Clima do Norte de Minas exige desafios diferenciados do Engenheiro agrônomo
Este profissional é um aliado para conhecer a realidade e as possibilidades para uma melhor produção
O consultor Rômulo Labate fala sobre a agronomia na região (Foto: Solon Queiroz)
Minas Gerais apresenta avanço em sua participação no PIB do agronegócio nacional, de 12,98%, em 2013, para 13,38% em 2014. Os profissionais que atuam na produção agrícola estão cada vez mais próximos com a realidade da agricultura de precisão e ainda têm de lidar com as adversidades climáticas. No próximo dia 12 de outubro, comemora-se o Dia do Engenheiro Agrônomo. Como atividade econômica relevante na região, um dos desafios deste profissional seria tornar as explorações agropecuárias de sequeiro sustentáveis e resilientes numa região semiárida.
A opinião é do Engenheiro Agrônomo, Rômulo Labate, que há 45 anos atua no agronegócio, em projetos e consultoria. Nesse tempo já elaborou mais de 4 mil projetos agropecuários nas diversa áreas: bovinocultura, agricultura irrigada, agroindústrias, silvicultura, Integração Lavoura Pecuária Florestas e outros. Para Labate, “o Engenheiro Agrônomo no Norte de Minas deve atentar para a elaboração de um Plano de Recursos Hídricos Regionais com identificação dos grandes aquíferos regionais, programa de microbacias hidrográficas (preservação das águas superficiais, barragens, etc) e implantação de um Programa que podemos chamar de Fazendeiro Produtor de Água”.
Ele explica que “cada produtor faria um projeto para sua propriedade, para construção de pequenas barragens e barraginhas curvas de nível matas cilares e de cabeceira, reservas legais e APPs, e teria um financiamento com 25 anos de prazo, juros de 2% aa, e subsídio de 50% dos valores gastos. Desse modo seriam preservadas a maior parte das chuvas que caem na região, melhorando a vazão dos rios e dos poços tubulares”.
A vocação para agricultura irrigada tem um potencial enorme, mas é limitada pela escassez de recursos hídricos. A introdução de gramíneas resistentes à seca (inclusive as transgênicas ainda inéditas) e técnicas de manejo, são algumas das inovações tecnológicas que permitam ao produtor regional conviver e prosperar nas adversidades climáticas.
Rômulo Labate pontua que “há escassez cada vez maior de mão de obra no meio rural, que tende a se agravar, pois a aspiração de todos é vir para a cidade onde há escolas e oportunidades de emprego . Com isso, é inevitável o crescimento cada vez maior da mecanização das fazendas”. O empresário do setor, Gilberto Gualter, atua há cerca de 20 anos na venda de tratores e implementos agrícolas. Ele concorda com esta mecanização no campo e completa que “além de o mercado ofertar máquinas cada vez mais sofisticadas, há a demanda para pessoas que atuam como operadores dessas maquinas, que precisam de treinamento pelas concessionárias”.
O Agrônomo, por sua vez, deve ter a capacidade para analisar cada situação e fazer as recomendações daqueles equipamentos mais adequados para um melhor custo/benefício. Rômulo Labate afirma que sempre adquire equipamentos que venham minimizar os esforços físicos da mão de obra, pois melhora o rendimento e a produtividade dos trabalhos de campo. “São tratores e implementos, tais como distribuidores de calcário, plantadeiras, grades com controles remoto, carregadeiras hidráulicas, carretas basculantes, roçadeiras, etc. Sem essas máquinas, e o incremento cada vez maior destas tecnologias, a exploração atual seria simplesmente inviável”.
Estima-se que no Brasil haja cerca de 150 mil engenheiros agrônomos e cresce cada vez mais a busca por profissionais bem preparados para atender as novas demandas e necessidades do mercado agrícola.
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