domingo, 23 de setembro de 2018

TEXTO CONVIDADO: LUCIANO MEIRA

TEXTO CONVIDADO: LUCIANO MEIRA

ESCREVER SOBRE O QUÊ?
 
Luciano Meira  (* )

Andamos com um estranho sentimento de desconforto. Há muita desordem em nossa cidade, mas aqueles que convivem com isso e se sentem contrariados, ao invés de se rebelar com o fato, agem como se aquilo fosse uma anestesia, e, sem ânimo, ficam inertes diante da desordem. É quase uma Torre de Babel.
Agosto se foi, e com ele a maior festa da cidade, os Catopês, que trazem a riqueza histórica, mostrando a indumentária tradicional e o feudo das roupas monárquicas, pelas ruas centrais durante cinco dias. A Praça da Matriz é o ponto máximo das festividades, e para nosso desapontamento nos deparamos com a praça abandonada, suja, destruída, ponto de moradia de mendigos. Os canteiros, outrora com flores, não existem mais, a fonte d’água é um arremedo do que já foi. Sua iluminação precária mal esconde aos que por lá passaram, o vergonhoso estado de desleixo. Não muito distante dali, a histórica Rua Prof. Monteiro Fonseca, onde o atual Prefeito tem uma propriedade há 20 anos, por semelhança, também ostenta sujeira, resultado do pouco caso das autoridades.
Lembramos de uma plaqueta no chapéu de um mendigo cego: “Oh, você que tem a luz, que uso fazei dela?” O que pensaram as mais de 15.000 pessoas que circularam pela Praça mais antiga da cidade, durante as Festas de Agosto? Um lugar de quinta categoria, porque não há categorias inferiores a esta.
Um Prefeito que se dizia sábio, detentor de grandes ideias, porque viveu na Corte Azul de Brasília, por que não consegue cuidar da praça? Pedimos desculpas, pois nossa indignação não é agressividade, mas tudo o que vimos é um absurdo... Mais absurda ainda é a inação dos que viram, sentiram, e não demonstraram rejeição. Festejando em cima da sujeira, estavam dando um aval de concordância, sendo cúmplices daquele estado de coisas.
Discordar e opinar é querer o bem da cidade, e o desenvolvimento e as melhorias só virão com cobranças. As praças estão em estado de abandono, apesar de haver, no Orçamento do Município, dotação para revitalizá-las.
O Prefeito parece não definir e nem determinar ações eficazes para melhorar a cidade, enquanto o tempo se esvai. As ruas continuam esburacadas, enquanto a única coisa que funciona no Paço Municipal é a área de Arrecadação Tributária, com impostos penalizando a todos, desde a ampliação da área azul, mesmo que tal gesto prejudique as empresas estabelecidas na Av. Sanitária. A limpeza do Canal tem de ser feita na seca, mas o Prefeito, sabedor, assim como todos nós, de que quando chover vai inundar tudo, não coloca o assunto na pauta.
As poucas obras que estão em execução, foram iniciadas em outras administrações, e se a Prefeitura não as concluir, terá de devolver o dinheiro para o Governo Federal.
Para fazer média com a população, publica um edital na imprensa, prometendo estudar as obras emergenciais da cidade. Emergência, apenas no pomposo nome, pois na prática a atual administração acabará antes do projeto ficar pronto.
A imagem de quem gosta de enganar, se confirma, quando a meia boca, o Prefeito diz fazer greve com o Governo Estadual, com o qual tinha uma aliança. De maneira demagógica, quer fazer um Plebiscito para saber se a opinião pública quer se pagar os Professores ou obras. Com isso, demonstra desconhecer as leis brasileiras, nas quais o salário é o primeiro a ser quitado em qualquer lista.
Não sabemos sobre o quê escrever, não por falta de assunto, e sim por excesso deles. São tantos os problemas, que acabamos nos perdendo na longa lista de erros. Até falta espaço num único artigo. São necessários vários. Nessas linhas, deixamos ao leitor e aos donos das pequenas empresas, algo para refletir e assim escolher o modelo de administração que querem. Caso não estejam satisfeitos, manifestem-se, porque só assim as autoridades saberão o quanto a incompetência lhes desagrada....

(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria

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