05/05/2017
Márcia Vieira
Repórter
P/ O NORTE
A festa
do trabalhador passou, mas dois dias depois do fim do evento as faixas
colocadas na entrada do parque permanecem. Uma delas chama a atenção de quem
passa pela avenida. Com os dizeres: “prefeito, por favor, abrace essa causa.
Queremos a reabertura do Zoológico” a população tenta sensibilizar o prefeito
para a reabertura do Zoológico Municipal Amaro Sátiro Araújo, fechado no início
de 2017.
Os
ambulantes que viviam da renda obtida com a venda de produtos comestíveis no
local já não encontram meios de sobreviver.
- O
dinheiro das vendas no final do dia significava o pão na nossa mesa. Hoje
quando chego à minha casa, tenho vergonha de olhar para os meus filhos e dizer
que não tem o lanche deles porque não vendi - diz E.S.F., comerciante que
vendia salgados e doces na porta do zoológico.
Os donos
de restaurantes dentro e fora do parque também reclamam. Segundo eles, com o
fechamento do espaço, as vendas caíram. Alguns deles estão fazendo um
abaixo-assinado para ser entregue à administração municipal em mais um uma
tentativa de mudar a situação.
DEMISSÃO
CAUSOU FECHAMENTO
Em nota,
a administração municipal alegou que o fechamento por tempo indeterminado do
zoológico se deu em razão da “situação caótica do logradouro”. A nota informa
também, que a “localização do espaço numa área urbana de muito movimento é
inviável, pois deixa os animais estressados”.
Entretanto, a informação não procede. O real motivo para fechamento do espaço teria sido a demissão de servidores que trabalhavam no local recebendo os visitantes. A ausência de funcionários fez com que a visitação fosse suspensa, segundo informações obtidas pela reportagem.
Nos últimos anos, atividades diárias eram realizadas com os animais, com o objetivo de evitar o stress. O espaço atendia a todos os requisitos determinados e era certificado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que enviava ao local os animais apreendidos pelo órgão de proteção.
Entretanto, a informação não procede. O real motivo para fechamento do espaço teria sido a demissão de servidores que trabalhavam no local recebendo os visitantes. A ausência de funcionários fez com que a visitação fosse suspensa, segundo informações obtidas pela reportagem.
Nos últimos anos, atividades diárias eram realizadas com os animais, com o objetivo de evitar o stress. O espaço atendia a todos os requisitos determinados e era certificado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que enviava ao local os animais apreendidos pelo órgão de proteção.
A
refeição balanceada continha todos os nutrientes necessários: verduras, frutas,
carnes e ração específica para cada espécie eram diariamente ofertadas e
acompanhadas por um veterinário.
As cerca
de 140 espécies, entre mamíferos, aves e répteis, que habitam o zoológico, eram
bem tratados. Hoje, permanecem no local, mas são alimentados e cuidados por uma
reduzida equipe de funcionários.
PERDAS
PERDAS
Com a desativação do Zoológico, Montes Claros perdeu também a
chance de conhecer “novos moradores”: um casal de lobo guará e outro de
tamanduá bandeira, que viriam de Araxá. A gestão passada pretendia valorizar e
dar visibilidade aos animais do cerrado, porém, com o fechamento, a chegada dos
animais foi cancelada.
Houve
prejuízo também para as crianças. Cerca de 700 alunos, de escolas públicas e
privadas, visitavam o espaço dentro de programas de educação ambiental. Com a
desativação, a educação também foi prejudicada e a prefeitura não soube
responder se estas crianças teriam sido direcionadas a outros espaços de lazer
e educação.
-
As crianças que vêm de outras cidades, choram na porta pedindo para entrar e
conhecer os animais. Isso que fizeram foi uma maldade. E é também uma covardia
com os animais. Eles precisam ser visitados, e se alegram com a movimentação
das pessoas - relata Maria José Souza, que reside próximo ao local e lamenta a
atitude do município.
MEIO
AMBIENTE COMPROMETIDO
Todos os
segmentos subordinados ao Meio Ambiente local estão comprometidos. A redução de
funcionários não aconteceu apenas no zoológico.
Servidores denunciam que a equipe de limpeza de praças,
responsável por cobrir toda a cidade conta com menos de 10 funcionários, número
insuficiente para atender à demanda. Os servidores que permanecem trabalhando
são expostos diariamente a uma jornada extenuante e condições precárias.
O vale transporte dos servidores foi cortado e os que
trabalhavam perto de casa, foram retirados para locais incertos. Quando saem de
casa, hoje, os servidores não sabem onde irão trabalhar, pois não existe
planejamento.
SEM CAFÉ E PÃO
SEM CAFÉ E PÃO
Até mesmo
o café com pão que era ofertado pela administração anterior aos trabalhadores
durante o expediente também foi retirado.
- Nem um café puro nós temos mais direito. Quando a fome aperta, contamos com a caridade dos moradores perto de onde a gente trabalha. Eles é que nos oferecem um copo de café. O que a atual administração está fazendo com a gente é vergonhoso - relata um servidor que pediu para não ser identificado.
Mesmo com as cobranças da população, assessoria da prefeitura informa que não há previsão para reabertura do zoológico ou para contratação de funcionários.
- Nem um café puro nós temos mais direito. Quando a fome aperta, contamos com a caridade dos moradores perto de onde a gente trabalha. Eles é que nos oferecem um copo de café. O que a atual administração está fazendo com a gente é vergonhoso - relata um servidor que pediu para não ser identificado.
Mesmo com as cobranças da população, assessoria da prefeitura informa que não há previsão para reabertura do zoológico ou para contratação de funcionários.
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