domingo, 22 de janeiro de 2017

PALMAS pra ELA!!!!!

PALMAS PRA ELA!!!!

...dia de parabenizar e desejar muita felicidade, paz, amor, saúde e infinitas alegrias a uma querida deste blog: LARISSA FLORZINHA CHAVES.Palmas pra você, Flor!!!!!!!! Vida plena e feliz!!!!














HOJE TAMBÉM É DIA DE... BERNIE..

HOJE TAMBÉM É DIA....

...de lembrar o fotógrafo americano BERNIE BOSTON, falecido em 22/01/2008. Bernie é autor de um dos mais famosos registros que rodou o mundo: o de um jovem colocando flores nas armas de soldados durante um protesto pacifista contra a guerra do Vietnã, em 1967. A fotografia , intitulada "Flower Power", concorreu ao prêmio Pulitzer.
FLOWER POWER, o mais famoso registro de Bernie Boston






HOJE É DIA DE... MAYSA...

HOJE É DIA DE....

Lembrar a cantora e atriz MAYSA Monjardim, falecida em 22/01/1977, em acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói, quando ia para sua casa de praia em Maricá, onde vivia reclusa desde 1972, depois de uma carreira de sucesso e polêmicas. Maysa era mãe do diretor de TV Jayme Monjardim. Para relembrá-la uma canção de Jacques Brel, famosa na voz de  Edith Piaf e também interpretada por Maysa com muita beleza:



TEXTO CONVIDADO: MARA NARCISO

TEXTO CONVIDADO: MARA NARCISO



Salvem os pés de murici!/ Mara Narciso

“Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aqui parado”. (Raul Seixas)

Quando a população de Montes Claros viu o pequi rarear, antes tão abundante de “fazer lama”, tratou de investir em educação, valorização, leis e penalizações, para salvá-lo, além de desenvolver técnicas de plantio, proteção e importação do fruto. O ouro do cerrado, com suas propriedades nutricionais é uma iguaria que poucos montes-clarenses não gostam. Tem um dos cheiros mais penetrantes que o olfato humano pode sentir. Amarelo, de carne saborosa, cozido no arroz ou separado é iguaria servida aos visitantes em qualquer época do ano, pois pode ser congelado, sem alteração do gosto, ainda que o plano de clivagem entre a carne e os espinhos fique mole, aumentando o risco de ultrapassar a zona de segurança. Pequi é fruto que se rói.


A frutinha murici é seu irmão pobre, ainda que seja comido cru e não tenha espinhos para morder a língua dos incautos. O murici, antes abundante em qualquer mato, um nativo que não aceita ser cultivado, pois não nasce, sumiu. Não vi movimento algum em sua honra. Muitos aqui não o conhecem, até devido à escassez. Não desperta interesse econômico, apenas saudade de mordiscar o pequenino fruto, do tamanho da ponta do dedo mínimo, no máximo.
Nasce misteriosamente em terras ruins, de cascalho, sendo árvore baixa, com folhas grandes, brilhantes e flores amarelas em cachos. Daí os frutos também em cacho, doce quando maduro, estando “de vez”, aperta como caju verde. Tem várias espécies, dos bem pequenos até quase o dobro desse tamanho, com diversos estilos de folhas.

Já tomei sorvete de murici no “Gosto do Cerrado”, em Montes Claros, mas o fruto não é industrializado, primeiro porque não há a valorização que deveria, e, segundo, porque acabou a fonte. No Ceará tinha muito murici, mas quando o conheci por lá foi uma decepção, pois, caso o nosso murici fosse o suco, o de lá seria o refresco.

O odor forte é a antecipação do gosto intenso, que estimula todas as papilas gustativas, semelhante ao pequi, panã, coquinho azedo e manga ubá. Todos amarelos e deliciosos, perfeitos para degustação, e aqui, aroma e sabor, mais do que nunca se complementam.

Quando começavam as águas, chuvas de outubro, as mangas apareciam. Em menina, eu ia ao mercado todos os sábados com minha mãe, e começava a perguntar pelos muricis. “Só em janeiro”, diziam. Então, vinha a melhor época do ano, com expectativa plenamente satisfeita. Era preciso chegar cedo, e num canto, a gente mais simples da feira estava lá, vinda de longe, paupérrima, pés descalços, vestido descorado de chita, pano na cabeça, com uma cestinha de taquara no chão, tendo dentro uma pequena vasilha de alumínio, com os preciosos muricis. Proporcionalmente no peso, não era barato, e, envoltos em paninhos de saco alvejado, vendidos em medidas de canecas esmaltadas, faziam os meus olhos infantis brilharem, enquanto brotava a salivação.

A pequena bolinha cheirosa tem uma pele relativamente espessa e brilhante. De um lado tem uns cinco “cabelinhos” e do outro, onde estava grudada no cacho, tem uma área funda. Frágil, colocada na boca facilmente se desfaz a escassa polpa, que é mastigada e comida junto com a casca, deixando de lado o carocinho duro e cinzento, sim, aquela semente que não brota. O que se sente é um agrado como apenas os gostos raros da infância conseguem proporcionar.

Podem ser colocados na cachaça, como também fazer o licor, especialíssimo. Mas os pés de murici desapareceram daqui, ninguém sabe onde estão, se é que ainda resta algum. Uma amiga foi a fazenda de sua infância, local em que tinha uma várzea cheinha e não viu nenhum. Todos viraram ferro guza na indústria do aço, do dinheiro e da falta de respeito com todas as menininhas iguais a que eu fui.


21 de janeiro de 2017