Lançamento de marca coletiva valoriza a tradição do norte de
Minas na produção de cachaças
O selo “Região de Salinas”, apoiado pelo Sebrae Minas e Apacs,
exalta a procedência das cachaças da região e fomenta o mercado local
O Sebrae Minas, em parceria com a Associação dos Produtores
Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), promoveu no município de Salinas, na
última quinta-feira (28), o lançamento oficial da marca coletiva “Região de
Salinas”. O selo reforça a tradição e a procedência das cachaças da região,
beneficiando também toda a cadeia produtiva da bebida do Norte Minas, como
hotéis, mercados e outros estabelecimentos. A novidade tem também o objetivo de
potencializar o mercado e a visibilidade da região.
A marca padronizada comprova que as cachaças da região possuem
registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com Indicação
Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), garantindo sua
origem. O prestígio do selo será reverberado nos estabelecimentos que comercializam
a bebida, valorizando a excelência dos produtos e os serviços oferecidos pela
região.
De acordo com o analista técnico do Sebrae Minas, Filomeno Bida,
a marca “Região de Salinas” irá incrementar a economia regional, que tem a
cachaça como carro-chefe. “Estamos lançando uma marca coletiva que vai abranger
toda a cadeia produtiva da cachaça. Os hotéis, restaurantes e vários outros
segmentos que fazem parte do roteiro da cachaça também poderão utilizar o selo
com a marca ‘Região de Salinas’, desde que obedeçam a uma serie de critérios de
regulamento de uso estabelecidos pela Apacs” destaca.
Filomeno Bida salienta, ainda, que, agora que a marca foi
lançada, ela será apresentada em todo Brasil. Atualmente, 88 municípios estão
mapeados para serem revendedores autorizados. Desse total, 17 revendas já estão
funcionando em grandes cidades do país, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro,
São Paulo, Brasília e Recife.
Leonardo Sarmento Correia produz a cachaça
Fabulosa e acredita que a nova marca vai potencializar o crescimento da
economia na região. “Esperamos um crescimento maior a partir de agora. Temos
muita fama em virtude da Havana, mas precisamos mostrar que temos outras
cachaças que também são de excelente qualidade” enfatiza.
Para o proprietário das cachaças Erva doce e
Rainbow, João Pena, evitar a falsificação do produto é uma das metas a ser alcançada.
“Esperamos encontrar maior facilidade para diminuir a falsificação e evitar a
atuação de atravessadores. Vamos ganhar visibilidade em outros estados e trazer
desenvolvimento para região” diz.
O presidente da Associação Comercial de
Salinas, e diretor do Circuito Turístico da Cachaça, Sebastião César Ferreira,
aposta em uma nova fase com a implantação da marca.“Os demais setores da
economia regional também vão ganhar. Essa marca não é só para a cachaça, ela
vale para todos os seguimentos” afirma.
A
região de Salinas possui cerca de 30 alambiques totalmente legalizados, que
garantem a autenticidade e a sustentabilidade da produção da bebida. Segundo a Apacs, a região abriga cerca de 100 produtores
distribuídos por seis municípios – Fruta de Leite, Novorizonte, Rubelita,
Salinas, Santa Cruz de Salinas e Taiobeiras. A produção total, inteiramente
artesanal, chega a 15 milhões de litros por ano, comercializada por mais de 50
marcas.
A marca “Região de Salinas” integra a estratégia da Apacs de
ampliar sua atuação por meio da valorização do produto “premium”, que visa atingir um
público mais exigente. O restaurante D.O. M, de propriedade do premiado
chef Alex Atala, em São Paulo, é um dos estabelecimentos que têm em seu
refinado menu as cachaças Fascinação e Tabúa, fabricadas na região de
Salinas, o que comprova a qualidade e a credibilidade das cachaças produzidas
na região.
Mercado nacional e internacional
Conforme avaliação realizada pela Federação Nacional das
Associações de Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), divulgada pelo
Sebrae Minas, os consumidores das classes A e B descobriram na cachaça um bem
de valor, contrapondo a ideia de que o produto era direcionado apenas para
consumidores com poder aquisitivo baixo. O aumento da demanda começou de forma
espontânea e passou a ser observado há cerca de uma década.
O Brasil tem uma produção de cachaça estimada em 1,4 bilhões de
litros por ano, de acordo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. A cadeia produtiva da bebida movimenta cerca de R$ 7 bilhões
anualmente. No país, estima-se que a atividade envolve em torno de 40 mil
produtores de cachaça. Calcula-se que destes, 98% são pequenos e
microempresários. O setor gera em torno de 600 mil empregos diretos e
indiretos.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex-Brasil), aponta que as ações de promoção da cachaça estão avançando
com participação nas feiras internacionais. A Agência e o Instituto Brasileiro
da Cachaça (Ibrac) mantém convênio com investimento de R$ 1,3 milhão para
promover a bebida no exterior. Atualmente, 38 empresas participam da iniciativa,
com foco nos mercados da Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. A cachaça já é
reconhecida como uma bebida legitimamente brasileira nos Estados Unidos, na
Colômbia e no México. Em qualidade, a bebida brasileira não perde para nenhum
outro destilado.
Acesse o site http://www.regiaodesalinas.com.br
Fotos/Divulgação Sebrae
Texto: Cida Santana
Texto: Cida Santana
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