PAPO
FILOSÓFICO II
Raphael
Reys
‘Ainda uma homenagem aos companheiros
do debate cultural e filosófico. Esses grandes almas se reúnem na Agência Thaís
e na Praça Doutor Carlos. Centro nervoso da nossa urbe. Sempre na boca da
noite, como compete aos poetas e diletantes.
Ao
iniciar a lavra, lembrei-me de Jorge Luiz Borges:
Por suas passadas ou futuras virtudes,
todo homem é credor de toda a bondade.
Afinal
a vida é um grande circo. Somos atores construindo a instrumentação, através de
todas as experiências possíveis. Dentro de nosso íntimo, guardamos o lado
divino do qual somos parte.
Afirma
Drummond, o poeta de todos os mineiros que a vida e os seus programas foram
organizados com muita antecedência e mediocridade. O homem não tem noção do seu
sentimento para com o Criador. O cabimento das nossas tendências é a própria
virtude. O ser vivente carrega no seu imo, resíduos da avareza, gula e luxúria.
Encontra-se
encurralado num labirinto de emoções. Escravo das informações implantadas em
sua mente inconsciente através de propaganda subliminar. Blindado num clichê
esquizofrênico, afetado e afetando aos que o cercam.
É
vítima e algoz de tudo e de todos. Ao tentar distrair-se, buscando
entretenimentos no circo da vida, são explorados comercialmente e, através da
compulsividade responsiva. Usada pelos prestadores de serviços, verdadeiros
vampiros.
No
lenitivo da prece feita fora da intimidade incondicional corre o risco de ser
seduzido pelos organismos religiosos. Esses farão o seu consciente de escravo.
A
história nos mostra exemplos de cobranças excessivas, absurdos, quando o homem
busca se reajustar pela razão. Para que não prevaleça em nós o passional
somente, devemos fazer sempre a nos mesmos a pergunta doutrinária:
Posso, mas devo?
A
razão é estruturada pelos nossos desejos, daí, o sentimento de falta. Jamais
será saciada. Ela é um instrumento passional.
Na
inter-relação e na troca de afetos com os entes queridos, encontrará, quase
sempre, a incompreensão e o desamor. Pela via do prazer será impulsionado pelo
erotismo produzido pela mídia do consumismo, podendo se tornar escravo da
lascívia.
O
ânimo de amor domina a alma e a conduz somente a satisfação temporal.
Conclusivo e explosivo.
Pela
via dos terapeutas de plantão correrá o risco de cair em mãos de usuários de
modismos e teorias acadêmicas. Manipuladores de coloridos vernizes, técnicas
superficiais de autoajuda. Mais algozes comerciantes do que curadores.
Pelo
tratamento alopático será um dependente exógeno e progressivo. Dormirá dopado,
como uma caixa de ressonância aérea. Enriquecerá os fabricantes de marcas
redentoras
Na
Índia antiga, Sidarta Gautama instruía os seus discípulos a buscarem sempre a
compaixão. Com esse exercício de renúncia; as supostas razões. Aplicava-se
assim, a doutrina do amor incondicional. Século VI A.C onde imperava a
filosofia e grassava o sofismo; se construía as bases da Academia de Platão.
Sócrates, o pai da doutrina de luz, ensinava que:
Toda vez que o homem busca a razão, o
faz por que sua alma foi de alguma maneira ferida.
Compaixão,
peneira doutrinária, perdão. Os sistemas se interligam. Sócrates, Buda, Jesus
Cristo, santos anjos mandados pelo Criador a este nosso conturbado mundo de
expiações e provas, para nos instruir.
Se
fecharmos as portas a todos os erros e desacertos, a verdade ficará do lado de
fora.
“As
fotos dos encontros, assim com o tom emocional dos debates são dadas pela
jornalista Márcia Vieira...
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