Trabalho
em rede em defesa da mulher
Evento debate importância da
criação de Procuradoria Itinerante; anteprojeto está pronto para entrar em
pauta
Márcia Vieira
09/06/2018 - 07h07
P/ O NORTE
Montes
Claros poderá ter sua própria Procuradoria da Mulher. A proposta de criar o
serviço está em um anteprojeto pronto para entrar em pauta na Câmara Municipal.
A iniciativa é da vereadora Edneia Santos Silva (Néia do Criança Feliz).
Para
fomentar a participação das mulheres na política e apresentar o programa da
Procuradoria Itinerante, a deputada federal Raquel Muniz promoveu um debate na
Câmara de Montes Claros com representantes de órgãos de segurança e
palestrantes.
Para
a parlamentar, a presença da procuradoria no interior tende a encorajar as
mulheres a denunciar a violência doméstica. O serviço também pode dar o suporte
de que elas precisam a partir do trabalho em rede.
“Quando
chega a virar um problema jurídico é porque não foi sanado um problema
anterior. A procuradoria da mulher vai fortalecer o que já é muito bem feito
pela delegacia, promotoria e defensorias aqui em Montes Claros. São ações
conjuntas. Levamos a ideia para as diversas câmaras e a vereadora Néia teve a
iniciativa de pegar para Montes Claros”, disse a deputada, que pretende ampliar
o debate em outros municípios.
Valéria
Costa, representante da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em
Brasília, revela que há um esforço em torno da criação da procuradoria e que
oito estados já aderiram à proposta. Em outros, o processo está em tramitação.
“A
situação modifica o regimento interno da casa, então a procuradora e as
adjuntas, no caso, as vereadoras, têm que ser eleitas. Mesmo com a mudança de
legislatura, o trabalho permanece. Assim que for aprovada (a criação da
Procuradoria), é imediatamente publicado e já começa a funcionar com uma
pequena estrutura dentro da própria Câmara”, explicou.
DEFESA PESSOAL
DEFESA PESSOAL
Um
dos pontos altos do evento foi a palestra da lutadora de jiu-jítsu Erika Paes,
que fez demonstrações de técnicas simples de defesa pessoal.
Ela
desenvolve trabalho na Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres e é
membro do Departamento de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da
Presidência da República. “Estamos munindo essas mulheres de técnicas para que
garantam o mínimo da sua integridade física. Tenho alunas que conseguiram
evitar o feminicídio”, diz.
Emocionante
foi o depoimento da vendedora Suely de Cássia Ferreira, por dois anos vítima de
violência doméstica e sexual praticada por um namorado. Mãe de três filhos,
Suely teve que mudar de casa dez vezes para fugir do ex-companheiro, que só foi
preso após desrespeitar sete medidas protetivas obtidas por Suely. “Não sejam
vítimas para sempre. Denunciem. Quem tem que ter vergonha é o agressor.
Consegui me livrar dele e da violência e hoje sou uma mulher feliz”.
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