Contratações são alvo de protestos
Candidatos aprovados em concurso para vários cargos acusam prefeitura de
ocupar vagas com comissionados
Márcia Vieira
Montes Claros
01/08/2017 - 21h03 - Atualizado 21h05
O retorno aos trabalhos na Câmara Municipal começou com protesto dos 120 aprovados em concurso público (edital 2/2015) para trabalhar em setores diversos da prefeitura. O exame foi homologado no início do ano, mas até agora ninguém foi chamado para ocupar as vagas.
Munidos de cartazes cobrando a efetivação, o grupo cobrou a interferência do Poder Legislativo. A principal queixa é a de que muitas vagas vêm sendo preenchidas por comissionados.
Marcelo Carvalho diz ter sido aprovado para uma das vagas de auditor fiscal, mas reclama que não consegue começar a trabalhar. Na avaliação dele, o excesso de contratações no executivo atende a critérios políticos e inviabiliza a chamada dos concursados. “São cinco mil contratados, dois mil cargos de confiança e 27 decretos de gratificações. Já procuramos a prefeitura, que nos traz esperança, mas ao mesmo tempo diz que tem o prazo de dois anos para nos chamar”, desabafa.
DÉFICIT
Marcelo ainda alerta para o fato de que as gratificações encobrem uma situação mais grave e que estaria levando à falência o Instituto Municipal de Previdência dos Servidores Públicos de Montes Claros (Prevmoc). “A Prevmoc é sustentada pelos descontos de previdência dos funcionários estatutários ativos e não dos contratados. A retenção da contribuição dos contratados, cargos de confiança e gratificações não ficam na previdência”, ponderou.
Gesiane Mota, aprovada para trabalhar como arquivista, também atribui a fatores políticos a recusa em admitir os aprovados. “Eles alegam que não tem a vaga e que a folha está no limite. Está por causa dos contratados e comissionados. A nossa vaga está sendo ocupada por cabos eleitorais. Se demitirem os contratados haverá espaço para nos abrigar”, declara. Documento distribuído em plenário pelos manifestantes, destaca que “as gratificações extrapolam os limites e atingem valores exorbitantes, suficientes para pagar os nomeados”.
O NORTE tentou contato com os secretários de Administração e diretoria do Prevmoc, mas até o fechamento da edição não houve retorno.