quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ROMPENDO O SILÊNCIO- CAP. 1



ROMPENDO O SILÊNCIO - Cap. I

Por Márcia Vieira

“movimenta-te em teus recursos, não permitindo que o manancial da fé se te transforme em água estagnada” (C. A Baccelli- Irmão José)

Pois bem, até o momento me mantive quieta, calada, amparada apenas pela fé e esperando que as coisas se resolvam naturalmente. Fé de que o mundo ainda pode ser justo, que a Mão de Deus é mais poderosa do que qualquer outra. Fé naquela obra divina que aparece de repente, nos momentos cruciais.  Ainda penso assim e acredito na mão que muda qualquer história, a qualquer tempo e hora, ainda que as (des) humanas forças contrárias tentem impedi-las. E hoje, não por acaso abro justamente na mensagem “mobiliza o teu potencial”, de um dos meus livros de cabeceira. Aceito de bom grado a mensagem que me indica a maneira correta de proceder. Ter fé não é ficar mudo e deixar o barco correr. Ter fé é também agir. E agir neste momento nada mais é do que restabelecer a verdade, mostrar, com os poucos recursos disponíveis  o outro lado da história.

Foi a mão divina que fez com que  na noite de 30 de maio, o dedo do algoz  apontasse para o interfone errado e denunciasse a  sua presença em local impróprio, com fins impróprios. Seria uma situação casual, não fosse o encontro marcado no mesmo ambiente com outro algoz, que lá dentro já o esperava: um deputado estadual. Em comum, a mesma vítima: o homem que direcionando a cidade para o rumo que ela merece, teve o seu o ofício interrompido de maneira abjeta, mesquinha: o prefeito da cidade. Foi exposto em rede nacional, com a conivência de operários da notícia que priorizam interesses particulares (leia-se, financeiros e políticos) como alguém que não cumpre seu dever de homem público, quando documentos dizem exatamente o contrário. O ato serviu, ainda que por instantes, de munição para os seus algozes, nesta altura, unidos na tarefa de execrá-lo publicamente. Os operários da notícia recebem documentos, mas não o examinam, não lêem e não publicam. Porque os documentos contrariam, aquilo que eles são orientados a divulgar. A opção por expor fatos não apurados tem sido recorrente neste país. A violação do direito do cidadão de ser “inocente até que se prove que ele é culpado”, foi esquecida e o inverso tornou-se regra. Mentem, acusam, execram, pra depois apurar a veracidade dos fatos ou a culpa do cidadão. Surgem então as hediondas “operações”, com o intuito de prejudicar pessoas escolhidas  pelo comando local de instituição federal. As vítimas sempre são aquelas que não “obedecem” às regras impostas pelo algoz. O que interessa no frigir dos ovos é imputar qualquer tipo de crime àquele que o desafiou. Entenda por crime, um simples negativa de lhe ofertar títulos e homenagens, ou não o reconhecer com honras e méritos, já que sua extrema, real e conhecida vaidade suplanta qualquer sentimento humano. Vale lembrar aqui que uma honraria concedida anualmente ao município a figuras de destaque, já havia sido negada a este cidadão em outra ocasião, há cerca de seis anos, não obstante o lobby feito por ele.  Não funcionou. De lá para cá, a ira deste ser vem sendo despertada com maior  intensidade.

A vítima dos articuladores da madrugada foi distanciada da vida pública e privada do direito constitucional de ir e vir, garantido, pasmem, a todo e qualquer cidadão inocente e até mesmo culpado (Suzane Ritchtoffen assassinou os pais, mas  gozou do benefício da saída temporária da prisão no dia das mães e no dia dos pais).  Já era assunto na cidade, antes da noite do dia 30, a trama ardilosa que foi engendrada com o objetivo de destruir a vítima da ocasião e seus aliados. Embora já fosse do conhecimento público o perfil sociopata de um destes articuladores, a comprovação da ilicitude dos seus atos, só veio à tona na madrugada do dia 30/31, depois de alguns dos vídeos serem divulgados  em redes sociais de jornalista local combativo e destemido. E por isso, também perseguido. O vídeo foi reproduzido em mídias de outras plagas e o caso, batizado de operação "a máscara caiu" chegou a todos os cantos. Nas conversas durante a noite pessoas foram citadas pejorativamente, sexualidades e traições matrimoniais de cônjuge de vereador foram discutidas, desvios de dinheiro público por este mesmo vereador foi aplacado e caso similar dos opositores foram alçados à coisa grave e "situação diferente". Numa conversa desprezível, médica foi citada como pessoa ideal para a política e suas qualidades físicas foram amplamente ressaltadas como se isso valesse mais do que a sua postura  e comportamento sempre elegante, discreto e beneficente. Seria usada pelos articuladores ( e nem sabia disso) para derrubar de vez a candidatura do prefeito afastado  por força deste mesmo algoz. O irmão da médica foi chamado de fraco  pelos articuladores e tido como pouco inteligente para ser lançado à política. Na mesma conversa , o "santo forte" da única deputada federal da região foi debatido. Apesar de todas as conspirações até então feitas nesta direção, não haviam conseguido derrubar a mulher que incomoda e que com o seu trabalho efetivo na Câmara Federal (posto cobiçado pelo deputado estadual que vem trabalhando na surdina pra tirar do caminho os seus adversários) tira deles toda a chance de querer mostrar serviço. 

Depois de se refestelarem em conversas asquerosas  e se decidirem pela vida dos outros, forjando situações e prejudicando pessoas  para efetivarem seus projetos pessoais , resolveram deixar o local. Só não sabiam que já haviam sido flagrados em suas tramas. Na incerteza se suas imagens já existiam ou não (embora tenha sido avisado em bom som que o flagrante havia sido realizado), optou por ficar escondido até que os seus agora algozes saíssem do local. Não aconteceu. Sem sombra de cansaço, todos os que estavam ali, permaneceram até o amanhecer, imbuídos da tarefa de mostrar ao mundo  aquilo que boa parte da imprensa  é "obrigada" a esconder. Se a Mão de Deus nos preparou essa situação, se ela foi colocada diante de nós, justamente os que mais gritaram  que arbitrariedades estavam sendo cometidas com fins pessoais,  não poderíamos nos abster da missão que nos fora concedida. Não foi por acaso.
Durante a noite, carros da instituição foram gravados circulando pelas imediações na tentativa de “resgatar” o “preso”.  Até um seu subordinado (considerado gente de boa índole e bem diferente do chefe) esteve no local, se submetendo a uma situação constrangedora, mas apenas cumprindo ordens. Tentou impedir que a placa fosse vista pelos jornalistas jogando farol alto em seus rostos, mas se esqueceu de vigiar o outro ângulo da rua, por onde o seu possante carro ancorava. A polícia foi chamada para registrar boletim de ocorrência numa tentativa mal sucedida de retirar do local as pessoas que iriam registrar o acontecimento: a imagem da trama da madrugada. O teor do B.O.? “As pessoas estariam perturbando o sono dos moradores”.  Qual sono? O algoz, que de repente virou vítima e bebeu da bebida amarga que costuma servir em banquetes midiáticos, permaneceu no apartamento e não dormiu. De hora em hora sua figura nada simpática aparecia espiando por uma fresta para ver se o local já havia sido evacuado. Não foi. Não havia motivo para que militares tirassem as pessoas do local. Acuado, restou esperar o dia raiar para ao menos se trocar e sair vestido formal e decentemente do local.  Sua esposa veio pela manhã e trouxe mala com roupas. Minutos depois, chegaram ao local, o amigo inseparável do algoz, que havia deixado o local à noite, junto com o deputado estadual, e outro companheiro. Saíram todos de uma vez. Não restando outra alternativa, o “chefe” foi obrigado a dar “bom dia” aos que permaneceram no local durante toda a noite aguardando ansiosos a sua saída.

Pela primeira vez, se recusou a dar uma entrevista. Logo ele, que chegou a dar entrevista ao programa Fantástico fazendo acusações sem provas aos desafetos, desta vez, evitou a imprensa.  No dia 31, tentou até se justificar  enviando nota à imprensa  amiga dizendo  que fora convidado para ocupar cargo no Estado. A emenda ficou pior do que o soneto. Outra vergonha. O Estado desmentiu o convite.

Exposto tanto quanto costuma expor, escondeu-se por um bom tempo e até deixou de escrever suas habituais “colunas”, por onde destila seu ódio. A diferença é que as pessoas não armaram situações nem forjaram provas, como ele costuma fazer. O Modus Operandi foi bem diferente. Tentou emplacar até uma desculpa de que estava sendo seguido. Não colou. Como é que alguém segue outro até sua casa?

A “operação ganhou o Brasil. Certamente, o atual Presidente, que na ocasião ocupava o cargo de presidente interino não gostou de saber que fora tema de conversa e tratado em termos pejorativos por aquele que ansiava uma sua indicação. O caso foi a notícia mais comentada e acessada Brasil afora.Por aqui, a imprensa amiga foi "proibida" de comentar o caso.

Destituído da imagem de bom moço, restou ao articulador da madrugada, ficar recluso certo tempo, até que o caso esfriasse. Mas a "vergonha nacional" não foi suficiente para conter a ira do implacável algoz, momentânea e disfarçadamente ausente da cena. Nos bastidores, ódio redobrado,  continuou agindo e tramando contra os seus desafetos. O objetivo: tirar da cena política, a qualquer preço,  àquele que o desafiou. E , de novo,  novas armações.

Aguardem os próximos capítulos




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