LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Audiência Pública debate Projeto
de Lei nº 41/2016
Texto: Marcelo Valmor
Fotos: Fábio Marçal
Nesta quarta-feira (22), a Câmara
Municipal de Montes Claros realizou Audiência Pública que debateu o Projeto de
Lei n° 41/2016, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da
Lei Orçamentária (LDO) para o exercício financeiro de 2017. A sessão foi de
iniciativa das Comissões de Legislação, Justiça e Redação e de Finanças,
Orçamento e Tomada de Contas e serviu para que o secretário de Planejamento e
Gestão, Wagner Santiago, além de Francisco Lima, técnico da referida Secretaria,
explicasse para os vereadores e para o público a forma como será executado o
orçamento 2017 e seus valores, sempre lembrando que as verbas carimbadas, ou
seja, os recursos para investimento mínimo em educação e saúde não são
passíveis de recolocação.
“Existem valores no orçamento,
como os R$ 60.000,00 destinados para a Diretoria de Juventude, mas não
significa que os valores sejam somente esses. Na verdade, existem verbas
diluídas em várias secretarias que, certamente ampliam, em muito, esses
valores. Além disso, os valores destinados à educação e à saúde não podem ser
alterados, já que os repasses obedecem a normas constitucionais”, afirmou
Wagner Santiago.
Com público no plenário reduzido
e somente com oito vereadores presentes, entre eles Cláudio Prates (PTB), que
chamou a atenção para a necessidade de uma ampla discussão da LDO para o
exercício de 2017. “É fundamental discutirmos a fundo as propostas de orçamento
para o ano de 2017, procurando saber o que pode ser alterado, e o que pode ser
melhorado”, explicou.
Outro ponto levantado foi em
relação à transparência das contas municipais que, segundo Eduardo Madureira
(PT), não estão sendo disponibilizadas no Portal de Transparência da Prefeitura.
“Não encontramos os dados disponibilizados sobre os gastos do município no Portal
e, portanto, não temos como propor sugestões”, destacou o vereador.
Definido pela lei A Lei
Complementar 131/2009 - Lei da Transparência - altera a redação da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) no que se refere à transparência da gestão
fiscal. O texto inova e determina que estejam disponíveis, em tempo real,
informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e, segundo Wagner Santiago, os
alunos do curso de ciências contábeis e afins da Unimontes, sempre que
precisam, conseguem acessar esses dados, não entendendo o questionamento do
vereador Madureira.
Outro aspecto levantado pelos
vereadores presentes foi a construção do novo Centro Administrativo de Montes
Claros, na região Norte. O técnico da Seplag, Francisco Lima, explicou que os
recursos estão previstos, dentro de um orçamento de mais de R$ 1,5 bilhão, e
que uma parte deles são oriundos do próprio tesouro municipal, enquanto o
restante vem de repasses e convênios.
“O orçamento municipal não é um
chute. É um valor aproximado a partir de médias históricas acumuladas, mas que
precisa dos repasses de recursos e dos valores que os convênios podem trazer
para a cidade. A nova prefeitura, por exemplo, está dentro do projeto, e a sua
construção está vinculada a alienação de imóveis, enquanto a segunda parte, a
da compra de equipamentos, está vinculada ao BDMG através da carteira de
financiamento para modernização administrativa”, concluiu.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Para Maysa Castro Martins Santos,
presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santo Antônio I, uma das
questões mais importantes para o município é a volta da gestão plena da saúde,
retirada de Montes Claros pelo governo Fernando Pimentel (PT). “É fundamental
para a saúde da cidade que a gestão dos recursos e da administração desses
recursos volte para as mãos de Montes Claros, para as mãos do seu povo. Com
isso, vamos fortalecer ainda mais a saúde preventiva, acabando com essa ideia
de que o leio de hospital faz parte da saúde, substituindo o hospital por
políticas de prevenção”, explicou.
Do outro lado da ponta, mas em
setor que se aproxima da saúde, o produtor vinculado à agricultura familiar,
Renato Marcelo Dias Rocha, salientou que o homem do campo está vivendo
praticamente através da aposentadoria rural e que medidas têm que ser tomadas
para amenizar a crise na agricultura familiar. “Defendemos, assim como a
Sociedade Rural, a criação do Centro de Convivência com a Seca, para que
possamos aprender a lidar com ela. Mas enquanto ele não chega, vamos construir
barraginhas para evitar que a água que desce do céu escorra e não volte nunca
mais”, disse.
A aprovação do orçamento
municipal deverá ocorrer depois das sugestões para alterações pontuais, e ser
votado ainda neste primeiro semestre, podendo, caso isso não ocorra, sacrificar
o recesso que os parlamentares tem no mês de julho.
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