papéis pede socorro, mostrando uma verve de profundo conhecedor teórico que viveu a prática, morando no cerrado do norte de Minas e alhures, navegando nos barcos a vapor, conhecendo cada metro daquele bioma, as profundezas do seu subsolo, as suas águas superficiais e subterrâneas.

A largueza dos seus conhecimentos teóricos e os livros citados numa extensa bibliografia é pouco diante da paixão amorosa que Ivo das Chagas teve pelo Rio da Integração Nacional. Sobe na Serra da Canastra e lá do alto, conta a emoção do salto que o rio nascente dá. E segue rio abaixo, Brasil acima, citando características geológicas, geográficas, flora e fauna no entorno, a ação do homem, e tudo o mais que encontra pelo caminho.  Desfazendo um crochê, vai explicando os destroços da presença humana, desde 1501 (Américo Vespúcio), quando o rio foi avistado pelos “civilizados”, até a facada de morte, que foi a transposição sem a revitalização.  Informa que a barragem de Três Marias foi um acontecimento fatal para o rio, matas ciliares e calha navegável. A eletrificação trouxe fábricas e seus terríveis poluentes, matando ferozmente a fauna aquática. As interferências humanas são desastres anunciados que avançam feito fogo. Os impactos ambientais são experimentados no transcorrer dos fatos, numa macabra descoberta. Então, vão se instalando as doenças da bacia hídrica mais importante do país. Desmatamento, poluição fabril, erosão, assoreamento, baixa dos níveis dos lençóis freáticos, secagem das veredas, morte dos buritis - a vegetação tipo oásis, e sumiço animal. A Represa de Sobradinho, catastrófica, inundou cinco cidades: Remanso, Casanova, Sento Sé, Pilão Arcado e Sobradinho. O prejuízo ambiental foi dramático.

Da mesma forma, personificando o cerrado e dando-lhe voz e importância, Ivo das Chagas explica a dimensão da variedade da vegetação, e, ao contrário do que pregam sobre a pobreza desse ecossistema, evoca suas riquezas, fala da beleza e variedade das flores, dos frutos – em especial o pequi e dos animais terrestres, como lobo-guará, tamanduá, tatu, seriema, gambá, raposa, anta, veado, onça que “desapareceram dos lugares mais aviltados”. Lamenta a chegada dos exploradores sedentos por carvão para a siderurgia. Em 50 anos, o cerrado virou cinzas e cascalho. Até as raízes das árvores, que poderiam, em tese recuperar parte daquilo que tinham sido, foram arrancadas por tratores, deixando uma terra arrasada, para desespero do aficionado Ivo das Chagas. Tudo já ia muito mal, quando da chegada da onipresente monocultura de pinho e eucalipto e sua consequência de fim dos tempos. Desde então, o resultado está à vista de todos. Instalou-se a desertificação em nome do capital. A ganância ignora o conhecimento, e acelera a destruição. As riquezas são levadas, deixando para trás a voçoroca, cruel, profunda e incontrolável erosão. O escoamento da água predomina sobre a infiltração, reduzindo as coletas naturais, instalando-se a sequidão. As ações predatórias como um todo rebaixam o nível dos aquíferos, inviabilizando a formação das veredas.

Ivo das Chagas escreveu algo espetacular nos seus dois aparentemente singelos, mas importantíssimos livros. Os trechos sobre o Rio São Francisco, que me tocaram fundo, cito entre aspas. “Tudo começou com a construção de um barramento de minhas águas, numa região chamada Três Marias” [...] “Essa tal barragem acarretou um desequilíbrio total da minha hidráulica, de meus seres vivos aquáticos e de meus barranqueiros, sem cumprir totalmente sua função de reguladora de minhas águas” [...] “Meus peixes não puderam mais realizar o ritmo anual da piracema até o meu alto curso e, por outro lado, minhas lagoas marginais, em grande parte, perderam sua função de berçário de minha ictiofauna...” [...] “Diminuída ou anulada aquela ida e vinda de minhas águas sobre os barrancos e as lagoas, o beiradeiro perdeu parte substancial de sua disponibilidade alimentar, pois houve uma redução do pescado e a lavoura de vazante, praticamente desapareceu” [...] “O desnudamento de minhas beiradas provocou uma erosão generalizada e, consequentemente, processos radicais de assoreamento...”

Além de mostrar a “ação perturbadora dos humanos”, despertando emoção nos mais sensíveis, o autor quer desencadear ações para reduzir o processo destruidor do Rio São Francisco. Eis os objetivos de Ivo das Chagas.

CONVENÇÃO ESTADUAL DE LOJISTAS EM JF

CONVENÇÃO ESTADUAL DE LOJISTAS DISCUTE EMPREENDEDORISMO, POLÍTICA ECONÔMICA E REFORMA TRIBUTÁRIA, EM JUIZ DE FORA
A 26ª Convenção Estadual – Varejo 360º, que acontece em Juiz de Fora, discutiu na sexta-feira (30/08) temas ligados ao momento econômico e político nacional, como a reforma tributária e a votação da MP da liberdade econômica, além de novas técnicas de motivação profissional.
Em um dia dedicado a palestras, o publico pode ouvir e debater com estrelas nacionais, como o fenômeno Rick Chester, autor do “vídeo da água mineral”, que viralizou por todo o país, além de ícones do empreendedorismo, como Luiz Artur Nogueira, Nilmar Paul e Flávio Vinte, e especialistas tributários, como Marcus Marques, Geanlucca Lorenzon, da diretoria de Desburocratização do Ministério da Economia.
O presidente Frank Sinatra falou sobre as palestras: “Dificilmente, encontraremos novamente, num mesmo lugar, pessoas tão capacitadas falando sobre experiências pessoais e profissionais que são soluções para problemas que enfrentamos todos os dias na nossa vida de empresário. Foi uma oportunidade rara de crescimento para os associados das CDLs”, afirmou.
O palestrante Rick Chester gostou tanto do evento que fez um post nas suas redes sociais onde aparece com a plateia: “Eu não costumo fazer isso não, mas sou um vendedor, assim como vocês”, ressaltou.
Até 484 dias atrás, Rick Chester era só um vendedor de água nas praias de Copacabana, no Rio de Janeiro. Hoje, é um bem-sucedido exemplo de superação e de empreendedorismo social com contratos milionários. Cada post dele nas redes sociais tem mais de 200 mil visualizações.
O primeiro dia de palestras foi encerrado com o painel: Os impactos e desafios da Reforma Tributária, mediado pela editora de Economia do jornal especializado “Diário do Comércio”, de Belo Horizonte, Gabriela Pedroso, com a participação do superintende Regional de Desenvolvimento, Fernando Passioli; o diretor de Orientação Legislativa e Tributária da Secretaria Estadual de Fazenda, Ricardo de Oliveira, e do consultor do Sebrae e ex-prefeito de São Gonçalo do Pará, Ângelo Roncalli.

Informações: JC Junot: 031-98935-1383
JC Junot