Verba do SUS faz orçamento crescer
Secretário, porém,
está pessimista quanto a confirmação das previsões de arrecadação do município
em 2018
Márcia Vieira
Montes Claros
29/11/2017 - 19h29 - Atualizado 19h31
O NORTE
A previsão orçamentária do município de
Montes Claros para 2018 foi estimada em R$ 1,24 bilhão, de acordo com projeto
79/2017, enviado à Câmara Municipal para ser votado nos próximos dias. A
previsão de receita é um pouco maior do que a de 2017, que foi de R$ 1,16
bilhão. Os valores foram discutidos em audiência pública conjunta das comissões
de Legislação, Justiça e Redação, e de Orçamento e Tomada de Contas.
A explicação para a previsão de aumento da receita se deve à
volta da gestão plena de saúde ao município, de acordo com o secretário
Coriolando Ribeiro Afonso, o Cori. O valor de verbas do Sistema Único de Saúde
(SUS), que era estimado em R$ 150 milhões para este ano, passou a ser de R$ 409
milhões para 2018.
Outro ponto justificado pelo município é a criação da
Superintendência de Administração de Estádios e Estabelecimentos do Município
de Montes Claros (Supermoc), que ficará responsável pela gestão da Praça de
Esportes, hoje praticamente abandonada.
O secretário, no entanto, esclareceu que a previsão orçamentária
não necessariamente quer dizer receita líquida. “Em arrecadação, devemos chegar
a 55% ou 60% do orçamento previsto. Temos que sair das quatro paredes e buscar
receita. Não temos muito espaço para isso”, reclamou Cori.
O gestor chegou a sugerir que o pagamento das emendas
impositivas, conquistadas pela Câmara Municipal, está em risco, caso o
município não consiga arrecadação suficiente. A medida estabelece um percentual
que obrigatoriamente é destinado a obras e serviços indicados pelos vereadores.
CAIXA ‘ZERADO’
Questionado sobre o dinheiro que estaria
nos cofres da administração e a ausência de serviços, o secretário admitiu que
há em torno de R$ 50 milhões em caixa, mas que o valor já está comprometido.
“Temos três folhas para pagar. A de novembro, o décimo terceiro e a folha de
dezembro, e precisamos de um provisionamento de receita, para cumprir
compromissos”, disse.
Para o vereador Valcir da Ademoc, a ocasião representou apenas
uma formalidade, já que falta transparência na aplicação dos gastos.
“Cumprimos a nossa função de legislador, mas a prefeitura
deveria se empenhar e chamar a comunidade para participar da discussão e
explicar onde está sendo gasto o dinheiro, pois não estamos vendo obras ou
serviços”, afirmou o vereador.
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