Extinção de curso recebe críticas
Atual gestão acabou com pré-vestibular
gratuito, tido como a principal política para a juventude na cidade
Márcia Vieira
Montes Claros
09/11/2017 - 19h27 - Atualizado 19h3
O NORTE
A extinção do pré-vestibular municipal, destinado a alunos carentes, foi o principal alvo de críticas dos moradores de Montes Claros que compareceram à audiência pública sobre políticas para a juventude na cidade. A iniciativa atendia, em 2016, 1.200 alunos gratuitamente, com aulas preparatórias.
“Todos os governos mantiveram o pré-vestibular. Infelizmente, ele foi excluído nesta administração”, lamentou o vereador Daniel Dias, que propôs a realização da reunião.
A justificativa do município para a situação teria sido a contenção de gastos. Para o vereador, com a extinção, o jovem da periferia que não pode arcar com o pagamento de um cursinho preparatório perde a chance de conseguir emprego.
“Vamos ter agora, por exemplo, um concurso municipal para agente de saúde. Onde o jovem da periferia que está desempregado vai se preparar? Esta é uma das cobranças do movimento estudantil e vamos referendar, pedindo que seja reativado”, argumenta.
ATENDIMENTO
Até o ano passado, o pré-vestibular municipal atendia cerca de 1200 alunos por semestre. Na ocasião, foi incluído ainda o pré-concurso, tornando a grade curricular mais ampla, com o objetivo de oferecer oportunidade a quem almejava um concurso público. As aulas aconteciam em diversas regiões da cidade e também na zona rural, com núcleos em Nova Esperança, Ermidinha e Planalto Rural.
“O cursinho não deixava a desejar a nenhum outro e havia todo um cuidado na seleção de professores, que eram os mesmos dos cursos preparatórios em escolas renomadas de Montes Claros. Foi uma pena ter acabado”, lembra a ex-secretária de Educação, Sueli Nobre.
Nayara Oliveira, que representou a Fetaemg na audiência, reclama das poucas oportunidades para quem mora na zona rural, o que faz os jovens migrarem. “Não queremos lotar a cidade, como está acontecendo. Queremos permanecer na zona rural, mas com dignidade. Precisamos de estradas boas para comercializar nossos produtos, precisamos de saúde, de educação e de melhorias”, cobrou Nayara.
Questionado sobre os programas existentes no momento para o setor, o secretário de Juventude Igor Dias admitiu que a secretaria, de fato, ainda não deslanchou e que a situação permanece no campo das discussões.
“O plano é restabelecer o Conselho Municipal de Juventude e através deste diálogo restabelecer o contato para organizarmos reuniões mais pautadas e com menos distância para discutir as políticas públicas”.