21/01/2017
Humberto e suas mordomias nas praias
da Bahia
Enquanto nega o pagamento de salários
a pais e mães de família e acusa falta de recursos para administrar Montes
Claros, o prefeito deixa o trabalho para curtir o luxo baiano
As redes sociais trataram de desvendar
o “mistério” que pairava entre os servidores da prefeitura e que tornou curiosa
parte da população de Montes Claros nos últimos dias: por onde andaria o
prefeito Humberto Souto, que da noite para o dia teria desaparecido como num
passe de mágica?
A sua ausência foi sentida, sobretudo, na manhã desta quinta-feira (19), na
Audiência Pública, na Câmara Municipal, onde deveria expor claramente a
situação financeira da prefeitura que assumiu a menos de um mês, exatamente há
21 dias. Prefeitura que ele acusou ter encontrado sem recursos nos cofres,
ainda que o ex-prefeito, José Vicente Medeiros, ao lhe passar o comando do
município, ter assegurado, em ato público, que ele assumiria uma prefeitura com
dinheiro suficiente para que arcasse com as despesas imediatas, entre elas as
referentes aos ex-servidores contratados pela administração Ruy Muniz, que até
hoje não receberam os vencimentos de dezembro. Pagamento que ele, Humberto
Souto, repetiu, na audiência, através de seus emissários, não será feito.
NUMA BOA
Pois bem, o sumiço do prefeito já não
guarda nenhum mistério. Humberto Souto estava muito bem, ou como dizem os mais
jovens, numa boa, bem longe do árduo trabalho para o qual foi eleito: curtindo,
a 739 quilômetros de Montes Claros, o litoral baiano, tomando sol e água de
coco e usufruindo das mordomias de um luxuoso resort em Ilhéus, cuja diária,
longe de qualquer austeridade, varia de R$ 1.430 a R$ 1.730 para duas pessoas
adultas, um dinheiro que o servidor municipal, na sua grande maioria, precisa
trabalhar, honestamente, durante um mês para receber.
A mordomia do prefeito, exposta em
fotos nesta sexta-feira e que “bombaram” nas redes sociais, não ficou impune às
críticas e censuras dos internautas. E com razão. Afinal, em meio à caótica
situação do município, quando sua incipiente e inábil administração o fez, em
menos de um mês, recuar no tempo, ninguém aceita que o prefeito se ausente para
“descansar” em praias paradisíacas, enquanto aqui, pais e mães de família, preteridos
em seus direitos, por ele, procuram de todas as formas receberem os minguados
salários a que têm direito.
DÚVIDA QUE VOLTA
O descanso de Humberto Souto,
ressalte-se em menos de um mês após tomar posse como prefeito, por outro lado,
reascende nos montes-clarenses a dúvida que imperou durante a campanha
eleitoral sobre a sua disposição para encarar um cargo que exige, além de
competência, vigor. Se ele já se sente cansado com apenas pouco mais de três
semanas exercendo um “trabalho” que não passou de audiências em seu gabinete,
como serão os quatro anos vindouros? Aí reside outro mistério.
O fato é que causa estranheza um
prefeito acusar dificuldades para administrar e, ao mesmo tempo, deixar de
trabalhar para superar estes obstáculos preferindo curtir pelo Brasil, enquanto
Montes Claros vive um marasmo administrativo sem precedentes na sua história.
Fonte: onorte.net