quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MEDIAÇÃO SANITÁRIA: MP prevê nova pactuação

Mediação Sanitária


MP prevê nova pactuação entre município e hospitais

Texto e Fotos: Márcia Vieira




Na tarde desta quarta-feira, 18, a Câmara Municipal de Montes Claros foi palco de debate mediado pelo Ministério Público e que teve a participação de representantes da área de Saúde do município, prestadores de serviços, COMSEMS e outros.

O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, apresentou a proposta de orçamento globalizado para os hospitais e a criação de outra sede da macrorregional de Saúde em cidade vizinha, já que Montes Claros tem alta demanda que vem de toda a região norte. “O ônus de sermos uma cidade polo é que não temos aqui uma cidade número dois, a exemplo de outras regiões, como o sul do estado e o Triângulo Mineiro”, declarou.

Quanto ao repasse de verbas aos hospitais, segundo o prefeito, ele está diretamente ligado ao cumprimento do que foi pactuado em encontros anteriores e que, descumprido o acordo, não há como efetuar o pagamento.



De acordo com o mediador do debate, o promotor de justiça Gilmar de Assis, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), o médico é um profissional autônomo que tem a liberdade de ir e vir, entretanto, não é possível encarar as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos numa relação privada. “As unidades de saúde são muito bem subvencionadas por recursos públicos. Cerca de 80 a 90% de todos os equipamentos, insumos e medicamentos foram adquiridos por recursos públicos, por meio de programas ou verbas parlamentares. Deste modo, entendemos que não é razoável um profissional de saúde deixar de prestar serviço ao SUS e fazê-lo apenas ao setor privado e aos planos de saúde utilizando-se destes equipamentos”, destacou o promotor, complementando que a atitude geraria improbidade administrativa aos hospitais, cabendo a estas instituições o ressarcimento por essa utilização indevida, de acordo com o que prevê a lei federal para entidades filantrópicas, que determina uma oferta de no mínimo 60% do atendimento para o SUS.

Depois de amplo debate, onde as partes tiveram oportunidade de relatar situações e anseios, o mediador deixou explícito que há problemas a serem resolvidos, mas que a partir da proposta da nova pactuação, haverá consenso. “Não tenho dúvida de que vamos sair daqui com o espírito desarmado e com propostas deliberativas que sinalizam para a solução, com a criação de uma comissão de mediação sanitária plural, constituída por diferentes atores sociais”, finalizou.

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