ESCREVER SOBRE O QUÊ?
Luciano Meira (* )
Andamos
com um estranho sentimento de desconforto. Há muita desordem em nossa
cidade, mas aqueles que convivem com isso e se sentem contrariados, ao
invés de se rebelar com o fato, agem como se aquilo fosse uma anestesia,
e, sem ânimo, ficam inertes diante da desordem. É quase uma Torre de
Babel.
Agosto
se foi, e com ele a maior festa da cidade, os Catopês, que trazem a
riqueza histórica, mostrando a indumentária tradicional e o feudo das
roupas monárquicas, pelas ruas centrais durante cinco dias. A Praça da
Matriz é o ponto máximo das festividades, e para nosso desapontamento
nos deparamos com a praça abandonada, suja, destruída, ponto de moradia
de mendigos. Os canteiros, outrora com flores, não existem mais, a fonte
d’água é um arremedo do que já foi. Sua iluminação precária mal esconde
aos que por lá passaram, o vergonhoso estado de desleixo. Não muito
distante dali, a histórica Rua Prof. Monteiro Fonseca, onde o atual
Prefeito tem uma propriedade há 20 anos, por semelhança, também ostenta
sujeira, resultado do pouco caso das autoridades.
Lembramos
de uma plaqueta no chapéu de um mendigo cego: “Oh, você que tem a luz,
que uso fazei dela?” O que pensaram as mais de 15.000 pessoas que
circularam pela Praça mais antiga da cidade, durante as Festas de
Agosto? Um lugar de quinta categoria, porque não há categorias
inferiores a esta.
Um
Prefeito que se dizia sábio, detentor de grandes ideias, porque viveu
na Corte Azul de Brasília, por que não consegue cuidar da praça? Pedimos
desculpas, pois nossa indignação não é agressividade, mas tudo o que
vimos é um absurdo... Mais absurda ainda é a inação dos que viram,
sentiram, e não demonstraram rejeição. Festejando em cima da sujeira,
estavam dando um aval de concordância, sendo cúmplices daquele estado de
coisas.
Discordar
e opinar é querer o bem da cidade, e o desenvolvimento e as melhorias
só virão com cobranças. As praças estão em estado de abandono, apesar de
haver, no Orçamento do Município, dotação para revitalizá-las.
O
Prefeito parece não definir e nem determinar ações eficazes para
melhorar a cidade, enquanto o tempo se esvai. As ruas continuam
esburacadas, enquanto a única coisa que funciona no Paço Municipal é a
área de Arrecadação Tributária, com impostos penalizando a todos, desde a
ampliação da área azul, mesmo que tal gesto prejudique as empresas
estabelecidas na Av. Sanitária. A limpeza do Canal tem de ser feita na
seca, mas o Prefeito, sabedor, assim como todos nós, de que quando
chover vai inundar tudo, não coloca o assunto na pauta.
As
poucas obras que estão em execução, foram iniciadas em outras
administrações, e se a Prefeitura não as concluir, terá de devolver o
dinheiro para o Governo Federal.
Para
fazer média com a população, publica um edital na imprensa, prometendo
estudar as obras emergenciais da cidade. Emergência, apenas no pomposo
nome, pois na prática a atual administração acabará antes do projeto
ficar pronto.
A
imagem de quem gosta de enganar, se confirma, quando a meia boca, o
Prefeito diz fazer greve com o Governo Estadual, com o qual tinha uma
aliança. De maneira demagógica, quer fazer um Plebiscito para saber se a
opinião pública quer se pagar os Professores ou obras. Com isso,
demonstra desconhecer as leis brasileiras, nas quais o salário é o
primeiro a ser quitado em qualquer lista.
Não
sabemos sobre o quê escrever, não por falta de assunto, e sim por
excesso deles. São tantos os problemas, que acabamos nos perdendo na
longa lista de erros. Até falta espaço num único artigo. São necessários
vários. Nessas linhas, deixamos ao leitor e aos donos das pequenas
empresas, algo para refletir e assim escolher o modelo de administração
que querem. Caso não estejam satisfeitos, manifestem-se, porque só assim
as autoridades saberão o quanto a incompetência lhes desagrada....
(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria
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