Estudo apresenta estimativas de emissões de gases de efeito estufa
em Minas
A
Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) disponibilizou estudo que traz as
estimativas de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em Minas Gerais no
período de 2005 a 2014. O trabalho analisa os setores de energia, indústria,
agricultura e resíduos.
Os
resultados indicam uma emissão de 124 milhões de toneladas de dióxido de
carbono equivalente em 2014, um aumento de 24% em relação a 2005. As emissões
médias anuais por habitante aumentaram de 4,8 toneladas para 6 toneladas. Dos
setores analisados, destaca-se a participação dos setores de Energia e
Agropecuária, cujas emissões aumentaram 35% e 15%, respectivamente, em relação
a 2005.
O
gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe Santos de Miranda
Nunes, afirma que a mensuração de emissões de gases de efeito estufa é uma
importante ferramenta. “Os estudos sobre o GEE permitem
a
gestão de riscos de emissões e a identificação de oportunidades de redução, o
aprimoramento regulatório e o estabelecimento de possíveis metas e
compromissos”, afirma.
Para
Nunes, a atualização e monitoramento periódico das emissões são fundamentais
para a identificação de tendências e mudanças de perfil das emissões estaduais.
“Os resultados já demonstram que é necessário um forte empenho adicional no
combate às mudanças climáticas no estado, por meio de ações setoriais,
especialmente nos setores de Energia e Agropecuária”, ressalta.
Felipe
Nunes observa que, apesar dos esforços para incluir todos os setores
recomendados pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, o Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas), não foi possível estimar as
emissões decorrentes das mudanças de uso da terra, como por exemplo, as
emissões do desmatamento, devido à indisponibilidade de uma série histórica
padronizada e oficial de mapas de uso e cobertura da terra para o estado de
Minas Gerais. "A busca por dados consistentes apresentou-se como um dos
maiores desafios para realização das estimativas estaduais”, explica.
O
‘Relatório de Estimativas de Emissões e Remoção de Gases de Efeito Estufa do
Estado de MG – Ano Base 2014’ está disponível no site do Plano de Energia e
Mudanças Climáticas de Minas Gerais (PEMC): http://pemc.meioambiente.mg.gov.br/diagnostico/inventario-de-emissoes
Histórico
O
Brasil foi o primeiro país signatário da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), firmado durante a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em
1992, a Rio 92. Uma das obrigações do país é reportar periodicamente suas emissões
de GEE.
Felipe
Nunes explica que o papel de governos locais (estaduais e municipais) para o
alcance das metas nacionais é fundamental. “Minas Gerais destaca-se por seu
empenho em relação às questões climáticas. Segundo Nunes, em 2008, foi apresentado
o primeiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado de Minas
Gerais. Já em 2009, o Decreto nº 45.229 formalizou e regulamentou medidas do
Poder Público estadual referente ao combate às mudanças climáticas e emissões
de gases de efeito estufa.
Em
2015 foi lançado o Plano de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC), construído
por meio de um processo participativo, cujo objetivo principal é traçar
diretrizes e ações coordenadas para a mitigação e adaptação às mudanças
climáticas no território mineiro. “Um dos elementos essenciais para a
elaboração e implementação do PEMC é a mensuração das emissões de GEE no
território mineiro, divididas por setores, com a identificação das principais
fontes e estoque de carbono”, explica o gerente.
Ascom/Sisema
39151847/51845/51844
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