Visionários e idealizadores
Loquaz por que sábio. Darcy Ribeiro. Conhecedor de gente. De povos. Falando de um Brasil, pátria gigante de extensão territorial, de uma só língua, de um só idioma. Falando de um povo que conheceu como ninguém. Dos recônditos dos indígenas selvagens ao coração pulsante de Brasília, Distrito Federal. Das crianças das periferias do Rio de Janeiro e dos CIEPS, que lhes daria educação, ensino e cidadania. Do palco para o maior show do mundo, o Sambódromo. Também escola e vida. Do sítio Tira Teima de Montes Claros, do irmão Mário Ribeiro e D. Jacy e da sobrinhada Ribeiro, onde chegava e sentava ora na sala dos sofás de descanso ora no espaço gourmet perto da ducha onde Mário chamava todos e todas e as autoridades visitantes para o banho nú. Coisa da simplicidade e da falta de cerimônia do homem bondade e felicidade, Marão de todos nós. Convivi com Darcy Ribeiro e lhe ouvi e, de quando em vez, me colocava em antagonismo em posições e colocações da educação, mais para provocá-lo e aprender mais com ele do que de me arvorar de entendido ou de opiniões contrárias as dele. Discordamos nos enfoques dos CIEPS, porque eu preferia casas escolas mais similares ao modus vivendi das famílias e das crianças. Darcy queria os CIEPS até pela sua construção revolucionária, rápida e em blocos séries. Assim sempre nos entendíamos e eu ficava ouvindo aquele homem que conhecia tudo e o ser humano como ninguém, na sua rara e irrequieta singularidade e simplicidade de um gigante visionário e idealizador de um Brasil, de brasileiros cidadãos e libertos pela educação. Pensava grande demais, para criar universidades aqui e ali e multiplicar conhecimentos. Gênio de muitas mulheres em convivência pacífica e até harmônica entre elas e todas a amá-lo como ser humano raro. Fui me despedir dele, no Rio de Janeiro, por ocasião do seu encantamento, junto aos amigos mais próximos e uma multidão de sábios, professores e políticos e das ex-mulheres todas. Convivi com os Ribeiro e convivo menos um pouco hoje, mais fui filho e irmão, e fui com muita honra, por muitas vezes, motorista de Jacy e Marão para férias em Prado, Porto Seguro e em outros lugares. Fui secretário de Marão também. Foram momentos de muita grandeza. Mas volto ao visionário Darcy Ribeiro que nos deixou o legado de brasilidade e de homem do mundo nos seus multiplicados escritos e livros e gravações de voz forte e rápida que, vez e outra, retumba em canais educativos e outros. Escrevi tudo isso para dizer que nesta Montes Claros outro visionário surge e será reconhecido como tal, também no ramo da educação, nas suas escolas por todo o Brasil de milhares e milhares de alunos, mas também na sua gestão como Prefeito de Montes Claros. Irrequieto como Darcy. Inteligente como Darcy. Visionário e idealizador como Darcy Ribeiro. Pragmático, decidido e resolutivo, qualidades próprias e suas. Enxerga além do asfalto que melhora vida e saúde. Visualiza a felicidade das crianças além das escolas e de tudo que as fazem mais cidadãs. Vislumbra a Montes Claros mais futurista do que as transformações urbanistas e de mobilidade urbana, de BRTs e outros tantos, da Cidade Administrativa e de todas as intervenções. Pensa uma Montes Claros inteira, sistêmica no seu crescimento, e maiúscula com a sua população tendo caminhos próprios para o desempenho pleno da cidadania e da dignidade. Uma Montes Claros unida e coesa sem a pequenez das discórdias e do passado, com a honesta prestação de serviços públicos de qualidade e de retorno à população. Um gestor visionário que compra brigas necessárias para ditar o rumo, a direção e a ordem, que colocam Montes Claros no caminho certo. Este é Ruy, não como ou igual Darcy, de outro tempo e de outro Brasil. Mas um Ruy Muniz de hoje, visionário e idealizador. Para Minas e para o Brasil. Escrevendo a história da gestão moderna e inovadora, à procura da perfeição, compromissada com o correto, a tolerância zero com a corrupção como prática e atitude diuturnas, e com a gestão eficiente e eficaz dos recursos públicos para uma Montes Claros, que jamais retrocederá ao passado, exceto para as reverências e gratidão. Montes Claros com Ruy Muniz olha pra frente de verdade. Olha maior.
Hamilton Trindade - educador e professor
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