ROMPENDO O SILÊNCIO - Cap. I
Por Márcia Vieira
“movimenta-te
em teus recursos, não permitindo que o manancial da fé se te transforme em água
estagnada” (C. A Baccelli- Irmão José)
Pois
bem, até o momento me mantive quieta, calada, amparada apenas pela fé e
esperando que as coisas se resolvam naturalmente. Fé de que o mundo ainda pode
ser justo, que a Mão de Deus é mais poderosa do que qualquer outra. Fé naquela
obra divina que aparece de repente, nos momentos cruciais. Ainda penso
assim e acredito na mão que muda qualquer história, a qualquer tempo e hora,
ainda que as (des) humanas forças contrárias tentem impedi-las. E hoje, não por
acaso abro justamente na mensagem “mobiliza o teu potencial”, de um dos meus
livros de cabeceira. Aceito de bom grado a mensagem que me indica a maneira
correta de proceder. Ter fé não é ficar mudo e deixar o barco correr. Ter fé é
também agir. E agir neste momento nada mais é do que restabelecer a verdade,
mostrar, com os poucos recursos disponíveis o outro lado da história.
Foi a
mão divina que fez com que na noite de 30 de maio, o dedo do algoz
apontasse para o interfone errado e denunciasse a sua presença em local
impróprio, com fins impróprios. Seria uma situação casual, não fosse o encontro
marcado no mesmo ambiente com outro algoz, que lá dentro já o esperava: um
deputado estadual. Em comum, a mesma vítima: o homem que direcionando a cidade
para o rumo que ela merece, teve o seu o ofício interrompido de maneira abjeta,
mesquinha: o prefeito da cidade. Foi exposto em rede nacional, com a conivência
de operários da notícia que priorizam interesses particulares (leia-se,
financeiros e políticos) como alguém que não cumpre seu dever de homem público,
quando documentos dizem exatamente o contrário. O ato serviu, ainda que por
instantes, de munição para os seus algozes, nesta altura, unidos na tarefa de
execrá-lo publicamente. Os operários da notícia recebem documentos, mas não o examinam, não lêem e
não publicam. Porque os documentos contrariam, aquilo que eles são orientados a divulgar.
A opção por expor fatos não apurados tem sido recorrente neste país. A violação
do direito do cidadão de ser “inocente até que se prove que ele é culpado”, foi
esquecida e o inverso tornou-se regra. Mentem, acusam, execram, pra depois
apurar a veracidade dos fatos ou a culpa do cidadão. Surgem então as hediondas
“operações”, com o intuito de prejudicar pessoas escolhidas pelo comando
local de instituição federal. As vítimas sempre são aquelas que não “obedecem”
às regras impostas pelo algoz. O que interessa no frigir dos ovos é imputar
qualquer tipo de crime àquele que o desafiou. Entenda por crime, um simples
negativa de lhe ofertar títulos e homenagens, ou não o reconhecer com honras e
méritos, já que sua extrema, real e conhecida vaidade suplanta qualquer sentimento
humano. Vale lembrar aqui que uma honraria concedida anualmente ao município a
figuras de destaque, já havia sido negada a este cidadão em outra ocasião, há
cerca de seis anos, não obstante o lobby feito por ele. Não funcionou. De
lá para cá, a ira deste ser vem sendo despertada com maior intensidade.
A
vítima dos articuladores da madrugada foi distanciada da vida pública e privada
do direito constitucional de ir e vir, garantido, pasmem, a todo e qualquer
cidadão inocente e até mesmo culpado (Suzane Ritchtoffen assassinou os pais,
mas gozou do benefício da saída temporária da prisão no dia das mães e no
dia dos pais). Já era assunto na cidade, antes da noite do dia 30, a trama ardilosa que foi
engendrada com o objetivo de destruir a vítima da ocasião e seus aliados.
Embora já fosse do conhecimento público o perfil sociopata de um destes
articuladores, a comprovação da ilicitude dos seus atos, só veio à tona na
madrugada do dia 30/31, depois de alguns dos vídeos serem divulgados em
redes sociais de jornalista local combativo e destemido. E por isso, também perseguido. O vídeo foi
reproduzido em mídias de outras plagas e o caso, batizado de operação "a
máscara caiu" chegou a todos os cantos. Nas conversas durante a noite
pessoas foram citadas pejorativamente, sexualidades e traições matrimoniais de
cônjuge de vereador foram discutidas, desvios de dinheiro público por este
mesmo vereador foi aplacado e caso similar dos opositores foram alçados à coisa
grave e "situação diferente". Numa conversa desprezível, médica foi
citada como pessoa ideal para a política e suas qualidades físicas foram
amplamente ressaltadas como se isso valesse mais do que a sua postura e
comportamento sempre elegante, discreto e beneficente. Seria usada pelos
articuladores ( e nem sabia disso) para derrubar de vez a candidatura do
prefeito afastado por força deste mesmo algoz. O irmão da médica foi chamado de
fraco pelos articuladores e tido como pouco inteligente para ser lançado
à política. Na mesma conversa , o "santo forte" da única deputada federal
da região foi debatido. Apesar de todas as conspirações até então feitas nesta
direção, não haviam conseguido derrubar a mulher que incomoda e que com o seu
trabalho efetivo na Câmara Federal (posto cobiçado pelo deputado estadual que vem trabalhando na surdina pra tirar do caminho os seus adversários) tira deles toda a chance de querer mostrar
serviço.
Depois
de se refestelarem em conversas asquerosas e se decidirem pela vida dos
outros, forjando situações e prejudicando pessoas para efetivarem seus
projetos pessoais , resolveram deixar o local. Só não sabiam que já haviam sido
flagrados em suas tramas. Na incerteza se suas imagens já existiam ou não
(embora tenha sido avisado em bom som que o flagrante havia sido realizado),
optou por ficar escondido até que os seus agora algozes saíssem do local. Não
aconteceu. Sem sombra de cansaço, todos os que estavam ali, permaneceram até o
amanhecer, imbuídos da tarefa de mostrar ao mundo aquilo que boa parte da
imprensa é "obrigada" a esconder. Se a Mão de Deus nos preparou
essa situação, se ela foi colocada diante de nós, justamente os que mais
gritaram que arbitrariedades estavam sendo cometidas com fins
pessoais, não poderíamos nos abster da missão que nos fora concedida. Não
foi por acaso.
Durante
a noite, carros da instituição foram gravados circulando pelas imediações na
tentativa de “resgatar” o “preso”. Até um seu subordinado (considerado
gente de boa índole e bem diferente do chefe) esteve no local, se submetendo a
uma situação constrangedora, mas apenas cumprindo ordens. Tentou impedir que a
placa fosse vista pelos jornalistas jogando farol alto em seus rostos, mas se
esqueceu de vigiar o outro ângulo da rua, por onde o seu possante carro
ancorava. A polícia foi chamada para registrar boletim de ocorrência numa
tentativa mal sucedida de retirar do local as pessoas que iriam registrar o
acontecimento: a imagem da trama da madrugada. O teor do B.O.? “As pessoas
estariam perturbando o sono dos moradores”. Qual sono? O algoz, que de
repente virou vítima e bebeu da bebida amarga que costuma servir em banquetes
midiáticos, permaneceu no apartamento e não dormiu. De hora em hora sua figura
nada simpática aparecia espiando por uma fresta para ver se o local já havia
sido evacuado. Não foi. Não havia motivo para que militares tirassem as pessoas do local. Acuado, restou esperar o dia raiar para ao menos se
trocar e sair vestido formal e decentemente do local. Sua esposa veio
pela manhã e trouxe mala com roupas. Minutos depois, chegaram ao local, o amigo
inseparável do algoz, que havia deixado o local à noite, junto com o deputado estadual, e outro companheiro. Saíram todos de uma vez. Não restando outra
alternativa, o “chefe” foi obrigado a dar “bom dia” aos que permaneceram no
local durante toda a noite aguardando ansiosos a sua saída.
Pela
primeira vez, se recusou a dar uma entrevista. Logo ele, que chegou a dar
entrevista ao programa Fantástico fazendo acusações sem provas aos desafetos,
desta vez, evitou a imprensa. No dia 31, tentou até se justificar
enviando nota à imprensa amiga dizendo que fora convidado para
ocupar cargo no Estado. A emenda ficou pior do que o soneto. Outra vergonha. O
Estado desmentiu o convite.
Exposto
tanto quanto costuma expor, escondeu-se por um bom tempo e até deixou de
escrever suas habituais “colunas”, por onde destila seu ódio. A diferença é que
as pessoas não armaram situações nem forjaram provas, como ele costuma fazer. O
Modus Operandi foi bem diferente. Tentou emplacar até uma desculpa de que
estava sendo seguido. Não colou. Como é que alguém segue outro até sua casa?
A
“operação ganhou o Brasil. Certamente, o atual Presidente, que na ocasião
ocupava o cargo de presidente interino não gostou de saber que fora tema de
conversa e tratado em termos pejorativos por aquele que ansiava uma sua
indicação. O caso foi a notícia mais comentada e acessada Brasil afora.Por aqui, a imprensa amiga foi "proibida" de comentar o caso.
Destituído da imagem de
bom moço, restou ao articulador da madrugada, ficar recluso certo tempo, até
que o caso esfriasse. Mas a "vergonha nacional" não foi suficiente
para conter a ira do implacável algoz, momentânea e disfarçadamente ausente da
cena. Nos bastidores, ódio redobrado, continuou agindo e tramando contra
os seus desafetos. O objetivo: tirar da cena política, a qualquer preço,
àquele que o desafiou. E , de novo, novas armações.
Aguardem os próximos capítulos
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