Relatado por Raquel
Muniz, projeto beneficia trabalhadoras grávidas em situação de risco
Márcia Vieira
Montes Claros
28/11/2017 - 19h19 - Atualizado 19h20
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei 4884/12, que concede às
gestantes trabalhadoras em situação de risco o direito de ter a licença
especial com auxílio-doença no valor de 100% do salário. O texto teve como
relatora a deputada Raquel Muniz, que deu parecer favorável à proposta.
Pela norma vigente, na Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) e na Lei n° 8213, que regula os benefícios da Previdência
Social, a gestante que precisa se afastar do serviço recebe apenas uma renda
mensal que corresponde a 91% do salário. Com a mudança, elas passam a ter o
amparo integral. O empregador é quem vai arcar com o custo, tendo como
contrapartida compensação das contribuições à previdência.
A biomédica e gestante Maria Cristina Vieira
Coelho recebeu bem a notícia e disse que a proposta vai ajudar a diminuir o
nível de stress, comum nesta fase. “No início da minha gravidez, havia risco e
me afastei do serviço por recomendação médica. Fiquei em repouso absoluto, mas
tenho plano de saúde e isso me ajudou bastante. As gestantes têm muitos gastos
e a preocupação com a questão trabalhista e financeira pode afetar ainda mais o
emocional dessa mulher, que já fica muito sensível”, diz Maria Cristina, que está
na décima primeira semana de gestação e teme um novo afastamento.
Para ela, as mães de primeira viagem muitas
vezes não têm conhecimento dos seus direitos. “Caso o problema volte, vou ter
que me afastar por mais tempo, e aí não sei como será. É uma nova conversa, um
novo ajuste com o meu empregador, que graças a Deus foi muito compreensivo”,
lembrou.
Caroline Ferreira, secretária parlamentar,
aos seis meses de gravidez, diz que a sua situação é tranquila, mas entende que
as mulheres em condições de risco precisam desta garantia.
“O meu ambiente de trabalho é favorável e
estou em uma gestação tranquila, mas nem tudo é coberto pelo SUS e aquelas que
têm uma gravidez de risco precisam muito deste reconhecimento e do pagamento
integral”, pontua.
O projeto ainda será analisado pelas
comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de
Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ser levado a plenário para
votação.
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