03/02/2017
Audiência pública: dados confirmam
melhorias com implantação da faixa de ônibus
Por Márcia Vieira
Foto: Márcia Vieira Jaqueline Camelo, gerente da ATCMC: “Para a população, a medida é benéfica”
A Câmara Municipal de Montes Claros promoveu, nesta quinta-feira 2, audiência pública para discutir a possível retirada da faixa exclusiva para transporte coletivo na avenida Geraldo Athayde, implantada em 2013. A proposição foi do vereador Pastor Elair Gomes, do PMDB. Foram convidados representantes da MCTrans e da ATCMC, além de comerciantes da região.
Entre os objetivos propostos pela municipalidade naquele período, estavam a garantia de prioridade no sistema viário e compartilhamento dos espaços da cidade de maneira justa e racional. O que, de acordo com os dados da MCTrans, de fato aconteceu.
A medida, como toda mudança, causou impacto e desagradou a alguns comerciantes estabelecidos naquela área. Os comerciantes alegam prejuízo em razão da não permissão para o motorista (cliente) parar e estacionar em frente aos seus estabelecimentos. Entretanto, a gerente administrativa da Associação de Transportes Coletivos de Montes Claros (ATCMC), Jaqueline Camelo, explica que “a mobilidade urbana tem que dar condições à população de fazer deslocamento dentro do espaço geográfico que é a cidade”.
- O estudo técnico pleiteia ações que visam uma fluidez maior do veículo. Para a população a medida é benéfica. Não adianta colocar mais cinco dez ou quinze ônibus, a questão é a logística disso. Para isso temos que ter a compreensão, o entendimento das pessoas - diz Jaqueline.
Ela ainda destaca que a redução do tempo de viagem na área foi significativa e que, enquanto um ônibus transporta de 50 a 72 pessoas, o carro de passeio transporta 1,2.
- Hoje em dia, em todo o país a prioridade é o transporte coletivo - pondera.
Secretário desconhece
O presidente da MCTrans, José Wílson Guimarães disse que “o melhoramento que houve é muito insignificante ainda para uma avaliação mais profunda”, contudo, dados da própria MCTrans revelam o contrário: após a implantação da faixa, estudos proporcionaram a inclusão de novas viagens em algumas linhas; a velocidade média dos veículos aumentou de 20km/h para 30 km/h, o que corresponde a um aumento de 50%, proporcionando maior fluidez; e as linhas ganharam entre 5 e 15 minutos por viagem, garantindo menor tempo do usuário dentro do veículo.
A técnica da MCTrans, Ana Luiza Corrêa Pires, que acompanhou o projeto desde o seu nascedouro, destaca que o projeto avançou.
- Sim, sem dúvida. Buscamos soluções para a mobilidade urbana e temos dados estatísticos que comprovam a melhoria. Esses dados foram buscados pela MCTrans. Os estudos técnicos existiram e todos os projetos aprovados têm que estar de acordo com as diretrizes da mobilidade urbana. A frota de veículos aumenta assustadoramente a cada dia e nós temos que buscar soluções para isso. O projeto, elaborado em 2012, envolveu tanto corredores com faixa exclusiva para o transporte coletivo como a melhoria nos pontos de ônibus com alta demanda - afirmou.
A parte implantada foi feita apenas com verba municipal, originada de recursos que entraram na MCTrans e que são revertidos em projetos para o trânsito. Sinalização, recapeamento asfáltico, reforma das calçadas e pontos de ônibus estão incluídos no projeto que deverá ser executado na sua integralidade para que o interesse coletivo não seja prejudicado.
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