Projeto de lei quer
punir desperdício de água em Montes Claros; multa pode chegar a R$ 500
Texto propõe rigor na fiscalização e
multa para órgãos públicos e cidadãos que não pouparem água
Márcia Vieira
Montes Claros
05/08/2017 - 00h20 - Atualizado 13h38
O vereador Leão (PSDC)
protocolou na Câmara Municipal uma proposta que prevê punição para moradores e
empresas que desperdiçam água em Montes Claros. O município sofre há meses com
o racionamento. O projeto de Lei 49/2017 estabelece que “a limpeza de calçadas,
estacionamentos e logradouros de acesso público deverá ser feita por varrição,
aspiração e outros recursos que prescindam de lavagem”.
Constatado o desperdício, o
Executivo deverá ser comunicado para apuração e aplicação da penalidade, diz
texto. Pessoas físicas flagradas desperdiçando água poderão ter que desembolsar
R$ 500 em multa. Para
o vereador, é preciso que medidas mais duras contra o gasto excessivo sejam
criadas, pois o cidadão quando alertado afirma que está pagando pelo que gasta.
“Isso é falta de consciência. Ele paga, mas aquela água poderia estar servindo
pra matar a sede de outra pessoa”, diz Leão. A
proposta do vereador prevê que a empresa responsável pela concessão reduza os
valores de cobrança, já que o abastecimento está sendo interrompido por alguns
dias no mês. Roberto Botelho, diretor da Copasa em Montes Claros, destaca
que cabe à empresa a função de realizar operação e manutenção, sem poder de
fiscalização. Sobre a possibilidade de aplicação de multa ele entende que o
projeto é bem-vindo. “Se aprovada, a medida tende a ser uma aliada da
população. Tendo sanção, as pessoas ficam mais atentas”. Sobre a redução
no valor da cobrança, porém, Roberto justifica que não é possível atender à
solicitação. “A cobrança é feita em cima do consumo e o cliente paga pelo
volume que passa pelo medidor”. Questionado sobre o ônus para os cofres
públicos, uma vez que a prefeitura teria que arcar com a fiscalização e
desenvolvimento de programas de controle e uso racional da água, o procurador do
município, Otávio Rocha, disse que ainda não foi feita uma avaliação da
proposta. “O projeto ainda não chegou ao órgão com pedido de parecer e, neste
caso, não podemos emitir opinião sobre a viabilidade e impactos”.
SEM CONTROLE
O diretor da Copasa l revela que, apesar das campanhas
publicitárias e alertas constantes, não houve redução no consumo. Estudos
apontam que o ideal, numa família com quatro pessoas, é 120 litros por dia. Em
Montes Claros, estaria em torno dos 200 litros. “Em função da queda do
manancial, nossa meta é reduzir em 30% o consumo e este índice já deveria ter
sido alcançado em maio, mas ficamos entre 10 e 12%”.
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