O OLHAR CAOLHO DO MUNICÍPIO
Luciano Meira (*)
Depois de dez meses, a atual Administração mantém o seu “estilo incógnita”: o que pretende realizar? Antes da eleição, o Prefeito não apresentou um Plano de Governo. Membros do CODEMC – Conselho de Desenvolvimento de Montes Claros - o procuraram para assinar um termo de compromisso com as principais demandas identificadas pelos estudos técnicos. Negou-se a assinar, dizendo que a população tinha de acreditar na competência e na história dele. Hoje entendemos a não assinatura. Parece se esquivar, sendo uma forma de não se comprometer com a melhoria da cidade.
O Prefeito criticou o orçamento aprovado na administração passada, duvidou, reconferiu, e, estranhamente, em se tratando de ele ser um Contador, não respondeu nem às dúvidas primárias. O orçamento anterior não foi alterado, e o município vem tentando manter sua estrutura com ele.
A atual Administração não tem conseguido tornar efetivos os serviços essenciais e nem resolver problemas como limpeza pública, greve de médicos residentes, elaboração de editais e aumento da judicialização na solicitação de medicamentos. Publicou um edital para consultas médicas especializadas e exames de média complexidade, que, devido à baixa remuneração de CR$10,00, não deverá ter a adesão esperada. Como solucionar o impasse? Nem sombra de resposta.
O Prefeito enviou à Câmara Municipal um novo orçamento para o ano de 2018, no valor de R$1 bilhão e 200 milhões, 300 milhões a menos do que o orçamento deste ano. Por que o Prefeito vetou o pedido de empréstimo de R$300 milhões do BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento? O mesmo estava inserido no orçamento anterior destinado a renovar o asfalto da área central da cidade e asfaltar outros bairros, além de melhorar a mobilidade urbana, reivindicações antigas da população. Tal empréstimo, com taxa anual de juros de 2%, seria um excelente investimento. Outro questionamento sem solução.
Quando o Prefeito veta esses recursos, sugere que a atual Administração não terá obras, nem poderá melhorar a infra-estrutura da cidade. A rotina municipal diária é pagar a folha de funcionários e dar manutenção, mas nem isso tem conseguido. Os Vereadores sabem, mas parecem desconhecer o que se passa, encobrindo o atraso administrativo com o silêncio.
Com esse dinheiro aplicado em obras, movimentaríamos a economia local, sobretudo, proporcionando negócios para as micro e pequenas empresas, que seriam contempladas com 30 milhões (10% do orçamento), como determina a Lei Geral das Micro Empresas. No Segmento de Construção Civil poderiam entrar com obras de acabamento, canaletas, bueiros, meio fio, passeio e outras.
Os dirigentes de classes, as lideranças da cidade e os Vereadores deveriam caminhar com o Prefeito pela área central para verificar “in loco” o estado deplorável em que se encontram as vias públicas do coração de Montes Claros. Deixar de investir em novas obras é ter um olhar equivocado, medroso, e sem visão de futuro. Os Vereadores deveriam se envergonhar em ver tantas necessidades represadas em suas bases, especialmente o asfaltamento de vias, e nada fazer para atender a nossa população. Deixamos aqui mais essas sugestões.
(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria
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