terça-feira, 2 de agosto de 2016

CACHAÇA de SALINAS: LANÇAMENTO de MARCA COLETIVA VALORIZA TRADIÇÃO

Lançamento de marca coletiva valoriza a tradição do norte de Minas na produção de cachaças
O selo “Região de Salinas”, apoiado pelo Sebrae Minas e Apacs, exalta a procedência das cachaças da região e fomenta o mercado local

O Sebrae Minas, em parceria com a Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), promoveu no município de Salinas, na última quinta-feira (28), o lançamento oficial da marca coletiva “Região de Salinas”. O selo reforça a tradição e a procedência das cachaças da região, beneficiando também toda a cadeia produtiva da bebida do Norte Minas, como hotéis, mercados e outros estabelecimentos. A novidade tem também o objetivo de potencializar o mercado e a visibilidade da região.
A marca padronizada comprova que as cachaças da região possuem registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), garantindo sua origem. O prestígio do selo será reverberado nos estabelecimentos que comercializam a bebida, valorizando a excelência dos produtos e os serviços oferecidos pela região.
De acordo com o analista técnico do Sebrae Minas, Filomeno Bida, a marca “Região de Salinas” irá incrementar a economia regional, que tem a cachaça como carro-chefe. “Estamos lançando uma marca coletiva que vai abranger toda a cadeia produtiva da cachaça. Os hotéis, restaurantes e vários outros segmentos que fazem parte do roteiro da cachaça também poderão utilizar o selo com a marca ‘Região de Salinas’, desde que obedeçam a uma serie de critérios de regulamento de uso estabelecidos pela Apacs” destaca.
Filomeno Bida salienta, ainda, que, agora que a marca foi lançada, ela será apresentada em todo Brasil. Atualmente, 88 municípios estão mapeados para serem revendedores autorizados. Desse total, 17 revendas já estão funcionando em grandes cidades do país, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife.
Leonardo Sarmento Correia produz a cachaça Fabulosa e acredita que a nova marca vai potencializar o crescimento da economia na região. “Esperamos um crescimento maior a partir de agora. Temos muita fama em virtude da Havana, mas precisamos mostrar que temos outras cachaças que também são de excelente qualidade” enfatiza.

Para o proprietário das cachaças Erva doce e Rainbow, João Pena, evitar a falsificação do produto é uma das metas a ser alcançada. “Esperamos encontrar maior facilidade para diminuir a falsificação e evitar a atuação de atravessadores. Vamos ganhar visibilidade em outros estados e trazer desenvolvimento para região” diz.

O presidente da Associação Comercial de Salinas, e diretor do Circuito Turístico da Cachaça, Sebastião César Ferreira, aposta em uma nova fase com a implantação da marca.“Os demais setores da economia regional também vão ganhar. Essa marca não é só para a cachaça, ela vale para todos os seguimentos” afirma.
A região de Salinas possui cerca de 30 alambiques totalmente legalizados, que garantem a autenticidade e a sustentabilidade da produção da bebida. Segundo a Apacs, a região abriga cerca de 100 produtores distribuídos por seis municípios – Fruta de Leite, Novorizonte, Rubelita, Salinas, Santa Cruz de Salinas e Taiobeiras. A produção total, inteiramente artesanal, chega a 15 milhões de litros por ano, comercializada por mais de 50 marcas.
A marca “Região de Salinas” integra a estratégia da Apacs de ampliar sua atuação por meio da valorização do produto “premium”, que visa atingir um público mais exigente. O restaurante D.O. M, de propriedade do premiado chef Alex Atala, em São Paulo, é um dos estabelecimentos que têm em seu refinado menu as cachaças Fascinação e Tabúa, fabricadas na região de Salinas, o que comprova a qualidade e a credibilidade das cachaças produzidas na região.
 Mercado nacional e internacional
Conforme avaliação realizada pela Federação Nacional das Associações de Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), divulgada pelo Sebrae Minas, os consumidores das classes A e B descobriram na cachaça um bem de valor, contrapondo a ideia de que o produto era direcionado apenas para consumidores com poder aquisitivo baixo. O aumento da demanda começou de forma espontânea e passou a ser observado há cerca de uma década.
O Brasil tem uma produção de cachaça estimada em 1,4 bilhões de litros por ano, de acordo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A cadeia produtiva da bebida movimenta cerca de R$ 7 bilhões anualmente. No país, estima-se que a atividade envolve em torno de 40 mil produtores de cachaça. Calcula-se que destes, 98% são pequenos e microempresários. O setor gera em torno de 600 mil empregos diretos e indiretos.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), aponta que as ações de promoção da cachaça estão avançando com participação nas feiras internacionais. A Agência e o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) mantém convênio com investimento de R$ 1,3 milhão para promover a bebida no exterior. Atualmente, 38 empresas participam da iniciativa, com foco nos mercados da Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. A cachaça já é reconhecida como uma bebida legitimamente brasileira nos Estados Unidos, na Colômbia e no México. Em qualidade, a bebida brasileira não perde para nenhum outro destilado.
Fotos/Divulgação Sebrae
Texto: Cida Santana

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