E SOBRE FOTOGRAFAR EM MUSEUS (post anterior), o blog emitiu opinião por ocasião da posse da Presidente do MASP, em março de 2013. E para não cair no esquecimento, postamos outra vez:
SOBRE O MASP - MUSEU de ARTE de SP, deu no Estadão, em 01/03/13:
'Me orgulho de assumir o Masp aos 81 anos', diz nova presidente do museu
Primeira mulher a comandar a instituição pretende ampliar espaço e acervo
"A colecionadora Beatriz Pimenta Camargo foi eleita na tuinta-feira, 28,
presidente do Museu de Arte de São Paulo (Masp) até 2015. Trata-se da
primeira mulher a assumir o cargo na história da instituição. "E me
orgulho de receber essa missão aos 81 anos." Apesar de se apresentar
como uma gestão de continuidade, ela já assumiu dois desafios: inaugurar
o prédio anexo e obter mais obras para o maior museu da América Latina."
O BLOG TEM RESSALVAS:
Nota do blog: Sugiro à nova presidente, que
antes de ampliar espaço e acervo, amplie (ou crie) "gentileza". O museu
não abriga equipe de funcionários gentis, bem informados e sintonizados
com a política de aproximação turistas-espaços culturais. Em vez de
diminuir distâncias, o MASP prega a rigidez mal-educada e arbitrária no
tratamento dipensado aos visitantes. Peca também ao disponibilizar um
livro de "sugestões/reclamações" que na verdade serve apenas como
enfeite. Há exatos 3 anos, aguardo retorno de uma reclamação feita ali.
Até ontem, não havia recebido. Quem sabe, hoje! A nova presidente diz
que dará continuidade às gestões anteriores, desse modo, não creio que
as descabidas regras sejam revistas.
No
meu caso específico, trata-se da proibição de registros fotográficos.
Como não sou de me contentar com uma explicação (desculpa) esfarrapada,
pretendo mesmo saber o porque da proibição. A lei defende:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Art. 215. O Estado garantirá a todos o
pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
Portanto,
nada mais justo e considerável do que querer discutir, ampliar o debate
em torno da questão e se chegar a um consenso, onde turista e
administração tenham os seus direitos respeitados. Trocando em miúdos e
para usar uma expressão atual, "cada um no seu quadrado". Caso não haja
este ajustamento, o MASP está fadado a se deparar todos os dias com as
inúmeras propagandas negativas do espaço que pipocam nos quatros cantos
do país (se depender de mim, do mundo), enquanto tenta, a todo custo,
impor a imagem de "bom moço". Não tem, não é, e se continuar assim,
jamais será.
A
propósito, a velha desculpa de que "o equipamento danifica as obras",
não funciona. Retirado o flash, como recomendado pelos especialistas em
preservação, o problema desaparece. Não custa também lembrar que as
obras, depois de 70 anos da morte de seu autor, caem em domínio público,
ou seja, não há amparo legal que proíba o registro.
Disse LINA BO BARDI, arquiteta responsável pelo projeto do MASP, sobre o local:
" Procurei
uma arquitetura simples, uma arquitetura que pudesse comunicar de
imediato aquilo que, no passado, se chamou de “monumental”, isto é, o
sentido de “coletivo”, da” Dignidade Cívica”.
"Eu procurei apenas no Museu de Arte de São Paulo, retomar certas posições. Não procurei a beleza, procurei a liberdade."
Pois
é, Lina, falta "dignidade cívica" , "coletivo" e principalmente
"liberdade" , que é negada aos visitantes do Museu. Estivesse viva, o
que diria daqueles que distorceram conceitos e que não souberam
distinguir "propriedade intelectual" de "geração de receita de maneira
equivocada"?
Fica o registro e a campanha: NÃO VISITEM. HÁ ESPAÇOS MELHORES, MAIS INTERESSANTES, MAIS GENTIS!