TEXTO CONVIDADO: ALBERTO SENA

TEXTO CONVIDADO: ALBERTO SENA

GRÃO MOGOL:

SEIS PERSONAGENS À PROCURA DE DESENVOLVIMENTO DA FÉ EM DEUS

Por Alberto Sena

Como na peça do escritor italiano Luigi Pirandello – “Seis personagens à procura de um autor” – o grupo de visitantes ao Presépio Natural Mãos de Deus, na noite desta quarta-feira, era composto também por seis personalidades, entre as quais a escritora (professora, museóloga, pesquisadora e folclorista) Milene Antonieta Coutinho Maurício, ocupante da cadeira número 33 da Academia Montesclarense de Letras, hoje, 25, comemorando os 86 anos de idade.

Ela é viúva do médico cardiologista João Valle Maurício, secretário de Estado da Saúde no governo de Francelino Pereira. Milene escreveu livros de modinhas, poeta que também é, como o falecido marido era, e sobre o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.

Acompanhavam Milene a filha mais nova, Liliane Coutinho Maurício, funcionária pública; o genro, zootecnista João Carlos Carvalho; Alfredo Coutinho (irmão de Milene), capitão de fragata aposentado, e a esposa dele, Lilian Aguiar Coutinho; e Célia Coutinho Maurício, ex-procuradora do antigo DNER, irmã da escritora montesclarina cheia de vitalidade.

Antes de iniciar a visita propriamente dita, assistiram ao vídeo da história do presépio, desde o surgimento da ideia, por parte do empresário Lúcio Bemquerer, que se acha em Belo Horizonte. Eles vieram a Grão Mogol, três deles do Rio de Janeiro e outros três de Montes Claros, exclusivamente para visitar o presépio e agradecer graças recebidas por intercessão de Nossa Senhora das Graças, que encima o pedestal da Sala de Preces. Longe, muito longe daqui, em São Paulo, outras duas filhas dela – Nair e Vitória Maurício, a primeira convalescendo de um transplante de Medula, tornaram-se muito mais que irmãs consanguíneas, elas acompanhavam a visita por meio de mensagens online enviadas por Liliane.

No céu deslumbrante Lua Cheia como na noite em que o presépio foi inaugurado já faz quatro anos. Uma a uma todas as estações foram visitadas pelo grupo. Todos se diziam encantados com o que viam. Dona Milene e a irmã dela fizeram questão de uma foto diante da Manjedoura e ficaram impressionadas com as três imagens de Nossa Senhora, uma real e duas refletidas nos vidros, fenômeno registrado só à noite devido a iluminação do presépio.

Na Sala de Meditação os seis personagens à procura do desenvolvimento da fé em Deus participaram de uma experiência ao meditarem por um minuto com os olhos fechados e em silêncio ouvindo apenas o bulício do escorrer de água benta sobre enorme pedra dentro da sala. A água é tocada por uma bomba hidráulica.

Ao final, depois de visitarem São Francisco e o galo cada um adquiriu lembranças na lojinha do presépio e também DVDs sobre a obra que nem os olhos nem a alma do capitão de fragata Alfredo Coutinho antes nunca viram. Ele que diz ter andado 1.200 quilômetros, juntamente a 100 homens fuzileiros navais, para a inauguração de Brasília, em 1960.

Depois de saborearem a pizza de Laura, na Rua Luiz Gonçalves, eles foram dormir no Hotel Paraíso das Águas. Hoje o grupo ainda está em Grão Mogol conhecendo os pontos turísticos no perímetro urbano. João Carlos e Milene prometem retornar para usufruírem com mais vagar das benesses naturais da cidade e arredores.

P.S.: Um registro: o médico João Valle Mauricio lutou durante muito tempo de sua carreira profissional no combate ao “barbeiro” causador da Doença de Chagas. E mais: apaixonado por serestas, ele criou o grupo “Lágrimas ao Luar”.