Município avalia novas opções de mobilidade para o transporte
coletivo da cidade
Texto: Attilio Faggi Jr.
Fotos: Caio Pimenta e Wilson Medeiros
Na
manhã desta quarta-feira, 10, na sede da Empresa Municipal de
Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito e Transportes de Montes Claros
(MCTrans), foi realizada uma
reunião que faz parte da proposta da Prefeitura de buscar
soluções que tornem o trânsito da cidade mais fluído e humano, além de proporcionar mais conforto e segurança aos
usuários do transporte coletivo do município.
Autoridades
do setor de trânsito e transportes, empresários que exploram o serviço na
cidade e gestores municipais receberam executivos da Volvo Bus Latin America, que
fizeram uma breve explanação sobre o Projeto Bus Rapid Transit (BRT), que
utiliza ônibus biarticulados para 270 passageiros, desenvolvidos pela empresa
sueca e utilizados com sucesso em cidades como Curitiba e Bogotá (Colômbia).
Segundo
o engenheiro mecânico e especialista em mobilidade, Ayrton do Amaral Filho, fazer
com que o cidadão troque o seu veículo próprio e opte pelo transporte público
não é tarefa fácil, mas deve ser orientada por critérios que ele chamou de “balança
da mobilidade”. O especialista ainda aproveitou
para citar o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, para quem “a cidade avançada não é aquela em que os
pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público”.
Para
o especialista, que têm livros publicados sobre o tema mobilidade, os critérios
determinantes para esta troca são: a rapidez do transporte, sendo que o tempo
de espera do usuário no ponto de ônibus conta como tempo de viagem; a
confiabilidade e a regularidade, que incluem o cumprimento
de horários e a necessidade de pistas exclusivas para os veículos;
conforto, que é a limpeza e a segurança; e a economia de tempo, que se traduz em
qualidade de vida para o usuário.
Amaral Filho ainda elencou os benefícios do Projeto BRT em relação
à outras alternativas, como o ônibus
convencional, o Veículo Leve sobre Trilhos
(VLT) e o metrô. Ele informou que R$ 5 bilhões de investimento público
em mobilidade podem significar 10 km de linhas de metrô, entre 40 e 50
km de VLT, ou 200 km de
BRT. Ao mesmo tempo, o número de passageiros/hora
transportados pelo BRT pode chegar a 45 mil, enquanto que, no caso do
ônibus convencional,
é de 6 mil passageiros/hora; no VLT, 12 mil; e no metrô, a partir de 25
mil.
Em
cidades onde não é possível implantar o Projeto BRT na íntegra existe a
possibilidade de alterações nos processos, como faixa exclusiva para ônibus; utilização de veículos
biarticulados; e o pagamento da tarifa fora do coletivo (em guichês fora dos veículos,
por exemplo).
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