Pecuária de corte está promissora
O Brasil lidera produção na América Latina
A pecuária de corte no Brasil apresentou uma
crescente modernização nos últimos dez anos. O setor usa tecnologias que vêm
impactando no aumento da produtividade. A produção do País ocupa de destaque no
mundo. Atualmente, possui o maior rebanho comercial bovino, com 185,3 milhões
cabeças, aproximadamente 50% do total de bovinos na América Latina e segundo
maior do mundo. Entre as atividades do agronegócio, a pecuária é a que abrange
a maior área, representando 73% da área ocupada por atividades agropecuárias.
A pecuária de corte brasileira apresenta uma ampla
gama de sistemas de produção é desenvolvida em todos os Estados e ecossistemas
do País. São várias as atividades, como pecuária extensiva com pastagens
nativas e cultivadas de baixa produtividade e pouco uso de insumos e a pecuária
intensiva com pastagens de alta produtividade, suplementação alimentar em pasto
e confinamento. Porém, qualquer que seja o sistema de produção, a atividade
caracteriza-se pela predominância de uso de pastagens.
Os rebanhos apresentam uma predominância dos
genótipos zebuínos, em especial da raça Nelore, nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e os taurinos predominam na região Sul,
destacando-se as raças Hereford, Aberdeen Angus, Simental e Charolês. A
bovinocultura de corte e leite engloba cerca de 225 milhões de hectares e um
rebanho da ordem de 195,5 milhões de cabeças, distribuído em 2,7 milhões de
propriedades.
Segundo Wallisson Lara Fonseca, Analista de
agronegócios do SISTEMA FAEMG, as perspectivas para a pecuária de corte são
promissoras este ano. O bom momento é uma consequência da correlação entre
oferta e demanda. De um lado, o apetite dos frigoríficos pela carne bovina está
maior devido ao aumento das exportações e do consumo interno. Do outro, a
oferta de animais para comercialização permanece estável.
A escassez do boi gordo é reflexo do aumento no
abate de fêmeas nos últimos três anos. Os pecuaristas diminuíram seus rebanhos,
vendendo matrizes, para honrar compromissos, uma vez que as cotações da arroba
não eram suficientes para custear a produção.
Outro fator que tem influenciado o preço atual da
arroba é a estiagem em Minas Gerais e nos principais estados produtores de
carne bovina no primeiro bimestre. A consequência da seca é um volume restrito
de animais no mercado doméstico para o abate.
A diminuição da oferta instigou a competição entre
os frigoríficos na busca pelo boi gordo, gerando consecutivas altas de preço. A
situação surpreendeu os agentes, que esperavam justamente o oposto nesse
período considerado de “entrada de safra”.
A competição entre os frigoríficos está tão
acirrada que desencadeou uma série de campanhas publicitárias com o objetivo de
conquistar consumidores tanto internos quanto externos. Quem ganha com isso é o
produtor rural, que tem o seu produto em evidência e valorizado. Entretanto, é
de suma importância que o pecuarista seja um bom gestor neste momento de
bonança e saiba investir seus ganhos e vislumbrar a sustentabilidade da
pecuária de corte.
Norte de Minas
O Engenheiro Agrícola, pecuarista e diretor de
pecuária da Rural, Sergio Athayde, o cenário desenhado é promissor até porque a
região agora conta com um frigorífico, em Janaúba.
“O que é necessário é dá incentivo, informar como
os produtores podem participar de programas, buscar mercado e investir em
genética. Isso inclui novas tecnologias de inseminação artificial, agregação de
técnicas de IATF (IATF - Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o que trará
ganhos em produtividade dos animais com a comercializados de bovinos com mais
precocidade e melhor rendimento da carcaça”, afirma.
A qualidade do rebanho norte mineiro é
indiscutível, descreve Sérgio. Além disso, as características raciais são
bastante satisfatórias. A predominância é de nelore. 80% são para pecuária de
corte. Animais próprios para a atividade com rusticidade e adaptáveis. O clima
quente com excelentes forrageiras contribui para uma carne de melhor qualidade,
que é reconhecida nacionalmente. Porém, por causa do longo período de estiagem
é necessário ficar atento a algumas questões, o diretor alerta: “Especialmente
por causa do clima semiárido que exige uma suplementação e produção de boas
forrageiras. Mas é fundamental o planejamento estratégico para vencer as
adversidades climáticas.
Osmani Barbosa
Neto, presidente da Rural, descreve que a abertura do Frigorífico Minerva implica
num impulso significativo para a pecuária de corte norte mineira. “O potencial da pecuária da região
é enorme. O frigorífico vai fomentar a economia regional, viabilizar novos
postos de empregos, gerar trabalho. A empresa vai ser um instrumento
catalisador de desenvolvimento. Estamos confiantes numa nova etapa para o norte
mineiro, que sofre com períodos extensos de estiagem”, afirma.
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