Pesquisa mostra o aumento do número de mulheres no comando de empresas; entrevistamos três em MOC
08/03/2018 - 05h11
- Atualizado 05h16
O índice de mulheres em cargos de CEOs e de
diretorias executivas no Brasil chegou a 16% em 2017, de acordo com a
pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, da
Grant Thornton, realizada em 36 países. Em cargos de gerência e
liderança o número sobe para 19%. Em 2016, este índice era de apenas 11%
e em 2015, só 5%. Apesar da pouca representatividade, o mercado tem
aberto as portas para as executivas de grande potencial.
Em Montes Claros, um dos nomes mais lembrados é o de Mariela
Baptista, sócia e diretora administrativa da Cervantes distribuidora de
bebidas. “Caminho bem por todas as áreas, logística, financeira e
comercial”, diz a empresária, que confessa ter esbarrado apenas no
próprio preconceito.
“Antes de entrar para a empresa acreditei por um tempo que o negócio
de distribuição de cervejas fosse apenas para homem. Completamente
errada. O mundo dos negócios é para todo aquele que se propõe a
trabalhar com respeito e competência”, avalia.
Mariela integra a diretoria da Associação Comercial e Industrial de
Montes Claros. “A chave de sucesso? Ter ética e investir nas pessoas”.
Maria Luiza Assunção Pimenta é presidente do conselho administrativo
da Somai Nordeste. Belo-horizontina que veio para Montes Claros conhecer
a empresa, cuja família é acionista, aqui permaneceu. Começou como
integrante do conselho de administração e galgou novos espaços.
“Em pouco tempo cresci na empresa e cheguei a CEO. No ano passado,
deixei o cargo e fui para o conselho, porque a quantidade de viagens que
eu fazia acabou me cansando. Mas o maior desafio foi deixar o meu
filho, a minha família, em BH”.
Para ela, que afirma não ter sofrido preconceito por parte dos
colegas e funcionários, nem dificuldade para ter pessoas do sexo
masculino sob seu comando, a grande barreira a ser vencida pelas
mulheres é a remuneração. “Mesmo sendo acionista, outros diretores,
homens, ganhavam mais que eu.”
A advogada Ellen Fraporti Mocellin Alves, de 34 anos, casada e mãe de
três filhas, atua em uma das empresas do grupo familiar do ramo de
gastronomia, além de ter sob sua responsabilidade um time de futebol. No
restaurante, lida com 20 funcionários, maioria homens. “Percebo que,
entre eles, não existe preconceito, mas com clientes já passei por
situações constrangedoras. Em uma delas, um insistia em falar com ‘o
dono’. E no futebrol? “Nunca tive problemas”, garante.
Jovem e no comando
Márcia Vieira
Montes Claros
08/03/2018 - 05h18
A
prefeita mais jovem do Brasil é do Norte de Minas. Aline Teixeira, com
recém-completados 21 anos, foi eleita, domingo, prefeita em Santa Cruz de
Salinas, em eleição extemporânea. É herdeira política de Albertino Cruz,
prefeito duas vezes da cidade com cinco mil habitantes. Ele, que venceu a
última disputa, mas teve candidatura indeferida, afirma que a filha é
independente.
Solteira
e sem filhos, Aline, filiada ao PPS desde 2015, cursa matemática e é servidora
efetiva do município, onde atua como fiscal tributária. “As pessoas tiveram
certo receio, pela idade e por ser mulher. Ouvi algumas coisas como ‘ela é
muito nova, frágil, será que vai conseguir?’, mas por outro lado, a juventude foi um fator
positivo porque muitos jovens me apoiaram”.
Aline
tem o apoio de apenas três dos nove vereadores. “Cidade pequena, infelizmente,
ainda há politicagem, mas acredito que, se fizermos as coisas certas, não tem
como o legislativo não apoiar”.
Embora
a área de saúde seja citada como de grande desafio, Aline aponta o social como
prioridade. “A maior parte da população vive na zona rural e é onde estão as
pessoas mais carentes”
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