quinta-feira, 2 de junho de 2016

O ASSUNTO da SEMANA-V- ENTENDA O CASO....

 O ASSUNTO da SEMANA-V
 
01/06/2016
Reunião entre deputado do PT e delegado federal causa estranheza
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Na madrugada de segunda-feira (30), o deputado estadual Paulo Guedes (PT) e o delegado da Polícia Federal, Marcelo Eduardo Freitas, se reuniram em apartamento na zona sul de Montes claros, de propriedade do ex-diretor do Idene e pretenso candidato a prefeito de Glaucilândia, Arnaldo Mendes Teixeira (PT), causando estranheza na cidade, após serem flagrados por fotografias e filmagens feitas pelo jornalista Fredi Mendes, amplamente divulgadas nas redes sociais.

Apesar de terem divulgado que o encontro foi motivado por um convite para assumir cargos na área politica, as imagens e áudio atestam que, na verdade, a justificativa foi a fórmula encontrada, tanto por Freitas quanto por Guedes, para conter as especulações em torno dos verdadeiros objetivos da reunião, que seriam, em primeiro lugar, negociar um apoio mínimo do PT ao nome do delegado federal Marcelo Freitas, que comporia a lista tríplice para servir de base para que o presidente Michel Temer (PMDB) escolhesse o novo Diretor Geral da Polícia Federal, além de discutirem alianças capazes de afastar de forma definitiva o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), e impedir sua candidatura à reeleição, em outubro.

Independentemente dos motivos, o encontro entre duas autoridades que estão em lados opostos, justamente por um ser o investigador e o outro, investigado, causa estranheza, especialmente pela forma como se deu, e pelo fato de o delegado ter se escondido, ficando ‘preso’ durante toda noite, de forma a garantir que não seria flagrado pelos jornalistas de plantão em frente ao prédio.


Por Marcelo Valmor


O delegado da Polícia Federal, Marcelo Freitas
deixa o prédio após treze horas ‘preso’ no
apartamento do ex-diretor do Idene

 
Na madrugada de segunda-feira (30), estiveram reunidos em apartamento na zona sul de Montes Claros, de propriedade do ex-diretor do Idene e pretenso candidato a prefeito de Glaucilândia, Arnaldo Mendes Teixeira (PT), o deputado estadual Paulo Guedes (PT) e o delegado da Polícia Federal, Marcelo Eduardo Freitas.

Separados pela própria natureza das instituições às quais estão vinculados, essa barreira foi plenamente transposta quando se tratou de negociar apoios mútuos, denunciados por fotografias e filmagens feitas pelo jornalista Fredi Mendes, amplamente divulgadas nas redes sociais.

As imagens atestam que, na verdade, os convites para assumir cargos na área política foram a fórmula encontrada, tanto por Freitas quanto por Guedes, para conter as especulações em torno dos verdadeiros objetivos da reunião, que seriam, em primeiro lugar, negociar um apoio mínimo do PT ao nome do delegado federal Marcelo Freitas, que comporia a lista tríplice para servir de base para que o presidente Michel Temer (PMDB) escolhesse o novo Diretor Geral da Polícia Federal, além de discutirem alianças capazes de afastar de forma definitiva o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), e impedir sua candidatura à reeleição, em outubro.

Segundo o deputado Paulo Guedes, a reunião na casa do dono da Via Única teve como objetivo convidar o delegado Marcelo Freitas para ser candidato a prefeito de Montes Claros, naturalmente sem ouvir as outras instâncias do partido na cidade. Além disso, o convite para ocupar a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas (Sedinor), outra opção apresentada, foi plenamente desmentida pela Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, em nota distribuída à imprensa na tarde dessa terça-feira (31), que disse desconhecer tal convite.

A reunião foi toda cercada de muito mistério, a começar pela chegada das autoridades, sobretudo do delegado da Polícia Federal. Ele estacionou seu carro em uma rua paralela onde ocorreria o encontro e foi flagrado em fotografias entrando no prédio, sempre avaliando o terreno antes de dar um passo à frente. Ao final da reunião, e depois que o deputado petista saía, o delegado, que vinha logo atrás, voltou imediatamente para dentro do apartamento assim que percebeu a presença de jornalistas, somente indo embora por volta das 9h da manhã do dia seguinte, depois que chegaram para ele roupas sociais e óculos escuros.

PERSONALIDADES DISTINTAS?
Enquanto o delegado Marcelo Freitas almeja cargos maiores na esfera federal, o deputado petista responde cada vez mais a processos de corrupção praticamente em todas as instâncias.

Paulo Guedes é réu na Operação Curinga, quando, segundo denúncia da própria Polícia Federal, teria trocado votos por dentaduras, Bolsa Família, entre outros benefícios no extremo Norte de Minas Gerais, durante as eleições de 2014.


Investigado pela Polícia Federal na Operação
Curinga, o deputado Paulo Guedes também
foi flagrado saindo de reunião secreta na
madrugada de segunda-feira

 
O deputado também teve o nome citado na Operação Lava Jato como um dos beneficiários de recursos desviados da Petrobras e que serviram para abastecer sua campanha à prefeitura de Montes Claros em 2012, exatamente contra o prefeito afastado Ruy Muniz.

Além disso, em 20 de março de 2015, conforme reportagem amplamente divulgada pela imprensa, a juíza Rosana Silqueira da Paixão, da 1ª Vara Empresarial e de Fazenda Pública da Comarca de Montes Claros, condenou o deputado Paulo Guedes a pagamento de multa no valor de três vezes a remuneração que ele recebia enquanto vereador, à época dos autos, na cidade de Manga, no Norte de Minas. Por causa da condenação, ele teve os direitos políticos suspensos por oito anos e ficou proibido de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais no período de 10 anos. Recorreu da decisão, mas pode a qualquer momento ter que cumprir as penalidades impostas pela juíza de primeira instância.

Já o delegado Marcelo Freitas ficou conhecido exatamente por anunciar que não compactuaria com o errado, com a corrupção, participando de operações em nível nacional, inclusive, quando desbaratou quadrilhas que desviavam recursos públicos, mas que, estranhamente, aproxima, agora, exatamente daquele a quem deveria investigar.



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