“É PRECISO CORTAR NA CARNE”
Prefeito de Montes Claros dá
exemplo
de como enfrentar a crise econômica
Texto: Marcelo Valmor
Fotos: Fábio Marçal
Com a presença de diversas
autoridades, entre elas do presidente da Associação dos Municípios Mineiros - AMM,
Antônio Júlio; do prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, anfitrião do encontro;
do presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene - Amams,
César Emíli; e de Denílson Rodrigues Silveira, presidente da Associação dos
Municípios da Bacia do Médio São Francisco – Ammesf; dos prefeitos diretores da
AMM, Geraldo Magela, de Onça do Pitangui, e Julvan Lacerda, de Moema; além de muitos
outros prefeitos, foi realizada em Montes Claros, nesta terça-feira (22), o Encontro
Itinerante da AMM. A reunião teve por objetivos discutir a crise econômica, os
modelos de gestão municipal, a concentração de recursos nas mãos do governo
federal, além da judicialização da saúde.
Segundo o prefeito de Montes
Claros, Ruy Muniz, os municípios deveriam primeiro avaliar os procedimentos
administrativos que têm adotado para enfrentar a penúria crescente por que
passam os cofres de nossas cidades: “É preciso cortar na carne, reduzindo a
folha de pagamento, reforçando a cobrança de impostos sem prejudicar o contribuinte,
enfrentando o empreguismo sem medo. Parte das receitas dos nossos municípios
está comprometida com folha de pagamento”, afirmou. Por outro lado, destacou a
necessidade de fazer uma nova política “para poder reeleger o gestor, pois se
não economizar e apresentar obras para a população, não serão eleitos ano que
vem”.
Para o presidente da Ammesf,
Denílson Rodrigues, “as boas práticas estão restritas a Montes Claros, não
podendo aplicar às cidades menores medidas tomadas pela maior cidade do Norte
de Minas”. As dificuldades, segundo ele, estariam restritas aos municípios
menores. Enquanto isso, o presidente da Amams, César Emílio, destacava que “que
a presidente Dilma Rousseff ainda não teve tempo de governar nesse segundo
mandato e que, assim que o fizer, certamente aumentará os repasses para os
municípios”.
No encerramento do encontro, o
presidente da AMM, Antônio Júlio, destacou a luta de sua cidade – Pará de Minas
– para melhorar o fornecimento de água, oferecido pela Companhia de Saneamento
de Minas Gerais-Copasa, e pela afirmação dos direitos dos municípios: “A Copasa
leva uma verdadeira fortuna do nosso município e não dá contrapartida, com água
de qualidade e serviço de esgotamento para todos. A AMM está na luta para
melhorar a qualidade dos serviços prestados pela estatal mineira, mas,
sobretudo, para ajudar a mudar a realidade de crise em todo o estado,
reforçando o municipalismo”, disse, destacando ainda a nova forma de atuação da
AMM em favor dos municípios.
Além desses temas, outro assunto
abordado foi a judicialização da saúde. Segundo o palestrante, prefeito de
Saldanha Marinho (RS) e vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios -
ANM, Glaudemir Aroldi, a judicialização da saúde, com as prefeituras assumindo
despesas com internações e exames de pacientes, despesas essas dos estados e da
união, tem fragilizado ainda mais os orçamentos públicos, argumento que foi
acompanhado pela deputada federal Raquel Muniz. O deputado estadual Carlos
Pimenta elogiou o trabalho que o presidente Antônio Júlio vem desenvolvendo à
frente da AMM e da deputada Raquel Muniz na região, além de defender o
fortalecimento do municipalismo.