Perigo constante nas calçadas
Pedestres têm que
driblar buracos, lixo e ambulantes em passeios da cidade
Márcia Vieira
O Norte - Montes
Claros
09/11/2018 - 06h13 - Atualizado 06h51
Alvos de reclamação constante de moradores, as calçadas na região da praça de Esportes estão cada dia mais perigosas. São centenas de pessoas que circulam diariamente pelo local e que se expõem a riscos de acidentes. Buracos são verdadeiras armadilhas para os pedestres, principalmente idosos e deficientes. Além disso, em muitas áreas, o passeio é ocupado por lixo e ambulantes.
Quem vem de fora se depara com uma cidade suja e descuidada. Este é o olhar da dona de casa Marluce Alves, que veio de Janaúba para fazer exames médicos. Ao retornar da consulta, Marluce passou por uma loja de calçados e comprou um par sem saltos para garantir que o percurso fosse realizado sem surpresas.
“Já quebrei o pé uma vez. Está muito perigoso andar por aqui e não quero arriscar. Passei aqui na ida e achei melhor comprar uma sandália. Se cair, a despesa é maior, porque tem que ir para o hospital”, disse.
Com mobilidade reduzida e utilizando uma prótese, Kildare Francisco sabe que o perigo está bem ali e garante que encontrar um lugar seguro para caminhar é como ganhar na loteria, principalmente na calçada da praça de Esportes.
“Já caí nesta calçada mesmo. Está cada dia pior. Acho que o prefeito deveria olhar e dar mais valor às pessoas que têm mobilidade reduzida e aos idosos. Se eu caio, consigo levantar, mas a pessoa mais idosa não. A calçada está toda quebrada. Ele (prefeito) está enxergando? Só não vê quem não quer. Mas, mesmo assim, não faz nada”, reclama o autônomo.
Os moradores ressaltam que esse seria um bom momento para que o Executivo reformasse o passeio no entorno da praça dos Esportes, aproveitando a construção do muro que vai cercar a área. Mesmo que a obra não agrade a boa parcela da população, a mão de obra poderia ser aproveitada para corrigir o passeio esfacelado.
Bem próximo dali, a cerimonialista Naide Almeida faz malabarismos para conseguir chegar ao destino. Ela diz que muitos passeios são de responsabilidade do dono do imóvel, mas que a prefeitura tem a obrigação de fiscalizar.
“Se a gente vai para um lado, tem ambulante, vai para o outro, tem buraco. Por causa do meu trabalho tenho, muitas vezes, que usar salto alto. Mas está difícil andar em Montes Claros. Cadê a prefeitura? Se a pessoa não tem condição de fazer o passeio, a prefeitura deveria estudar uma parceria. Olha isso aqui? É um comércio de propriedade de um secretário municipal. Cadê a fiscalização da prefeitura?”, questiona Naide, apontando para a calçada danificada na porta do supermercado que pertence a um secretário da prefeitura e por onde frequentemente ela circula.
Já a auxiliar de cozinha Valéria Felício acha difícil dividir o passeio com tanto lixo e, ao mesmo tempo, dividir espaço na rua com os carros.
“Tanto o pedestre quanto o condutor do veículo correm risco. Para desviar do lixo na calçada, ando pela rua. E o motorista, ao ter que desviar, corre o risco de bater o carro. Acho que a população paga a taxa de lixo para ter limpeza na cidade. Tem que existir uma providência por parte da prefeitura. O centro da cidade está feio e muito complicado”, disse Valéria.
O secretário que responde pelo setor de Infraestrutura e Planejamento Urbano não foi encontrado pela reportagem para falar sobre o assunto.
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