domingo, 1 de novembro de 2015

TEXTO CONVIDADO: RAPHAEL REYS

TEXTO CONVIDADO: RAPHAEL REYS









PAPO FILOSÓFICO  II
Raphael Reys                                         

‘Ainda uma homenagem aos companheiros do debate cultural e filosófico. Esses grandes almas se reúnem na Agência Thaís e na Praça Doutor Carlos. Centro nervoso da nossa urbe. Sempre na boca da noite, como compete aos poetas e diletantes.

Ao iniciar a lavra, lembrei-me de Jorge Luiz Borges:
Por suas passadas ou futuras virtudes, todo homem é credor de toda a bondade.
Afinal a vida é um grande circo. Somos atores construindo a instrumentação, através de todas as experiências possíveis. Dentro de nosso íntimo, guardamos o lado divino do qual somos parte.
Afirma Drummond, o poeta de todos os mineiros que a vida e os seus programas foram organizados com muita antecedência e mediocridade. O homem não tem noção do seu sentimento para com o Criador. O cabimento das nossas tendências é a própria virtude. O ser vivente carrega no seu imo, resíduos da avareza, gula e luxúria.
Encontra-se encurralado num labirinto de emoções. Escravo das informações implantadas em sua mente inconsciente através de propaganda subliminar. Blindado num clichê esquizofrênico, afetado e afetando aos que o cercam.
É vítima e algoz de tudo e de todos. Ao tentar distrair-se, buscando entretenimentos no circo da vida, são explorados comercialmente e, através da compulsividade responsiva. Usada pelos prestadores de serviços, verdadeiros vampiros.
No lenitivo da prece feita fora da intimidade incondicional corre o risco de ser seduzido pelos organismos religiosos. Esses farão o seu consciente de escravo.
A história nos mostra exemplos de cobranças excessivas, absurdos, quando o homem busca se reajustar pela razão. Para que não prevaleça em nós o passional somente, devemos fazer sempre a nos mesmos a pergunta doutrinária:
Posso, mas devo?
A razão é estruturada pelos nossos desejos, daí, o sentimento de falta. Jamais será saciada. Ela é um instrumento passional.
Na inter-relação e na troca de afetos com os entes queridos, encontrará, quase sempre, a incompreensão e o desamor. Pela via do prazer será impulsionado pelo erotismo produzido pela mídia do consumismo, podendo se tornar escravo da lascívia.
O ânimo de amor domina a alma e a conduz somente a satisfação temporal. Conclusivo e explosivo.
Pela via dos terapeutas de plantão correrá o risco de cair em mãos de usuários de modismos e teorias acadêmicas. Manipuladores de coloridos vernizes, técnicas superficiais de autoajuda. Mais algozes comerciantes do que curadores.
Pelo tratamento alopático será um dependente exógeno e progressivo. Dormirá dopado, como uma caixa de ressonância aérea. Enriquecerá os fabricantes de marcas redentoras
Na Índia antiga, Sidarta Gautama instruía os seus discípulos a buscarem sempre a compaixão. Com esse exercício de renúncia; as supostas razões. Aplicava-se assim, a doutrina do amor incondicional. Século VI A.C onde imperava a filosofia e grassava o sofismo; se construía as bases da Academia de Platão. Sócrates, o pai da doutrina de luz, ensinava que:
Toda vez que o homem busca a razão, o faz por que sua alma foi de alguma maneira ferida.
Compaixão, peneira doutrinária, perdão. Os sistemas se interligam. Sócrates, Buda, Jesus Cristo, santos anjos mandados pelo Criador a este nosso conturbado mundo de expiações e provas, para nos instruir.

Se fecharmos as portas a todos os erros e desacertos, a verdade ficará do lado de fora.

“As fotos dos encontros, assim com o tom emocional dos debates são dadas pela jornalista Márcia Vieira...




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