Lei de ações permanentes de combate ao
mosquito da dengue é sancionada em Montes
Claros
Texto: Eduardo Brasil
Fotos: Fábio Marçal
O prefeito Ruy Muniz
assinou e sancionou na tarde desta quarta-feira, 9, durante entrevista
coletiva, a Lei Municipal de nº 4.182, que dispõe sobre ações
permanentes de prevenção contra a dengue, constituindo uma Força Tarefa
para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
A equipe, que envolve
representantes de dezenas de órgãos, entidades públicas e privadas, sob a
coordenação da Secretaria Municipal de Defesa Social, terá nesta
quinta-feira, 10, a sua primeira reunião, quando serão definidas as
ações a serem desenvolvidas ainda a partir desta semana.
A Lei determina
obrigações que todos devem ter para evitar a proliferação do mosquito, e
prevê penalidades para “desobediência ou não observância das
exigências”, que podem resultar na aplicação de multa no valor de R$
500.
“A intenção da lei não é
multar, obviamente, mas conseguir que a população realmente se una,
através de medidas preventivas, para o combate à dengue e outras doenças
causadas pelo mosquito”, disse o chefe do Executivo, destacando que a
medida ocorre exatamente face à ameaça de proliferação do Aedes aegypti,
principalmente neste período de chuvas.
“A situação em Montes
Claros, é bom que se ressalte, em relação à dengue, não é alarmante. O
nível de infestação, hoje, é de 1.3, contra níveis que chegaram até a
1.8 nos anos de 2012, 2013 e 2014”, acrescentou o prefeito.
VÍRUS ZIKA
O prefeito explicou que a
criação da lei está relacionada também ao fato do mosquito ter passado a
transmitir o vírus Zika, que pode ter originado casos de microcefalia –
condição neurológica em que a cabeça do recém-nascido é menor quando
comparada ao padrão adequado, de acordo com o Ministério da Saúde. Em
Montes Claros há suspeitas de três casos da doença, que estão sendo
investigados. Em Minas, seriam 11, e quase dois mil casos em todo o
país, principalmente na região nordestina.
Para a infectologista
Cláudia Biscotto, que integra a Força Tarefa e acompanhou a assinatura
da lei, a medida ocorre em momento oportuno: “este é o período mais
propício para o surgimento do mosquito. Não queremos fazer alarde, mas
muitos casos novos devem surgir, sejam de dengue, de microcefalia ou de
chikungunya, doenças que também são transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti”.
O coordenador do Centro
de Controle de Zoonoses, Edvaldo Freitas, concorda com a infectologista e
admite que, apesar do nível de infestação ser considerado de médio
risco para a transmissão da dengue, a situação em Montes Claros não
deixa de ser “assustadora”.
“Estamos lidando com um
inimigo pequeno, mas mortal, que parece usar até de inteligência para
perpetuar a espécie”, afirma o coordenador, observando que, apesar de
sua aparência frágil, o inseto, que tem vida média de 35 dias, tem uma
reprodução acelerada. “Uma fêmea desova de 100 a 300 ovos, cujas larvas
em sete dias alcançam a fase adulta, tornando-se uma ameaça à vida
humana. Por isso, a medida do Executivo é de extrema importância para
toda a população”.
Ao final da coletiva o
prefeito anunciou a liberação, pelo Ministério da Saúde, de recursos que
somam R$ 848.218,50 para manter as equipes da Força Tarefa no combate
ao Aedes aegypti e que estarão à disposição do município ainda neste mês
de dezembro.
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