MPT cobra verba da prefeitura para erradicar o trabalho infantil
Ação judicial pede compromisso do município com políticas públicas para
crianças e adolescentes
Márcia Vieira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
03/08/2017 - 23h52 - Atualizado 00h38
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) em Montes Claros ajuizou ação civil
pública para garantir que a prefeitura destine verbas para a área de infância e
programas de aprendizagem de menores em situação de vulnerabilidade social. A
proposta é a fixação inicial de 2% do orçamento para esse fim, com incremento
progressivo a cada ano até atingir o percentual de 5%, o que também permitiria
aporte em programas de combate ao trabalho infantil.
A promotora do Trabalho no município, Cibele Cotta, afirma que já aconteceram diversas inspeções e reuniões com órgãos de proteção e secretarias municipais, como Desenvolvimento Social e Planejamento para discutir um possível acordo, mas não houve consenso. “O município entende que não é obrigado a isso. Então, o caminho foi ajuizar ação civil pública”.
Dados do último Censo apontam que em Montes Claros, 1800 crianças estariam trabalhando de maneira clandestina, contrariando a Lei n° 10.097, de 2000, cujo texto diz que “é proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos”.Dentro da proposta de sensibilizar o Executivo para a questão foi marcada nova reunião com a participação da procuradora do trabalho de Belo Horizonte, que irá mostrar por meio de video-conferência, os projetos desenvolvidos na capital com resultados positivos a partir do envolvimento do município. “Não é uma briga. A gente tem que atuar em conjunto com todos os atores envolvidos no processo”, diz a promotora.
A promotora do Trabalho no município, Cibele Cotta, afirma que já aconteceram diversas inspeções e reuniões com órgãos de proteção e secretarias municipais, como Desenvolvimento Social e Planejamento para discutir um possível acordo, mas não houve consenso. “O município entende que não é obrigado a isso. Então, o caminho foi ajuizar ação civil pública”.
Dados do último Censo apontam que em Montes Claros, 1800 crianças estariam trabalhando de maneira clandestina, contrariando a Lei n° 10.097, de 2000, cujo texto diz que “é proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos”.Dentro da proposta de sensibilizar o Executivo para a questão foi marcada nova reunião com a participação da procuradora do trabalho de Belo Horizonte, que irá mostrar por meio de video-conferência, os projetos desenvolvidos na capital com resultados positivos a partir do envolvimento do município. “Não é uma briga. A gente tem que atuar em conjunto com todos os atores envolvidos no processo”, diz a promotora.
A
iniciativa do MPT tem amparo na Prioridade Absoluta, Proteção Integral da
Criança e do Adolescente, Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
e especificamente na resolução do Conselho Nacional de Direitos da Criança, que
tem competência para estabelecer normas de proteção à infância, segundo
informou a Promotora. Para ela, nos últimos dois anos a questão avançou, e o
município desenvolveu algumas ações, mas neste momento falta a participação.
Trabalho ilegal é realidade
Trabalho ilegal é realidade
O
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Governo federal, com
participação dos municípios, é uma das vias utilizadas para garantir que
crianças e adolescentes deixem de ser mão de obra e passem a frequentar as
escolas. Em âmbito municipal, porém, o programa deixa a desejar.
Subordinadas à Secretaria
de Desenvolvimento social, as ações efetivas relacionadas ao Peti ainda não
aconteceram, apesar dos R$ 99 mil destinados pela União para investimentos nos
próximos seis meses – e que já estariam na conta da prefeitura.
“Estamos passando pelos trâmites legais e a
previsão é de chegarmos nisso o mês que vem”, justificou Kênia Medeiros,
Diretora de Programas Sociais da Secretaria.
De acordo com o IBGE, os setores que mais se
utilizam da mão de obra infantil no município são: comércio e reparação de
veículos (605), agricultura e pecuária (291), serviços domésticos (242),
construção civil (144), alojamento e alimentação (103).
Felipe Amaral, coordenador da Pastoral do Menor
da Arquidiocese de Montes Claros, diz que a instituição trabalha a partir de
denúncias feitas pela própria sociedade.
“Recentemente, fizemos uma intervenção na
comunidade de Planalto Rural e localizamos cinco crianças que deixavam de ir a
escola para ajudar os pais na horta”, revela.
Felipe Amaral ressalta ainda que a situação é
complexa pelo fato de que muitas famílias
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