quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A CRÔNICA PERFEITA- TUDO QUE O AMOR NÃO É..

 A CRÔNICA PERFEITA

É do TIÃO MARTINS,  desta quinta, 23, do blog: tiaomartinsbh.com
E eu "roubei" , porque está perfeita. Posto aqui pra vocês. Quer ver mais textos bacanas? É só ficar ligado lá. Já dei o endereço.
Mas vamos ao texto de hoje:

Tudo que o amor não é

Tião Martins

Há milhares de definições do amor, mas nenhuma delas é definitiva.
Quase todo mundo sabe o que ele não é, mas poucos percebem e cultivam a sua real natureza, o que oferece de bom e tudo que exige de nós.
Aliás, boa parte do saber e sabor que ele promete e entrega vem dessa dificuldade de definir ou compreender sua extensão, profundidade e capacidade de resistir aos trancos naturais ou inventados.
Uma coisa é certa: não é brinquedo, não oferece garantias e nem promete durar para sempre.
Há quem trate o amor como ioiô ou bolinha de ping-pong: larga e puxa, bate e volta, vai-e-vem. Pode até ser que funcione, mas é preciso que os dois apreciem esses jogos. Caso contrário, em algum momento a corta arrebenta ou a bolinha perde a graça.

Por não ser brinquedo que você interrompe quando quer, o amor não tolera fuga, tédio e desaforo e nem que se deixe para amanhã o que é para ser vivido hoje. Além disso, é um ser vivo e bichinho manhoso.
Se você não cuida e não alimenta, ele vai emagrecendo, perde a cor e o sentido e morre de fome ou de sede.
Convém ter sempre uma surpresa na mão, para despertá-lo, quando adormece, mas fazer disso um circo de horrores ou melodrama à moda antiga é veneno puro. Até os atletas mais empenhados carecem de momentos sem sobressaltos.
Quem ama o suspense ou o drama, com fantasmas que surgem atrás de cada porta, está rodando é um filme de terror de segunda classe, cheio de som e de fúria.
E histórias assim nem Drácula suporta mais, porque o tédio substitui o medo e o susto, mesmo que alguém morra no final.
Há quem diga que a trepidação e a insegurança são componentes essenciais do estado amoroso. E são mesmo, mas é preciso dosar esses ingredientes. Sal e pimenta, quando passam do ponto, tornam intoleráveis até as receitas mais deliciosas.
Até quando tudo vai mal, a esperança é boa companheira do amor. Esperança de que ele seja mais forte que o medo, mais profundo que a simples curiosidade e mais poderoso que os desencantos do passado.
Mas a esperança, sem carinho, esfria e dá lugar ao pesadelo. Na ânsia de proteger o amor, podemos cair no seu oposto: a intolerância.
São muitos e poderosos os inimigos do amor: medo, arrogância, impaciência, desilusão e desapreço. Rotina e imobilismo. Repetição de erros do passado e exigências absurdas no presente.
São tantos e tão poderosos os inimigos que você às vezes se sente sozinho e frágil diante deles. Mas não tão sozinho e nem tão frágil que um abraço e um longo beijo não possam mudar toda a história.
Porque o amor, mesmo combatendo em tantas frentes, é o mais poderoso de todos os sentimentos humanos. E o único que nos liberta das correntes e cadeias do medo, da mediocridade e da pobreza emocional que insistem em pendurar em nós.

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