CRISE NA SAÚDE
Paralisação de procedimentos do SUS pela
Secretaria de Estado da Saúde tumultua
atendimento hospitalar em Montes Claros
Texto: Eduardo Brasil
Fotos: Divulgação
A
garantia de que a partir do dia 1º de agosto a equipe de regulação de
leitos da Superintendência Regional de Saúde estaria “preparada para
assumir a gestão plena de saúde”, em Montes Claros, oferecendo à
população do Norte de Minas atendimento “necessário, transparente e
eficaz”, dada pela superintendente do órgão, Patrícia Aparecida Afonso
Guimarães Mendes, não se confirmou na prática. Pelo contrário! O que se
viu nos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde), em Montes
Claros, neste sábado, primeiro dia do mês, foi muita confusão,
desassistência e praticamente a paralisação dos serviços de regulação de
leitos, o que atingiu milhares de pacientes da cidade e também de
outros centros urbanos do Norte de Minas. Eles se viram, além de
desassistidos, sem nenhuma informação sobre o que ocorria e a quem
recorrer.
SENHAS DESATIVADAS
O
problema teria tido origem na desativação, pela Secretaria de Estado da
Saúde, das senhas que os médicos do município utilizam para acesso à
AIH (Autorização das Internações Hospitalares), para realização de
procedimentos de urgência e previamente programados (eletivos). Assim, a
equipe médica de Montes Claros, “treinada, especializada e disponível
para esta atividade”, ficou impedida de autorizar qualquer procedimento.
Nesta
segunda-feira (3), após questionamentos dos prestadores de serviços
hospitalares sobre a demora para autorização dos procedimentos, e
decidida a impedir maiores prejuízos à assistência hospitalar no Norte
do Estado, a Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, consultou o
suporte técnico indicado pelo sistema SUS FÁCIL a respeito da
desativação das senhas.
RECUO DO ESTADO
Imediatamente
após a iniciativa municipal, a Secretaria de Estado da Saúde recuou da
decisão de cassar as senhas para acesso às AIHs e de abrir mão da
experiência e da capacidade dos médicos em Montes Claros para a
regulação, determinando a reativação dos documentos. Em nota, a
Secretaria Municipal de Saúde destaca que o episódio demonstra que a
SES, ao contrário do que afirmou a superintendente da SRS, Patrícia
Mendes, não tem equipe constituída para a eficiente realização das
autorizações de internação hospitalar e de procedimentos eletivos. A
nota conclui que o município está seriamente preocupado com a
“arbitrariedade” da SES, o que agrava o quadro da saúde e prejudica
ainda mais o usuário do SUS em toda a região.
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